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Soluções digitais que vieram para ficar

Com o isolamento social, a aceleração da transformação tecnológica foi destaque nos setores de moradia, educação, trabalho e serviços financeiros

Soluções digitais que vieram para ficar

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Internet (Abranet) apontou que o home office deverá permanecer no Brasil mesmo após o fim das diretrizes de isolamento social. Nesse cenário, os recursos tecnológicos são cada vez mais demandados, principalmente aqueles que oferecem soluções na palma da mão. Na pesquisa, 56% dos brasileiros responderam que priorizam serviços de segurança, 47% em nuvem e 38% preferem controlar a casa pela internet, tecnologia também conhecida como smart home. A seguir, confira as soluções tecnológicas que ganharam relevância na pandemia:

Modernização dos residenciais
A adaptação nos residenciais também foi impulsionada pela necessidade crescente de modernização. De acordo com a Winker, empresa de tecnologia para o setor imobiliário, entre junho de 2020 e junho de 2021, houve um aumento de 65% nos cadastros de moradores e engajamento nas plataformas de gestão de condomínios. Dados da mesma pesquisa, que analisou a interação de 5 mil condomínios no Brasil, também mostram que o uso do módulo “Assembleias Virtuais” dobrou nos 5 primeiros meses de 2021 em relação ao ano inteiro de 2020. As reuniões remotas se tornaram populares nos residenciais pela facilidade em participar e votar de maneira online, e sua ATA virtual é guardada em nuvem para consulta posterior.

Na pesquisa, 56% dos brasileiros responderam que priorizam serviços de segurança, 47% em nuvem e 38% preferem controlar a casa pela internet, tecnologia também conhecida como smart home

Visto que mais pessoas estão circulando pelos complexos privados dos condomínios, a tecnologia também teve destaque no setor de segurança eletrônica. “O reconhecimento facial foi uma ferramenta muito solicitada no último ano, já que as pessoas tinham receio em tocar nos interfones por conta de possível contaminação”, explica Thiago Paulo, COO da Winker. As demandas atuais vão além das tags (RFID) e biometria digital. Residenciais procuram tecnologias refinadas para acesso, como sistema de portaria remota, chaves virtuais para visitantes e reconhecimento facial que, inclusive, consegue identificar o uso correto de máscaras e realizar o cadastro de visitantes com foto. Soluções mais modernas também registram automaticamente o horário de entrada e saída e acompanham por vídeo o trajeto de terceiros no condomínio.

Educação no ambiente virtual
Com relação ao desenvolvimento de pessoas, houve uma corrida pela transposição de conteúdos de treinamento e capacitação para o ambiente virtual. “Transpor um curso presencial para online não é, simplesmente, adaptar. Mas pensar no conteúdo educacional de maneira digital”, ressalta o CEO do DOT digital group, Luiz Alberto Ferla. A empresa é especializada em educação digital corporativa.

Há diversas ferramentas disponíveis, mas plataformas do tipo Learning Management System (LMS) são consideradas as mais eficazes, pois permitem unificar diversas soluções em um único sistema de gestão de ensino a distância. “Um LMS inteligente possibilita estabelecer regras, indicar conteúdos e progressão de desempenho, promover engajamento e mensurar resultados, considerando cada colaborador, tanto em relação às suas necessidades individuais quanto às metas estabelecidas”, explica a especialista em Educação Corporativa do DOT digital group, Sueli Andrade. Cursos em formato de vídeos, podcasts, infográficos, quiz e videoaulas, para serem acessados por meio de tablets e celulares, são exemplos do que pode ser adotado.

Automatização de suporte e transações bancárias
Micro e pequenos empreendedores também precisaram se adaptar incluindo a tecnologia em suas rotinas. Uma das procuras mais comuns foi por serviços de automação de backoffice, responsáveis pela digitalização e automatização de operações rotineiras de suporte. Profissionais que trabalham com e-commerce, por exemplo, podem usar essa automação para atividades como controle de estoque, cálculo de frete, rastreamento de entregas, emissão de boletos e geração de notas fiscais. Dessa forma, as ações passam a ser feitas com apoio de um software e deixam de demandar os empreendedores, que podem focar em funções mais estratégicas para o negócio. Relatório recente da McKinsey confirmou que, por conta disso, a automação pode reduzir drasticamente os custos das organizações e ainda aumentar sua produtividade. Não é à toa que 90% das empresas planejam automatizar pelo menos algumas funções nos próximos cinco anos, como aponta estudo de 2021 da Consumer Technology Association.

“Ao entrarem nesse universo de digitalização durante a pandemia, muitos empreendedores viram os benefícios que a automação traz e perceberam o seu potencial enquanto aliada na recuperação da crise”, comenta Piero Contezini, CEO do Asaas — fintech que oferece um serviço de assistente digital focado em micro e pequenas empresas, auxiliando na automação de cobranças e pagamentos. Um dos destaques é o robô de cobranças e o serviço de “mensageria” que ajuda a lembrar os clientes das datas de pagamento, evitando atrasos. Desde o início da pandemia, a fintech viu o número de clientes ativos mais do que dobrar.

Outra empresa que atua com automação financeira é a FacilitaPay — fintech desenvolvedora de uma plataforma para pagamentos e transferências financeiras transfronteiriças — que passou, em 2019, de US$ 1 bilhão de dólares em Volume Total Transacionado pela plataforma para US$ 3,36 bilhões de dólares em 2020. Segundo Stephano Maciel, cofundador e CEO da FacilitaPay, a origem desse sucesso está na praticidade da solução. “Nós fazemos a integração de pagamento de grandes corporações, como e-commerces, corretoras internacionais e SaaS. Ou seja, se uma empresa estrangeira quiser atender clientes locais, nós realizaremos toda intermediação legal e operacional”, explica o CEO.

Na prática, por exemplo, um consumidor no Brasil pode realizar uma compra internacional utilizando um meio de pagamento local, como boleto ou cartão de crédito parcelado. Nessas transações, o cliente final tem a facilidade e agilidade de finalizar a compra com um método de pagamento que está habituado e o cliente ainda tem a opção de escolher em qual moeda deseja receber.

Documentos digitais
A busca por soluções que permitam que empresas e governos continuem funcionando mesmo com colaboradores em home office também gerou aumento na procura por assinatura digital de documentos. A BRy Tecnologia — empresa que desenvolve soluções para identificação, formalização e registro digital — notou um aumento de 172% em assinaturas geradas em sua plataforma na nuvem no início da pandemia, de janeiro a junho de 2020. Com a popularização da assinatura digital de documentos, cresceu também a procura por mecanismos para garantir a segurança e a validade jurídica das assinaturas. O certificado digital, que é uma espécie de identidade da pessoa ou empresa, aumenta o nível de força probatória dos documentos assinados de forma eletrônica. Na BRy, o número de certificados digitais emitidos em 2020 foi 69,7% maior que no ano anterior.

Outra tecnologia que veio para ficar é o software de gestão documental e automação de processos. Com esta plataforma, as companhias fazem a gestão da informação, automatizam suas operações e gerenciam todo o fluxo de trabalho de forma segura, mesmo com o home office. A Stoque, empresa que desenvolve soluções de automação inteligente e digitalização de processos e documentos, viu a demanda por esta solução crescer durante a pandemia. Com a ferramenta de gestão de documentos é possível fazer a captura e extração de dados, as assinaturas digitais dentro da plataforma, armazenar em nuvem e monitorar os indicadores em tempo real. Segundo a Stoque, a economia de custos com espaço físico e processos manuais pode chegar a 75%, além de aumentar a produtividade das equipes. “A digitalização e automação de processos foram notadamente aceleradas. Mesmo com a volta dos escritórios presenciais, essa deve ser a tendência para os próximos anos, frente aos benefícios que trazem”, comenta Thiago de Assis, CEO da companhia.

 

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