Muitas são as evoluções tecnológicas e o Metaverso é só o começo. Essa tecnologia permite iniciar uma nova era na realização de experimentos, exploração de novas abordagens e identificação de novas soluções para mitigar problemas socioeconômicos e para otimizar a utilização de recursos naturais.
Para Paulo Miyagi, membro sênior do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas – IEEE, organização profissional dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, a tecnologia Gêmeos Digitais – GD, é uma forte tendência para 2023. Um dos grandes impactos será na forma que as pessoas utilizam o Metaverso.
Se hoje a interatividade nesses ambientes digitais ainda é limitada, o uso de GD proporciona novos tipos de interação humana, com o desenvolvimento de óculos de realidade aumentada e headsets de realidade virtual muito mais avançados e responsivos, chegando a dispositivos que simulam calor, cheiro movimento e até mesmo o toque.
O GD é uma cópia digital de um produto, processo ou equipamento, desenvolvido para se comportar da mesma maneira que seu correspondente real. Um fluxo bidirecional de Dados e informações entre os gêmeos digitais e físicos permite que alterações realizadas no item real sejam atualizadas de forma dinâmica no modelo digital, além da geração de ações no gêmeo físico devido a ocorrências na representação digital. Isso permite desde simulações complexas com cenários adversos na indústria até o desenvolvimento de dispositivos hápticos, que simulam sensações como o toque humano.
Um GD pode ser utilizado para qualquer equipamento, processo ou sistema para receber os Dados gerados e simular toda a operação, gerar previsões e diagnósticos sobre o comportamento daquele equipamento, processo ou sistema. “Essa simulação pode ser feita com o uso de modelos matemáticos construídos a partir de teorias científicas e análise de Dados e elementos que constituem o equipamento, processo ou sistema e o ambiente em que está inserido, incluindo pessoas.
Nesse nível, o GD pode exercer um papel fundamental na formação de recursos humanos, na previsão de cenários e na antecipação de medidas de controle, proteção e segurança, inclusive para eventos inesperados”, analisa Miyagi, que também é professor da Universidade de São Paulo – USP.
Na indústria, o GD pode ser utilizado em diversos momentos do ciclo de vida de um produto. Na fase de projeto, o GD pode ser um protótipo virtual do produto ou sistema, utilizado em experimentos para melhorar e proporcionar uma melhor compreensão do produto ou sistema e dos processos envolvidos.
“O GD também pode funcionar bem para produtos ou sistemas já em operação, tanto para monitoramento e manutenção do sistema real, quanto na busca de uma otimização e melhoria contínua do produto ou sistema real”, finaliza Miyagi.
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