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O uso de bots é inevitável: veja dicas para uma aplicação saudável dos algoritmos

Em um mundo cada vez mais conectado, a sociedade não tem mais como evitar o contato com bots quase diariamente. Se você já emitiu um comando ou fez uma pergunta à Siri ou à Alexa, isso é a interação com robôs da internet. Mas como funcionam essas tecnologias?

Bots são softwares de computador automatizados, programados para executar tarefas que os humanos consideram repetitivas e demoradas, como indexação de sites e atendimento ao cliente. Eles são muito úteis, tanto que mais da metade de todo o tráfego da internet é composto por bots.

Os bots economizam tempo e dinheiro. Para certas tarefas, eles são mais rápidos e eficientes do que os humanos. Isso ajuda a liberar recursos nas organizações. Pessoas que de outra forma passariam muitas horas realizando tarefas repetitivas agora podem se dedicar às atividades que exigem mais criatividade e experiência ou podem acabar sendo substituídas por completo, dependendo da empresa. Os bots também são altamente personalizáveis, multifuncionais e estão disponíveis 24 horas por dia. Além disso, podem ser implantados em massa, dando aos usuários o poder de alcançar um grande número de pessoas com pouco esforço.

Mas nem todos os bots são iguais. Alguns são maliciosos, às vezes projetados para infectar dispositivos com malwares, interromper as operações online de uma empresa ou simplesmente incomodar os usuários. Nesse contexto, torna-se cada vez mais importante saber identificar bots bons e maus.

Os bots não possuem valores morais. Eles são apenas algoritmos. No entanto, costumam ser rotulados como “bons” ou “maus”, dependendo das suas funções de script, de quem os está usando e de quais são as intenções dessa pessoa/organização.

Embora possa haver ambiguidade sobre o que constitui um bot “bom”, eles geralmente são projetados para ajudar os usuários ou fornecer um serviço útil que muitas vezes não seria possível apenas com a ajuda de uma pessoa. É o caso dos chatbots, aranhas de rede (rastreadores), bots de monitoramento, bots de compra e de marketing, e assim por diante.

Já os bots maus podem ser usados para enviar spam, roubar dados financeiros e se envolver em muitas outras atividades maliciosas. Para isso, o programador usa DDoS para inundar um servidor com tráfego. Essa enxurrada de solicitações sobrecarrega o servidor, causando lentidão ou até mesmo interrupção. Trata-se de uma prática comum entre hackativistas.

A maldição da internet, os bots de spam operam coletando endereços de e-mail de páginas de contato comprometidas e enviando spam para eles. Eles também aparecem em fóruns e seções de comentários para postar conteúdo promocional ou direcionar tráfego para sites selecionados. É o caso da denúncia do homem mais rico do mundo: recentemente, Elon Musk alegou que a quantidade de contas falsas (que incluem robôs) no Twitter é de quase 20% do total de usuários ativos. O bilionário chegou a desistir da compra da plataforma, o que derrubou o valor da marca no mercado.

Há ainda os bots que coletam informações vazadas e as usam para tentar acessar outras contas em serviços como Facebook, Amazon ou Netflix. Após invadi-las, eles sequestram contas e as vendem na Dark web. Em outro caso, bots podem coletar e copiar Dados web, extrair informações confidenciais ou protegidas por direitos autorais. Há também os bots que encontram itens específicos e os adicionam ao carrinho de compras sem concluir a transação. Usado contra concorrentes, esse processo engana o site para que ele liste o produto como esgotado. Quando clientes reais tentam comprar o produto, a mercadoria é mostrada como se estivesse indisponível, mesmo estando em estoque.

Existem situações em que os bots podem atrapalhar o visitante de um site, mas em geral eles apenas incomodam e não são ameaças reais. Em muitos casos, as principais vítimas são as empresas, que acabam não conseguindo operar normalmente. Quando se trata de bots de spam, saber como identificar mensagens, links e e-mails falsos ajudará você a proteger-se contra os malwares que eles distribuem.

Bots maus e avançados
Quando se trata de bots projetados para se passarem por humanos, as coisas podem ser um pouco mais complicadas. À medida que eles se tornam mais avançados, fica mais difícil saber se você está interagindo com uma pessoa real ou com um algoritmo. Isso pode não ser um grande problema quando usamos o chatbot de atendimento ao cliente de um site, mas as implicações são mais assustadoras, digamos, em sites de redes sociais ou aplicativos de namoro.

Dicas importantes são: sempre verificar a foto de perfil, realizando uma pesquisa de imagem reversa para garantir a sua segurança; atentar-se ao vocabulário (pois bots têm conhecimentos limitados); prestar atenção no que eles estão publicando (bots costumam postar as mesmas coisas várias vezes). Além disso, se alguém comentar na postagem de um bot, ele geralmente não responderá.

No entanto, embora essas dicas sejam úteis para muitos dos bots que você encontrará em lugares como o Twitter, os constantes avanços da IA estão tornando cada vez mais difícil perceber a diferença entre humanos reais e algoritmos. É preciso sempre estar atento às atualizações do mercado e dos perigos dos bots para proteger empresas, mas também usuários comuns, no decorrer da evolução das sociedades digitais.

Por Vykintas Maknickas é estrategista de produtos da NordVPN.

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