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Pesquisa revela tendências de gestão para o mundo corporativo

O mercado de trabalho e as empresas têm vivido uma nova era diante de fenômenos advindos da pandemia, como o trabalho remoto, as demissões voluntárias

Pesquisa revela tendências de gestão para o mundo corporativo

Enquanto na América Latina os líderes empresariais têm tido como maior preocupação os novos modelos de trabalho, os funcionários alertam para os principais fatores que os ajudam a serem mais produtivos. Para mapear as tendências dos ambientes corporativos cada vez mais flexíveis e voláteis, a consultoria Mercer realizou uma pesquisa global onde ouviu quase 11 mil altos executivos, líderes de RH e funcionários para um raio-x de tendências.

O mercado de trabalho e as empresas têm vivido uma nova era diante de fenômenos advindos da pandemia, como o trabalho remoto, as demissões voluntárias – conhecida como a Grande Resignação e, agora, o quiet quitting – onde o colaborador faz apenas o que está em contrato. Com isso, os líderes têm tido a missão não apenas de engajar equipes, fomentar a produtividade e fortalecer as empresas, mas, também, a missão de transformar a cultura organizacional para que as pessoas continuem aprendendo sem deixar de lado a busca pela melhoria dos resultados.

Para as mulheres, o burnout ocorre por causa da carga de trabalho e das demandas emocionais da pandemia

De acordo com o estudo, as preocupações empresariais são distintas pelos continentes. Na América Latina, a aplicação e a sustentabilidade dos novos modelos de trabalho tiram o sono dos executivos. Já na América do Norte, a preocupação fica a cargo dos riscos cibernéticos e segurança de dados, seguido pela resiliência dos negócios, na Ásia, e a aceleração digital, na Europa.

Na avaliação dos funcionários latino-americanos, são 10 os principais fatores que determinam o crescimento profissional:

1. Valorização: as pessoas querem se sentir valorizadas por suas contribuições.

2. Satisfação: todos querem ter um trabalho que o satisfaça.

3. Liberdade: há um desejo genuíno em inovar/experimentar.

4. Vida abundante: capacidade de integrar vida pessoal e profissional.

5. Autonomia: poder tomar decisões.

6. Propósito: ter orgulho da organização.

7. Visão: as pessoas querem que seus líderes definam uma direção clara.

8. Educação financeira: uma espécie de preparação para o futuro.

9. Liderança: um gestor que o defenda.

10. Pertencimento: o ser humano deseja sempre ter aquela sensação de pertencimento.

Para o especialista em carreira, empreendedorismo e gestão empresarial, Paulo Junior, CEO da PJI Consulting, o estudo mostra a importância do propósito na vida das organizações e também das pessoas. “Quando um profissional sabe o motivo pelo qual ele se levanta da cama pela manhã fica mais fácil entender o valor da sua contribuição na transformação do mundo. Isso não é diferente para as empresas que, neste novo cenário de maiores incertezas, devem também se transformar e dar sentido maior ao que fazem, não apenas dar lucro, mas dar propósito a esse lucro.

Gênero, faixa etária, energia e burnout

Em um quadro comparativo, a pesquisa revelou também que em 2019, 74% dos funcionários se sentiam energizados, mas, em 2022, houve uma queda para 63%. Os homens (69%) estão mais energizados que as mulheres (57%). Funcionários altamente energizados são mais propensos a trabalhar para uma empresa que ofereça bem-estar integral, lida bem com a complexidade organizacional e têm uma cultura inclusiva, explica o estudo.

Também em 2019, 63% dos trabalhadores sentiam correr risco de burnout. Percentual que cresceu em 2022. Hoje, 81% dos profissionais sentem esse risco. Os fatores que causam o burnout nos homens são a percepção da injustiça e a falta de uma rede de apoio. Para as mulheres, o burnout ocorre por causa da carga de trabalho e das demandas emocionais da pandemia. Quem sofre maior risco de burnout são a geração Z (89%) e a geração Y (89%), sendo a geração X abaixo da média, em 78%, e os baby boomers significativamente mais abaixo, em 58%.

Nesse aspecto, Paulo Junior analisa que as pessoas entenderam a importância de se buscar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, integrando essas duas dimensões em uma vida mais abundante e com sentido mais claro. “O problema é que muita gente ainda não sabe como equalizar isso, quais métodos usar e, ainda o mais importante, por que caminhar nesse rumo da transformação. Nesse sentido, as empresas que reforçarem uma cultura de aprendizagem contínua, além da cultura de resultados (baseada somente em desempenho), estarão ajudando as pessoas a se encontrarem na vida, levando-as a focar no que é verdadeiramente relevante”, explica.

O especialista acrescenta que “diante de um ambiente de incertezas, mais do que nunca, é preciso entender o seu propósito para enxergar as oportunidades em meio a tantas pressões da vida real. Somente assim um profissional atenderá seus próprios anseios, as expectativas da empresa e da sociedade”, completou Paulo Junior.

Serviço
www.pji.com.br

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