Ao final de todo mês de junho, a Assembleia Geral da ONU celebra anualmente o dia das Micro, Pequenas e Médias empresas. O motivo é importante: a categoria representa mais de 90% do total de empresas e cerca de 70% de todos os empregos disponíveis no mundo, segundo as Nações Unidas. No último dia 28, um após a data oficial destinada às MPMEs, a entidade promoveu um painel entre vários países sobre como essas companhias serão a chave para uma recuperação econômica inclusiva e sustentável.
Dentre os assuntos abordados estão os incentivos governamentais a desenvolver estratégias que englobem o crescimento das MPMEs, especialmente em períodos de recuperação durante e pós-pandemia da Covid-19; conscientização sobre o considerável impacto que a pandemia trouxe para as empresas menores e assim, aumentar sua visibilidade neste momento de crise, e capacitação, ou seja, preparar os empreendedores para utilizar o meio digital de forma mais consistente e assim, fortalecer as empresas.
Quando falamos de empresas que, em sua maioria, empregam menos de 250 pessoas, pode-se imaginar que são negócios pequenos, que não fazem falta num contexto global e, por isso, não precisam de grandes investimentos tecnológicos e presença digital. Porém as MPMEs são, na realidade, um grande alicerce da maioria das economias do mundo, com papel fundamental nos países em desenvolvimento. Sendo assim, necessitam de amplo acesso à informação e digitalização com tecnologia de ponta para melhorar o ambiente de negócios.
No âmbito da tecnologia, esse aspecto pode ser destrinchado em alguns caminhos. Um deles, citado no painel, é de que no futuro será necessário investir mais em instrumentos estruturais que possam construir capacidade inovadora entre as micro, pequenas e médias empresas e assim, melhorar sua presença digital, tudo isso pensando em práticas de negócios que sejam financeiramente, socialmente e ecologicamente sustentáveis.
A inovação e o progresso tecnológico são essenciais para encontrarmos soluções duradouras para os desafios econômicos e ambientais, como o aumento de recursos e a eficiência energética. De acordo com a ONU, o investimento global em pesquisa e desenvolvimento como proporção do PIB aumentou de 1,5% em 2000 para 1,7% em 2015 e permaneceu quase inalterado em 2017, mas nas regiões em desenvolvimento, foi inferior a 1%. Desta forma, o mercado tecnológico para as MPMEs possui um longo caminho a percorrer.
Diante desse cenário, existem muitas oportunidades mesmo após as crises dos últimos anos. A tecnologia é elemento essencial e deve estar presente em todos os processos, garantindo segurança, eficiência, bom desempenho e performance, desde o planejamento, monitoramento e até o backup para não perder dados importantes acerca do negócio. É imprescindível, portanto, investir em equipamentos que possam oferecer essa boa estrutura, impulsionando o desenvolvimento das empresas, em conformidade também com a sustentabilidade.
Para melhorar o posicionamento da indústria de tecnologia em relação ao meio ambiente, por exemplo, de acordo com tendências do Boston Consulting Group, cadeias de suprimentos precisam reduzir suas emissões em 45% até 2030, situação que tem levado cadeias de produção a desenvolver estratégias mais sustentáveis em suas operações. Algumas empresas estabeleceram compromissos ambientais de longo prazo, como reduzir emissões de carbono em 20% e o consumo de eletricidade em 40% a cada ano em comparação com a média da indústria. Além disso, ao buscar formas de digitalizar a empresa e assim, adquirir tecnologia, o empreendedor pode investir em computadores e servidores com processadores com maior eficiência energética, que promoverão aos equipamentos maior vida útil e melhor desempenho, e para o planeta, menores gastos de energia e impacto ambiental. Como a geração de energia elétrica representa 25% da atual emissão de carbono, apostar na eficiência energética da tecnologia é uma das ações mais significativas para um consumo mais ético e responsável.
Nesse sentido, é essencial contar com uma rede de suporte que ofereça a capacitação do empresário para compreender melhor os processos e o funcionamento das engrenagens que o farão adentrar o mundo digital. Isso tudo faz parte do dinamismo proposto pela industrialização sustentável (em diversas esferas), quando também aliada a uma boa gestão de infraestrutura e inovação, proporcionando um uso eficaz de recursos.
O mundo e as micro, pequenas e médias empresas dele ainda devem percorrer um longo caminho para desbloquear essa força e potencial de crescimento e digitalização. Para isso, a conscientização desta necessidade de se investir em pesquisa e desenvolvimento e a migração dos negócios para um meio tecnológico e sustentável, deverá ser cada vez mais recorrente nas conversas e debates na nossa sociedade.
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