Somente nos dois primeiros meses deste ano, o Brasil perdeu 536 mil hectares para o fogo, sendo que a Amazônia concentrou 90% das áreas atingidas por queimadas em 2023, de acordo com o Monitor do Fogo, do MapBiomas em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Por isso, prevenir e combater incêndios é uma questão de segurança da sociedade, do patrimônio e das riquezas naturais, e o monitoramento das áreas de risco tem cumprido uma importante função, com agilidade e precisão, para prontamente apontar, de forma preditiva, as áreas de risco, e alertar quando tudo começa a ser tomado pelo fogo. Essa tecnologia chamada “ArcGIS” – Sistema de Informação Geográfica – foi desenvolvida pela empresa americana Esri e disponibilizada com exclusividade no Brasil pela Imagem Geosistemas, que já tem sido a principal aliada dos órgãos públicos e privados brasileiros.
Um exemplo de como o sistema pode ser utilizado é o projeto desenvolvido em parceria com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que conta com a Plataforma de Análise e Monitoramento Geoespacial da Informação Ambiental (Pamgia). O objetivo principal é monitorar Dados geográficos em larga escala, a fim de subsidiar gestores e técnicos nas ações de planejamento, prevenção e combate aos ilícitos ambientais na Amazônia Legal, fazer o manejo integrado do fogo, além de zelar pelos demais biomas e águas jurisdicionais brasileiras.
De tão inovador e completo, o sistema foi selecionado para receber o prêmio Special Achievement in GIS (SAG) da Esri, durante a Esri User Conference 2023, evento de GIS (Sistemas de Informações Geográficas) do mundo, que acontecerá em julho de 2023, em San Diego na Califórnia (EUA). “O prêmio SAG tem como objetivo reconhecer o trabalho excepcional de usuários do Sistema ArcGIS que estão fazendo a diferença no mundo com o uso da nossa tecnologia”, conta Paulo Victor Noronha, especialista da Imagem Geosistemas. O IBAMA se destacou entre mais de 100 mil organizações ao mostrar como o ArcGIS pode ser usado para promover a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável no Brasil.
Mais sobre a tecnologia americana
O ArcGIS funciona como um sistema valioso que ajuda a monitorar a localização dos incêndios, avaliar riscos, planejar rotas, mobilizar recursos, avaliar danos e contribuir com informações para a população. Abaixo, veja como funciona cada uma dessas etapas:
Mapeamento e monitoramento de incêndios florestais
Permite que os bombeiros e autoridades monitorem a localização dos incêndios em tempo real e criem mapas precisos da área afetada, ajudando a identificar os locais críticos que precisam de mais recursos e a planejar a estratégia de combate;
Análise de risco de incêndios
Usado para analisar a probabilidade de incêndios florestais ocorrerem em uma determinada área com base em fatores como clima, topografia e vegetação. Isso ajuda a identificar áreas de alto risco e a planejar medidas preventivas para reduzir a probabilidade de incêndios;
Planejamento de rotas e mobilização de recursos
Uma vez que um incêndio florestal é identificado, a mobilização rápida de recursos é fundamental para controlá-lo. O ArcGIS permite que os bombeiros e autoridades planejem as rotas de forma mais eficiente para combater os incêndios, mobilizando recursos, como helicópteros, caminhões-tanque e equipes de bombeiros de forma rápida e eficiente;
Análise de danos e recuperação
Depois que um incêndio é controlado, é necessário avaliar os danos causados à paisagem, fauna e flora. O ArcGIS pode avaliar os danos causados à área afetada e ajudar a planejar a recuperação. Isso inclui a avaliação de riscos de erosão do solo, assoreamento de rios e córregos e a identificação de áreas que precisam de restauração;
Educação e conscientização pública
A educação e conscientização pública são cruciais para prevenir as queimadas. O ArcGIS pode ser usado para educar o público sobre os perigos dos incêndios e a importância da prevenção. Isso pode ser feito por meio da criação de mapas interativos, infográficos e outras ferramentas de visualização de dados que ajudem a explicar o problema e a mostrar o que pode ser feito para prevenir incêndios.
“Acreditamos que o monitoramento por meio do uso da inteligência geográfica pode transformar a questão das queimadas no Brasil e na América do Sul. Essa é uma forma precisa e completa de contribuir com a preservação das nossas riquezas naturais”, destaca Noronha.
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