O mercado de Tecnologia da Informação tem previsão de continuar em expansão acelerada até 2024. De acordo com dados do Datahub, a abertura de empresas deste setor no Brasil subiu 210% de 2020 para 2021. Para Jan Erik Aase, analista principal e líder global do ISG Provider Lens – estudo produzido pela TGT Consult localmente -, o Brasil vem demonstrando um cenário único e propício para o desenvolvimento do mercado de TI.
O analista destaca que os fornecedores nacionais intensificaram o relacionamento com o cliente, demonstrando maior capacidade e conquistando níveis mais altos de confiança, principalmente pelo alto volume de migração para a Nuvem. “O Brasil é o segundo maior mercado do ponto de vista de mainframe da nuvem, tendo ainda muitos aplicativos nesta plataforma, uma vez que diversas companhias precisavam ter acesso aos seus clientes pela web. Então, essa é realmente uma das coisas que vimos especificamente e ouvimos de todos os fornecedores com quem conversamos no Brasil”, pontua.
De acordo com a última edição do ISG Index, o mercado combinado de serviços de TI e de negócios nas Américas atingiu um recorde em 2021, crescendo 27% e faturando US$ 41,7 bilhões. Entre os motivos para o crescimento acelerado no Brasil, o analista menciona o alto nível de negócios de M&A, no qual empresas maiores adquirem menores, agregando o portfólio de serviços desses fornecedores à sua oferta de soluções. “Vimos uma luta geral para conseguir os fornecedores certos para o serviço e, às vezes, isso significa ir até alguém que já foi concorrente e admitir que a parceria pode apresentar ao cliente uma solução duas vezes melhor do que qualquer fornecedor pode fazer individualmente”, explica.
Jan destaca ainda a forte presença de players pequenos no mercado como algo único do Brasil. “Muitas dessas empresas menores tiveram seus melhores anos e possuíam as habilidades que os clientes procuravam, sendo capazes de crescer muito rapidamente. Acho que isso realmente fez a diferença no sucesso tanto de clientes quanto de fornecedores”.
Segundo ele, há uma mistura bastante vantajosa no Brasil de pequenos e grandes fornecedores, todos eles muito bons e preparados para fazer algo diferente, especialmente em torno de SAP, Salesforce e ServiceNow, que são ferramentas relevantes que as empresas estão implementando ou preocupadas em implementar. “Acho que houve uma evolução, seja em Hyperscalers como a AWS, que é muito grande aqui, Google, que está ganhando terreno, e a Microsoft”.
Ainda em conformidade com o ISG Index, o mercado de XaaS das Américas aumentou 32%; o de Infraestrutura como serviço – IaaS, cresceu 34%, e o de Software como Serviço – SaaS, avançou 29%, com contratos de serviços gerenciados excedendo mil, pela primeira vez.
Omar Tabach, sócio-diretor da TGT Consult, complementa dizendo que o valor da oferta de serviços está nos nichos. “Quanto mais a gente fragmenta, ou mais nichos a gente estuda, maior valor tem a informação. É muito interessante, de fato, como o ecossistema de fornecedores se unem e como em empresas menores, em termos de tamanho, existe uma aliança de complementaridade de habilidades, algo que vemos com frequência no mercado brasileiro”, diz Tabach.
Para 2022, o ISG prevê que o mercado global de serviços gerenciados cresça 5,1%, valor acima da média anual de 2% no período entre 2010 e 2020.
Serviço
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