Nasa usa IA da IBM para pesquisar impactos das mudanças climáticas

A IBM e o Marshall Space Flight Center da Nasa anunciaram nesta quarta-feira (1/2) uma colaboração para usar a tecnologia de Inteligência Artificial (IA) da IBM para descobrir novos insights sobre o planeta e dados de ciência geoespacial. O trabalho conjunto aplicará a tecnologia de modelo de fundação de IA aos dados de satélite de observação da Terra pela primeira vez.

Os modelos de fundação são tipos de modelos de IA treinados em um amplo conjunto de dados não rotulados, podem ser usados ​​para diferentes tarefas e podem aplicar informações sobre uma situação a outra. Esses modelos avançaram rapidamente no campo da tecnologia de processamento de linguagem natural (NLP) nos últimos cinco anos, e a IBM é pioneira em aplicações de modelos básicos além da linguagem.

As observações da Terra que permitem aos cientistas estudar e monitorar o planeta estão sendo coletadas em taxas e volumes sem precedentes. Abordagens inovadoras são necessárias para extrair conhecimento desses vastos recursos de dados. O objetivo deste trabalho é fornecer uma maneira mais fácil para os pesquisadores analisarem e obterem insights desses grandes conjuntos de dados. A tecnologia de modelo de fundação da IBM tem o potencial de acelerar a descoberta e análise desses dados para avançar rapidamente na compreensão científica da Terra e na resposta a questões relacionadas ao clima.

A IBM e a Nasa planejam desenvolver várias tecnologias para extrair informações das observações da Terra. Um projeto treinará um modelo de fundação de inteligência geoespacial da IBM no conjunto de dados Harmonized Landsat Sentinel-2 (HLS) da agência espacial, um registro de mudanças na cobertura e uso da terra capturados por satélites em órbita do planeta. Ao analisar petabytes de dados de satélite para identificar mudanças na pegada geográfica de fenômenos como desastres naturais, colheitas cíclicas e habitats da vida selvagem, essa tecnologia de modelo básico ajudará os pesquisadores a fornecer análises críticas dos sistemas ambientais do planeta.

A IBM desenvolveu um modelo de PNL treinado em quase 300 mil artigos de revistas científicas da Terra para organizar a literatura e facilitar a descoberta de novos conhecimentos. Contendo uma das maiores cargas de trabalho de IA treinadas no software OpenShift da Red Hat até o momento, o modelo totalmente treinado usa o PrimeQA, o sistema de resposta a perguntas multilíngue de código aberto da IBM. Além de fornecer um recurso para os pesquisadores, o novo modelo de linguagem para as ciências da Terra pode ser infundido nos processos de gerenciamento e administração de dados científicos da Nasa.

“A beleza dos modelos de fundação é que eles podem potencialmente ser usados ​​para muitas aplicações downstream”, disse Rahul Ramachandran , pesquisador sênior do Marshall Space Flight Center da Nasa em Huntsville, Alabama (EUA). “A construção desses modelos de fundação não pode ser realizada por equipes pequenas. Você precisa de equipes em diferentes organizações para trazer suas diferentes perspectivas, recursos e conjuntos de habilidades”, observou.

“Os modelos de fundação provaram ser bem-sucedidos no processamento de linguagem natural e é hora de expandir isso para novos domínios e modalidades importantes para os negócios e a sociedade”, disse Raghu Ganti, principal pesquisador da IBM. “Aplicar modelos de base a geoespaciais, sequência de eventos, séries temporais e outros fatores não linguísticos nos dados das ciências da Terra pode tornar insights e informações extremamente valiosos repentinamente disponíveis para um grupo muito mais amplo de pesquisadores, empresas e cidadãos. Em última análise, é possível facilitar um número maior de pessoas trabalhando em algumas de nossas questões climáticas mais prementes”, comentou.

Outros possíveis projetos conjuntos IBM-Nasa neste acordo incluem a construção de um modelo de base para previsão do tempo e do clima usando Merra-2, um conjunto de dados de observações atmosféricas. Essa colaboração faz parte da Iniciativa de Ciência de Código Aberto da Nasa, um compromisso de construir uma comunidade de ciência aberta inclusiva, transparente e colaborativa na próxima década.

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