Se você quer se tornar um desenvolvedor front-end, é preciso estar preparado para surpresas. Você vai se perguntar, por diversas vezes, se tudo o que está aprendendo é realmente necessário, mas todo conhecimento ajuda a fundamentar a sua base.
Para a Adalov, agência de inteligência digital, que desenvolve projetos de tecnologia para a área de marketing de diversas grandes empresas, como AES, Ibitu Energia, Tenda e Plano&Plano, fatores como foco, a cultura da empresa em que se atua ou pretende atuar e até mesmo o tipo de cliente atendido podem influenciar no desenvolvimento do programador.
“Mas não há outro caminho para se tornar um bom desenvolvedor front-end que não seja a aquisição de conhecimento o suficiente que o permita realizar aplicações web; é necessário se familiarizar com tecnologias primordiais, como HTML, CSS e JavaScript, e também aquelas que agregam e facilitam o desenvolvimento, como os frameworks”, conta Tiago Martins, sócio-fundador da Adalov.
Mas por que então começar pelo básico? Para a Adalov, a resposta é simples: você precisa conhecer o que está acontecendo nos bastidores; não basta saber utilizar Vue ou React, se você não tem conhecimento da linguagem em que eles se baseiam.
Antigamente, os programadores front-end eram conhecidos como os “caras do html”. Mas isso mudou, e, atualmente, é preciso ter noção de design, animação, dinamização de conteúdo e otimização para web, entre outros aspectos. É preciso desenvolver um olhar 360.
Dessa forma, o desenvolvedor se torna um profissional completo, como o mercado espera e exige agora. Mas calma: não é preciso saber tudo com profundidade, longe disso! O ideal mesmo para começar, é ter noção do que você poderá enfrentar pela caminhada do front-end.
É possível aprender front-end de maneira rápida e fácil?
Como tudo na vida, não há fórmula mágica nem atalhos. A riqueza está na caminhada. Aprender algo, se apegar a isso e utilizar para o resto da sua vida não é para quem trabalha com front-end.
É preciso esforço e dedicação. E para se tornar um bom desenvolvedor, não tenha medo de se arriscar em uma nova tecnologia; segundo a Adalov, o mercado pede isso. “Desenvolvedores competentes e atualizados geralmente se destacam. A gente frisa muito na necessidade de nunca parar de treinar, e uma dica valiosa é: nunca ignore novas tecnologias; é importante aceitar que as ferramentas se atualizam, e, junto com elas, os desenvolvedores”, alerta Erik Vandelei, também sócio da Adalov.
Então, por onde começar?
O front-end passou por grandes transformações ao longo dos anos. Popularizou-se, por exemplo, a utilização do Flash e Tabelas para o Desenvolvimento Web. Mas tudo mudou muito rápido quando a forma de se comunicar na internet se transformou, e as tecnologias precisaram se adequar a esse novo contexto. Exemplo disso é o Design Responsivo, que surgiu com a necessidade dos sites se adequarem a resoluções diferentes. E graças à evolução da área, pudemos testemunhar o surgimento de um conjunto de facilitadores. Para ajudar, listamos melhor cada um deles abaixo:
HTML
Independente do seu foco, para se tornar front-end, é preciso começar pelo HTML. É ele quem vai estruturar todo o conteúdo de um site; ele é a base para o Desenvolvimento Web.
“E antes de se deixar levar pela famosa negativa de que ‘HTML não é uma linguagem de programação’, é preciso aprender com ela. Estudá-la para compreender o que de melhor ela pode oferecer. Entender sua sintaxe, a melhor forma de escrevê-la, procurar conteúdo nas comunidades online. E, como parte de qualquer aprendizado, praticá-la. Sem isso, não existe a consolidação do seu aprendizado, algo essencial para o crescimento”, afirma Martins.
CSS
CSS significa Cascading Style Sheets, que, em português, seria algo como Folhas de Estilo em Cascata. Para muitos, ele serve como complemento do HTML, para deixar o projeto mais organizado e os estilos legíveis.
“E é aqui que as coisas começam a complicar, pois você trabalhará com o estilo da página, ponto que pode ser um dos mais desafiadores: deixar algo bonito e da forma como foi idealizado”, explica Vanderlei, ao que Martins complementa: “no CSS, você vai começar a se deparar com algumas regras do desenvolvimento, então vai precisar entender o que cada atributo faz e como utilizá-los da forma correta. Com ele, você conseguirá deixar o elemento de uma forma mais agradável para o usuário, alterando cor, tamanho, lugar e atribuindo animações também”.
HTML + CSS
Quando já se sentir suficientemente familiarizado com o HTML e o CSS, é hora de começar a praticar coisas mais complexas. Algo que pode ser utilizado para treino é tentar replicar um site já existente, reproduzindo-o até os mínimos detalhes.
Essa é uma forma de colocar em prática tudo aquilo que aprendeu e entender o que ainda precisa melhorar. Essa é uma dica valiosa também para quem deseja compor um portfólio rico para o currículo, pois mostrar projetos próprios ou até mesmo réplicas de outros sites pode ser uma grande porta de entrada para o mercado de trabalho.
Javascript
O Javascript, por mais que seja uma linguagem utilizada para web, necessita de um entendimento lógico de programação. “Sugerimos a estudar essa linguagem somente quando considerar que possui um entendimento mais sólido em HTML e CSS”, orienta Martins.
Com o Java, é possível começar a desenvolver animações de maneiras diferentes, validar formulários e dizer o que um botão deve ou não fazer, por exemplo. As funcionalidades do Javascript são imensas, e todo bom desenvolvedor front-end carrega em sua bagagem sólido contato com essa linguagem, e o mercado classifica essa skill como um item obrigatório.
O Javascript é verboso (precisa de mais palavras), mas é fácil se acostumar com isso; um bom curso e um bom professor fazem a diferença no aprendizado. “Vale lembrar para ter cuidado com os códigos prontos, caso contrário, você se verá sempre limitado a utilizá-los, não conseguindo desenvolvê-los sozinho”, complementa Vanderlei, ao mencionar que outro risco dessa prática é copiar algo e não saber exatamente o que está inserindo no seu projeto. “Não tenha medo de errar, faça e refaça diversas vezes”, frisa.
Estudar e estudar
Para aprender front-end e se transformar em um bom desenvolvedor, é preciso paciência, dedicação e muito estudo. Não tenha medo de arriscar e errar, afinal, é essencial praticar tudo aquilo que aprendeu.
“Desenvolver é persistir e não ter medo do novo. Nossa área está sempre em mudança, e precisamos nos atualizar constantemente. Mantenha-se antenado às novas tecnologias e procure se aperfeiçoar até mesmo naquilo que já tenha grande conhecimento”, finaliza Martins.
E claro, seja bem-vindo ao mundo da web!
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