O Brasil possui 270 localidades onde não há transmissão de energia interligada em nosso SIN (Sistema Interligado Nacional). Nessas regiões a população é obrigada a recorrer a fontes alternativas para suprir sua demanda energética, o que ocorre predominantemente por meio do uso de geradores térmicos altamente poluentes, que tem como principal combustível o óleo diesel. Boa parte dessas comunidades estão situadas na região norte do País, em áreas florestais da Amazônia Legal com difícil acesso e com grandes desafios de licenciamento para a construção de linhas de transmissão.
Estima-se que nessas 270 comunidades sem rede elétrica, existam 3 milhões de pessoas, muitos são pescadores, indígenas e gente que sobrevive dos recursos naturais da floresta. Por isso, é um contrassenso continuar poluindo a Amazônia para obtenção de energia.
E o caminho para a renovação energética nesses pontos é a ampliação de projetos que tenham como base a energia 4D. Por meio dela, é possível contribuir de forma efetiva para a preservação da Amazônia, estabelecendo um fornecimento confiável de energia elétrica com a redução de fontes fósseis.
Exemplo disso, são os projetos da Unicoba de Usinas Híbridas, como na comunidade de Santa Helena do Inglês (AM).
“Em pouco tempo, já temos grandes resultados e os usuários de energia na Amazônia são atendidos por sistemas isolados, que não estão interligados ao grid nacional. São comunidades pequenas, com 1 mil, 2 mil consumidores. E esse pessoal hoje, deixou de usar o diesel ligado direto, após fazermos as miniusinas que utilizam painéis fotovoltaicos e baterias para o armazenamento de energia”, destaca Marcelo Rodrigues, Head de Vendas, Marketing e Inovação da UNICOBA.
Apoiando o pacto entre o BNDES e a Eletrobrás, que visa os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, a UNICOBA está realizando um dos maiores programas de descarbonização de fontes de energia da Amazônia com soluções limpas.
“Queremos expandir as usinas híbridas com geração fotovoltaica e o armazenamento de energia com baterias de lítio ferro fosfato, com o complemento de biodiesel ou outra fonte que auxilie a viabilização financeira de curto prazo. Assim vamos garantir o acesso universal à energia de forma limpa, contribuindo para a descarbonização”, reforça.
Para isso toda a engrenagem da Energia 4D precisa ser colocada em prática. A diversificação das fontes de energia, ou seja, ter mais de uma fonte de energia para o consumo, é fundamental para o acesso irrestrito de eletricidade.
Lembrando que a maioria das fontes de energias renováveis são intermitentes, como a solar que só consegue ser gerada durante o dia, a eólica quando há ventos, e assim por diante.
O ONS (Operador Nacional do Sistema) é responsável por manter o nosso SIN (Sistema Interligado Nacional) em operação e calcular possíveis rotas de fuga em momentos de sobrecarga ou de blecaute. A descentralização da geração de energia fará com que as comunidades estejam próximas da carga, evitando assim possíveis problemas de transmissão e distribuição, auxiliando a funcionalidade de todo sistema.
Para gerenciar o maior número de fontes de energia será necessário o uso da tecnologia para fazer com que toda essa engrenagem funcione. Aí entra a digitalização responsável por operar os sistemas de armazenamento como ponto de equilíbrio, gerindo todas as fontes e realizando o monitoramento.
“A descentralização será cada dia mais eficiente e quanto maior for a diversificação dos sistemas e a digitalização usada como ferramenta para trazer a eficiência, mais vamos alcançar a descarbonização e conscientizar sobre a boa gestão dos recursos energéticos”, explica Rodrigues.
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