Em 2022, o mercado de PCs vendeu 2% menos aparelhos do que em 2021, gerando uma receita de R$ 33 bilhões, que é 10% menor do que a de 2021. Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram comercializados aproximadamente 8,6 milhões de computadores, sendo cerca de 6,51 milhões de notebooks e 2,04 milhões de desktops, reduções de 7% e 20%, respectivamente, além de 38 mil workstations (alta de 59%). Os dados fazem parte do estudo IDC Brazil PCs Tracker Annual 2022, da IDC Brasil.
“Este movimento de queda foi resultado dos efeitos de uma retração no consumo, tendo em vista o baixo índice de confiança do consumidor frente a um cenário de incertezas tanto no aspecto macroeconômico como no político”, diz Renato Murari de Meireles, analista sênior de Mercado de Commercial & Devices da IDC Brasil.
O volume de negócios do varejo foi de 4,4 milhões de máquinas comercializadas em todo o ano, um resultado 13% menor do que em 2021. Já no mercado corporativo, totalizou 4,15 milhões de unidades, um aumento de 15% na mesma comparação. “O mercado corporativo foi impulsionado pelo setor governamental e uma das principais razões foi a antecipação de alguns negócios realizados no último trimestre do ano, em consequência da transição do governo no âmbito federal”, justifica Meireles.
Quanto aos preços, em 2022, o desktop custou, em média, R$ 3.394, e o notebook R$ 3.946, valores 2% e 10% mais baixos, do que em 2021.
Resultados do 4º Tri de 2022
De acordo com o IDC Brazil PCs Tracker 4Q2022, apenas no último trimestre de 2022, foram vendidos 2,2 milhões de PCs no Brasil, uma baixa de 15%, em comparação ao mesmo período de 2021. Desse total, 1,62 milhão são notebooks e 511 mil são desktops, o que reflete, respectivamente, uma queda de 20% e um aumento de 4% na comparação com outubro, novembro e dezembro de 2021. Em termos de receita, o quarto trimestre do ano passado somou cerca de R$ 7,5 bilhões, 35% a menos do que nos mesmos três meses de 2021.
Meireles explica que os resultados de receita foram bastante impactados pela queda do ticket média nesse período, visto que, no 4º trimestre de 2022, o desktop custava, em média, R$ 3.458, e o notebook R$ 3.430 – valores 9% e 27% mais baixos do que no mesmo período do ano anterior. “Os notebooks foram os grandes responsáveis por este resultado, já que alguns fabricantes reduziram o ticket médio como estratégia para impulsionar as vendas do varejo”, analisa.
Para 2023, no segmento corporativo, mais especificamente nas áreas de governo e educação, inicia-se uma época de planejamento de licitações do novo governo. Por isso, a expectativa da IDC é de que tais licitações se concretizem somente no segundo semestre deste ano. Já para o consumo, diante de uma virada de ano com os canais do varejo apresentando um alto volume de estoque, o ano de 2023 será bastante desafiador para a indústria.
“Levando em consideração fatores como o ICI (Índice de Confiança da Indústria), o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) e a instabilidade macroeconômica, o ano de 2023 deve ser marcado por desafios para a indústria, que terá de ofertar produtos a um ticket médio acessível para o consumidor final e um cenário de mais cautela para a categoria nos investimentos privados tanto para o segmento corporativo quanto para o varejo”, conclui o analista da IDC.
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