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Reconhecimento facial e sua aplicabilidade na sociedade

De uns tempos para cá, a tecnologia de reconhecimento facial ganhou grande destaque de forma mundial e se tornou tendência de mercado. Tanto é que hoje podemos desbloquear nossos celulares sem precisar digitar senha e já existem até modelos de pagamentos envolvendo essa solução, dispensando os cartões com senha ou até mesmo moeda em papel. No entanto, avaliando como um todo, podemos dizer que é algo passageiro ou que realmente veio para ficar?

Para termos uma ideia, de acordo com dados do Instituto Igarapé, o setor público no Brasil já tem utilizado a tecnologia a seu favor desde 2011. Atualmente, existem registros de sua aplicação em pelo menos 15 estados brasileiros. Como exemplo de aplicação, podemos falar do Aeroporto de Congonhas, que começou um teste de check-in via reconhecimento facial no final do ano passado.

Além disso, há outras aplicações, sendo a maioria na área de transportes, com soluções anti-pirataria de passes de ônibus, e segurança pública, mais precisamente na área de câmeras de vigilância que conseguem reconhecer pessoas apenas lendo seus rostos. Há também a utilização por outros meios, como na verificação de fraude em provas online e registro de ponto em trabalhos na modalidade home office.

Em caráter mundial, essa tendência não é diferente. Países como a China estão na vanguarda da tecnologia e a utilizam em diversos pilares, seja para reconhecimento de pessoas em bancos, aeroportos, hotéis e até mesmo em banheiros públicos. Já no conflito entre Rússia e Ucrânia, a tecnologia foi bastante usada principalmente na identificação de mortos durante a guerra com o intuito de combater o processo de difusão de informações falsas.

Porém, por mais que tenha muita penetração em diversos setores da sociedade, ainda existe um pouco de insegurança em relação à tecnologia, já que sempre ouvimos discussões de que ela é invasiva e vigia constantemente as pessoas. Isso é um equívoco, já que a LGPD verifica e regulariza o uso dos dados relacionados às soluções desse gabarito e não permite abusos. Fora que as informações só são analisadas quando solicitadas.

Outro ponto a ser combatido é em relação ao assunto de que acontece muito roubo de identidades por meio de criminosos que utilizam tecnologias que simulam rostos. Podemos ficar tranquilos, pois o sistema de reconhecimento facial é muito preciso e conta com elementos que leem vários detalhes da face, incluindo suas micro variações. Dessa maneira, é praticamente impossível utilizar uma imagem falsa e passar despercebido. Alguns exemplos são o Face Match, que analisa fotos oficiais de documentos cadastradas por fontes seguras no sistema, comparando-as com as fotos das faces registradas na plataforma a fim de verificar sua autenticidade. E também o Liveness Detection, que avalia pontos específicos do rosto que não podem ser copiados por máscaras rígidas, fotos e nem vídeos.

Com isso, podemos concluir que a tecnologia de reconhecimento facial é uma das medidas de segurança mais eficazes e confiáveis de todos os tempos. Como está sempre em atualização e em constantes estudos, tem se tornado um sistema cada vez mais eficiente e assertivo. Não é à toa que há a possibilidade de o Brasil ampliar a utilização de soluções desse tipo para 20 estados. Além disso, projeções da consultoria Allied Market Research mostram que a biometria facial deve movimentar em torno de US$ 9,6 bilhões (R$ 53 bilhões) em 2022, o que só comprova a sua alta utilidade na sociedade atual, que pede por tecnologias que não exijam contato físico e sejam mais ágeis. Podemos apostar que, em um futuro próximo, ela vai ser a principal forma de autenticação em vários setores.

Por Victor Gomes, CEO da Gryfo.

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