Seria a singularidade apenas mais um hype de tecnologia?

Uma perspectiva sobre onde pode estar a chave para as inovações do presente e do futuro

Com o avanço da tecnologia, muitos estão preocupados com o futuro da valorização e do uso da inteligência humana em comparação com a Inteligência Artificial – IA, inclusive eu…Para mim, a pergunta que não quer calar é: será que a singularidade está se aproximando da nossa realidade a passos largos ou trata-se apenas de mais um hype da tecnologia? Qual é a relação entre a IA e a capacidade de execução da nossa mente?

É inegável que a inteligência artificial está avançando rapidamente em todo o mundo, com grande potencial para melhorar nossa forma de viver, de trabalhar, de nos relacionarmos e de resolvermos desafios, dos mais simples aos mais complexos. No entanto, entendo que ainda vá demorar um tempo para que a IA seja capaz de replicar a complexidade da inteligência humana com perfeição. Pode ser, inclusive, que esse dia nunca chegue.

Digo isso porque, para ser certeira, a inteligência humana tem como base um conjunto de fatores muito sensíveis, como as emoções, as intuições, a criatividade, o pensamento crítico e os contextos social e cultural, por exemplo. A inteligência artificial, por sua vez, se baseia em algoritmos e dados, ou seja, pontos totalmente relacionados à razão. Isso faz com que, embora a IA possa ser capaz de executar tarefas de maneira muito rápida e eficiente, ela ainda deixa a desejar no quesito “autonomia para concluir atividades com criatividade e inovação”.

A minha reflexão não tem o objetivo de desmerecer a inteligência artificial. Creio que ela é vital para o crescimento e a evolução da tecnologia. Minha intenção é alertar para a importância de manter a IA sob constante monitoramento e regulamentação humana. Assim, será mais possível evitar e mitigar vieses inadequados, garantindo que as atividades sejam realizadas com ética e responsabilidade.

Acredito que a singularidade é uma ideia interessante, mas que ainda está longe de se tornar uma realidade. Entendo e reconheço o enorme poder da inteligência artificial, mas tenho convicção de que, até o momento, a inteligência humana é única e irreproduzível. E, na necessidade de escolher entre uma e outra, minha aposta é no caminho do meio. Creio que é na colaboração entre as duas formas de inteligência que está a chave para grandes inovações do presente e do futuro.

Por Jane Greco, diretora executiva da MPE Soluções.