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Um ano de PIX: como o sistema de pagamento instantâneo impactou o mercado financeiro

Há um ano, o Banco Centro do Brasil (BCB) lançava uma nova modalidade de transferências e pagamento instantâneo (PIX), que prometia facilitar a vida financeira dos brasileiros. Com um sistema ágil, dinâmico e moderno, a utilização do PIX foi difundida entre a população e, até outubro de 2021, segundo dados do Banco Central, já foram realizadas mais de 1,6 bilhão de transações, alcançando o valor de R$ 4 trilhões movimentados. Proveniente de um sistema inovador, o sucesso do PIX deve-se a comodidade e a eficiência na realização de transações bancárias em poucos segundos e sem as taxas comuns em alternativas como o TED (Transferência Eletrônica Disponível), DOC (Documento de Crédito) e boletos bancários.

Em um mundo cada vez mais digital, movimentos como Open Banking, ou Open Finance, aliados à crescente oferta de bancos digitais e fintechs, têm revolucionado o setor de finanças. Neste contexto, o PIX surgiu para ajudar a impulsionar o processo de digitalização da economia, proporcionando mais praticidade para os usuários em sistemas bancários. Mas, afinal, quais foram os impactos da implementação do sistema de pagamento instantâneo no mercado financeiro?

Os efeitos do pagamento instantâneo no mercado financeiro
A solução desenvolvida pelo Banco Central oferece vantagens que outras formas de pagamentos já tradicionais não comportam. Por meio dele, o usuário tem acesso a um serviço que opera 24 horas, recebe o valor imediatamente e fica isento de taxas comuns nos meios concorrentes.

Neste sentido, o consumidor enfrenta menos burocracia, pois para efetuar as movimentações bancárias é preciso apenas da chave eletrônica do recebedor, que pode ser o número de celular, e-mail ou CPF. Já em outras modalidades, é necessário conhecer os dados bancários e CPF ou CNPJ, o que, consequentemente, expõe mais informações sobre o usuário.

Além disso, a criação do PIX tem contribuído diretamente para fomentar a inclusão financeira no Brasil. Com um mecanismo prático, a ferramenta alcançou 45,6 milhões de pessoas que não tinham feito TED um ano antes do lançamento do serviço, também de acordo com o Banco Central. Deste total, cerca 74%, o equivalente a 33,9 milhões de pessoas, passaram a utilizar o meio de modo exclusivo, o que indica como o sistema tem ampliado e democratizado o acesso ao modelo de pagamento eletrônico.

Outro fator de destaque neste primeiro ano está relacionado ao aumento de competividade entre diferentes players da indústria financeira e de pagamentos. São diversas as instituições que oferecem o serviço a seus clientes e parceiros, que, por isso, precisam estar atentas em buscar novas soluções relacionadas à plataforma. Por outro lado, o consumidor possui em suas mãos um leque de opções para combinar o novo modelo de pagamento com alternativas já existentes.

Embora o PIX tenha conquistado a população, o Banco Central indica que ainda há uma resistência por parte das empresas. São 9 milhões de pessoas jurídicas cadastradas, contra 217 milhões de pessoas físicas. A baixa adesão das companhias deve-se aos altos custos que elas precisam enfrentar nesta modalidade de recebimento. Entretanto, ações como a substituição dos processos de boletos, adoção de PIX Cobrança, PIX Garantido e o débito automático podem ajudar a transformar essa realidade.

Próximos passos do pagamento instantâneo
Ainda existem algumas questões que precisam ser analisadas para que o serviço continue proporcionando benefícios para todos os usuários. Recentemente, o Banco Central anunciou uma série de medidas preventivas para garantir a segurança no serviço e aprimorar o seu funcionamento. As ações incluem bloqueio dos recursos em caso de suspeita de fraudes, notificações obrigatórias de transações rejeitadas e devolução de valores pela instituição recebedora em casos de suspeita de golpes ou falha operacional no sistema da operadora.

O BC ainda estipulou mudanças nas transações noturnas para pessoas físicas, limitando o valor para as transferências para até R$ 1.000 no período entre às 20h e às 6h. O cliente pode ainda solicitar a alteração do valor, porém, a instituição financeira deve estabelecer o prazo de no mínimo de 24 horas para ativação do aumento. O objetivo das restrições é proteger os sistemas da vulnerabilidade de atividades criminosas, além de assegurar o cidadão em casos de assaltos e sequestros relâmpagos.

Passado um ano da implementação do PIX, o Banco Central já desenha algumas prioridades para aperfeiçoar a ferramenta nos próximos meses. Entre as novidades que a plataforma deve incluir estão: mecanismos para melhorar a experiência do usuário (UX), novas formas de iniciação, PIX Saque e PIX Troco, iniciador de pagamentos no PIX, bloqueio cautelar, mecanismo de devolução, PIX Cobrança, e por fim, a possibilidade de débito automático. Há ainda, a integração do Open Banking com o PIX, que facilitará a realização de compras online além fomentar um mercado financeiro cada vez mais aderente às necessidades da atualidade.

Por Nedyr Pimenta Filho, diretor de Inovação da Provider IT.

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