Junto com o melhor da excelência esportiva, os Jogos Olímpicos de Tóquio proporcionam uma ampla vitrine de inovação e novas tecnologias. Essa é a olimpíada mais tecnológica da história, com novidades para todos os usos como, por exemplo: pistola de largada eletrônica, câmera que grava até 10 mil imagens por segundo, natação com indicação por luzes, treinamento com realidade virtual para as equipes que atuam nos jogos e rastreamento de atletas em 3D. Portanto, uma coisa é certa, essa olimpíada e a paralimpíada já entraram para a história.
O adiamento dos jogos para este ano certamente deu ao Japão uma vantagem. Com mais tempo para atualizar sua infraestrutura digital, conseguiu, principalmente, aumentar a confiança na segurança cibernética dos jogos, segundo a diretora de Tecnologia e Operações da Tecnobank, Adriana Saluceste. “Mas, como acontece com qualquer evento global, Tóquio 2020 oferece aos ciberataques um alvo e um público. De riscos cibernéticos, como ransomware, a questões de segurança física, fornecedores e participantes devem estar cientes das potenciais ameaças”, adverte. Para monitorá-las, 8 mil câmeras de segurança e 2,5 mil sensores foram instalados dentro e nos arredores dos locais de competição.
Por ser um acontecimento que alcança o mundo todo, há muitas preocupações com ataques cibernéticos. “Embora Tóquio 2020 enfrente desafios únicos, e a criatividade e resiliência de seus organizadores estejam sendo colocadas à prova devido à pandemia, uma ameaça relacionada à segurança cibernética, associada aos eventos olímpicos, é um grande risco e não pode ser descartado”, reforça a especialista.
Segundo ela, o status de olimpíada mais tecnológica da história carrega consigo ainda mais responsabilidade. “Com a dependência excessiva do Japão da infraestrutura digital durante as competições, há riscos de que tais sistemas sejam infiltrados. Além disso, à medida que a ameaça de ataques cibernéticos ou ransomware entre nações se aproxima de Tóquio em 2020, o reforço na segurança cibernética se tornou uma obrigação para os organizadores olímpicos”, ressalta.
De acordo com o jornal Japan Times, a proteção das instalações, dos atletas e dos espectadores do evento está em desenvolvimento há vários anos. O comitê organizador da Olimpíada de Tóquio estabeleceu uma sede de segurança em cada um dos 48 locais determinados, incluindo a Vila Olímpica. “Como a ameaça e a difusão dos atores de ransomware aumentaram drasticamente no último ano, um ataque desse tipo em Tóquio, via Comitê Olímpico Internacional (COI) ou algum provedor estratégico, é um perigo iminente. Os cibercriminosos podem ver os fornecedores relacionados aos jogos olímpicos como alvos de extorsão”, analisa Adriana.
Em abril de 2021, o Comitê Olímpico do país revelou que foi atingido por um ataque de ransomware como parte de uma violação em que hackers invadiram a ferramenta de compartilhamento de dados criada pela empresa de tecnologia Fujitsu. “Os fornecedores olímpicos terão pouca tolerância com o tempo de inatividade durante o evento, o que os torna alvos principais para ataques de agentes de ransomware em busca de um dia de pagamento de forma rápida”, destaca a especialista.
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