Um dos terminais marítimos mais movimentados da América Latina, o Porto de Suape (PE) movimenta mais de 23,6 milhões de toneladas de carga anualmente. À medida que o volume de carga dos centros de operações de mais de 100 empresas nacionais e internacionais aumentava, as filas de caminhões necessários para movimentá-las se tornavam um problema. O desafio logístico exigiu o investimento em tecnologia capaz de regular rigorosamente o fluxo de tráfego de uma área de estacionamento de espera até o portão de entrada do complexo portuário e em terminais individuais.
Assim, as autoridades portuárias enfrentavam uma demanda complexa: fortalecer a segurança e melhorar o controle de acesso aos terminais. A solução encontrada integra câmeras de vídeo IP da fabricante sueca Axis Communications e um conjunto de software de gerenciamento da Pegasus Technology, que proporcionam imagens para identificar os veículos e os motoristas e assim determinar a quais terminais estão associados e quando estão programados para entrar. O resultado foi a queda significativa das infrações, irregularidades e até do comportamento agressivo de alguns profissionais que se frustravam com a espera.
Muito além de uma questão de agilidade, volume de caminhões esperando em longas filas para carregar e descarregar remessas, que se estendiam por quilômetros e causavam um tempo de espera que poderia se estender por dias, estava sobrecarregando a capacidade do porto de cumprir os regulamentos marítimos internacionais que regem a segurança do setor, como o Código Internacional de Segurança de Navios e Instalações Portuárias (ISPS Code).
Gestão de logística portuária
No dia a dia, o controle automatizado começa quando um caminhão entra na área de parada designada fora dos portões do porto. Na chegada, uma câmera Axis captura a imagem da licença e o leitor de placas da Pegasus, recurso de análise de vídeo incorporado na câmera, traduz os pixels em dados acionáveis. Com isso, o software utilizado para agendar os horários de entrada de cada motorista, restringem o acesso ao porto até o horário determinado pelo caminhoneiro e integram as informações com os sistemas de logística de outras empresas de terminais.
Quando o sistema combina uma placa de licença com uma atribuição de entrada cronometrada, ele exibe o relatório de liberação em painéis de LED ao longo da estrada. À medida que os motoristas saem da área de preparação, verificam a tela e se não veem o indicativo de liberação são instruídos a entrar na pista de retorno e aguardar sua vez. Já na portaria principal, outro posto de controle com câmeras adicionais captura placas de veículos e analisa se o caminhão em questão chegou no horário de entrada programado. Em caso afirmativo, o sistema abre automaticamente o portão.
Como medida adicional de segurança e proteção, a equipe de operações supervisiona o processo a partir do Centro de Controle de Acesso do Porto de Suape. “Quando há algum problema, um operador pode corrigir uma leitura errada da licença, conceder ou negar o acesso a um veículo que chegou sem o devido agendamento ou autorização, ou acionar manualmente o portão para que ele possa retornar, mas com nosso novo sistema integrado, esses incidentes não acontecem com frequência”, diz Amaro Monteiro, desenvolvedor e integrador da Pegasus Technology.
Resistência à inovação
A implementação do sistema não foi tarefa fácil. No entanto, o maior desafio não foi técnico, mas sim a resistência humana à mudança. “Durante anos, os caminhoneiros iam e vinham no seu próprio horário, mas agora teriam que obedecer a regras rígidas para ter acesso ao porto”, compartilha Monteiro. No entanto, esta é uma mudança de cultura necessária para garantir que o porto mantivesse a conformidade com as regulamentações marítimas internacionais para segurança e proteção portuária.
A mudança foi ainda mais complicada pelo fato de estar ocorrendo durante o auge da pandemia de Covid-19. Contudo, mais uma vez a tecnologia mostrou seu valor e provou o retorno sobre o investimento uma vez que o Porto de Suape conseguiu usar as câmeras Axis e a análise de vídeo para reforçar o distanciamento social e minimizar o contato físico entre os motoristas no pátio de preparação e a equipe operacional do complexo portuário, algo que sequer poderia estar previsto no projeto inicial, mas que fez a diferença na operação.
As câmeras escolhidas para a tarefa foram os modelos da AXIS P14 Series por conta da captura de placas de alta confiabilidade, dia e noite, e a integração total com a plataforma de análise Pegasus PlateView, que usa tecnologia de aprendizado profundo para reconhecer padrões de placas brasileiras e do Mercosul. “Com a Axis, podemos obter uma alta taxa de sucesso mesmo com o tráfego de alto volume e movimento rápido do porto – seja em plena luz do dia ou na calada da noite”, explica Monteiro.
Atualmente, as câmeras registram cerca de 15 mil placas por dia, muitas das quais estão sujas ou danificadas. Apesar dos desafios, os equipamentos tiveram um bom desempenho e raramente requerem intervenção humana. Outra vantagem é que com o sistema, empresas de terminal e equipes de preparação conseguem monitorar a atividade e acessar relatórios detalhados de status 24 horas por dia, 7 dias por semana, respaldando decisões do cotidiano agitado do setor portuário.
“As câmeras Axis e o software Pegasus nos ajudaram a melhorar a segurança ao registrar automaticamente todos os veículos que acessam a área principal do nosso porto. Hoje possuímos um cadastro organizado de todos os veículos que acessam a área primária do porto. Podemos integrar as operações entre o pátio de espera e as empresas de terminal dentro do complexo de Suape, o que ajuda a minimizar o congestionamento e agilizar as operações”, afirma Pablo Teixeira, coordenador executivo de Tecnologia da Informação do Porto de Suape.
Enquanto os estudos ainda estão em andamento para determinar o retorno do investimento, a administração do Porto de Suape está satisfeita com o maior controle proporcionado pelo novo sistema integrado. Desde que entrou em operação, houve queda significativa nos acidentes, incidentes de violência e outros problemas dentro do complexo que está caminhando para se tornar um Porto 4.0.
Serviço
www.axis.com
www.pegasustech.com.br
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