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Tecnologia inteligente como aliada da educação no ensino híbrido

Quadro negro à frente, um professor falando, estudantes enfileirados numa grande sala, escutando, e fazendo perguntas esporádicas. Foi assim que a maioria de nós aprendeu (ou não!) a Fórmula de Bhaskara, a quantidade de cromossomos dentro das células e que o português Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil em 1500. Este modelo de educação foi estabelecido durante a Revolução Industrial, com o objetivo de replicar uma linha de produção no ambiente escolar e está vigente há mais de um século. Apesar de a indústria ter evoluído com diversas inovações ao longo dos anos, o sistema educacional pouco mudou.

Se antes o conhecimento era encontrado majoritariamente nas enciclopédias e livros, universidades e professores, hoje o cenário é diferente. Agora, no século XXI, a informação e o conhecimento estão em todo lugar; com uma sequência de toques, em segundos, qualquer pessoa com acesso à tecnologia tem uma informação à sua mão para agregar conhecimento. A intimidade com a tecnologia faz com que a Geração Z e a Geração Alpha não se adequem mais ao sistema tradicional de ensino, de modo que a inovação se torna indispensável para gerar engajamento dos estudantes.

Quando se fala em tecnologia, um termo que tem feito parte do vocabulário de diferentes verticais da indústria é a Transformação Digital. O conceito é muito mais do que simplesmente digitalizar o que era analógico. A Transformação Digital veio para mudar o jeito com que as pessoas se comunicam, jogam, trabalham e estudam, resultando em uma mudança cultural à medida que tecnologias são utilizadas para resolver problemas tradicionais.

Com a pandemia da Covid-19, as medidas de distanciamento social afetaram a maior parte dos setores da economia, de modo que o consumo das famílias recuou 5,5% e consumo do governo caiu 4,7% no Brasil em 2020, segundo dados do IBGE. Nessa conta entra também o fechamento de escolas e instituições de ensino, que permaneceram fechadas na maior parte do ano.

Questões econômicas à parte, o efeito do fechamento das escolas é devastador. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a infância, Unicef, mais de 168 milhões de crianças completaram, em março de 2021, um ano sem ir à escola. Além do prejuízo na aprendizagem e aumento da evasão escolar, a ausência de aulas dos alunos brasileiros deve impactar também a economia, de modo que dificuldades na produtividade e aumento da desigualdade social devem ser sentidas no país como reflexo nos próximos 15 anos, de acordo com o Boletim Macro Fiscal do Ministério da Economia.

Para manter os alunos estudando, as instituições de ensino se viram na necessidade de acelerar a transformação digital, especialmente para aquelas que não tratavam do assunto como prioridade. Escolas e universidades adequaram o ensino à distância à nova realidade para manter os alunos conectados. Estudiosos afirmam que a pandemia acelerou a adoção de soluções de tecnologia de cinco anos para um. O investimento de tecnologias integradas ao sistema de ensino deve ser, no entanto, perene nas instituições públicas e privadas, mesmo depois da pandemia, uma vez que o uso da tecnologia inteligente em ambientes escolares facilita o acompanhamento individual, aumenta o engajamento dos estudantes e apresenta novas ferramentas aos professores.

Desde o início do isolamento social e fechamento de instituições de ensino, vimos uma explosão de conteúdos digitais voltados à educação em plataformas como YouTube e até mesmo Tik Tok, com milhões de visualizações, reforçando a ideia de que a aprendizagem extrapola os limites da sala de aula e bibliotecas, e invade o ambiente digital.

Neste cenário, é necessário também levar em consideração o professor, que precisa ter a capacitação adequada para que consiga desenvolver soluções para o uso das novas tecnologias com a finalidade de aplicar uma nova aprendizagem mais alinhada ao perfil e às demandas da geração de alunos que é nativa digital. Dessa forma, o profissional será capaz de explorar e extrair o melhor de cada ferramenta e inovar, utilizando recursos presentes no dia a dia dos alunos, como e-Sports e games, por exemplo.

O Brasil conta com mais de 180 mil escolas e 2,5 mil universidades, entre instituições públicas e privadas. O país, no entanto, apresenta gargalos que devem ser superados para que essas inovações sejam implementadas. A Pesquisa TIC Educação 2019 mostra que 40% dos alunos de escolas públicas não têm acesso ao equipamento mínimo necessário para continuarem seus estudos, mesmo à distância como computador, tablet e internet de qualidade. Para não perdermos 15 anos (aproximadamente o tempo de meia geração) é necessário que mesmo após a pandemia a adoção de tecnologias inteligentes seja prioridade entre as instituições públicas e privadas, com estratégias de acelerar o aprendizado dos alunos por meio de formação qualificada dos profissionais, infraestrutura adequada e soluções integradas.

Por Augusto Rosa, diretor de vendas para os segmentos de Educação e Governo da Lenovo.

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Comentários

  1. Augusto Rosa

    Obrigado ao time da InforChannel pela publicação! O maior desafio que temos no nosso país é, como iremos administrar esse GAP de ensino que tivemos durante essa pandemia de forma a não afetar o tempo de meia geração! A evolução de um país é sabido por todos que vem diretamente da educação … e, para minimizar esse tremendo impacto, a adoção de tecnologia, a metodologia do ensino e a capacitação dos professores nunca foram tão cruciais como é e será ainda mais!
    O setor da saúde sofreu e continua com um belo desafio pela frente que é salvar vidas… e, não é diferente na educação. Os educadores, professores sofreram e, continuam com um belo desafio que é “ditar” o futuro do nosso país mediante ao aprendizado social, econômico, político e religioso!
    O posicionamento da nossa marca é pautado muito no propósito social e depois o comercial. Isso é a tradução de responsabilidade que temos com as crianças, jovens, adultos e idosos que acordam todos os dias com a esperança de um mundo melhor!

    1. Irene Barella

      É uma satisfação poder contribuir para a divulgação de conteúdo relevante e essencial como este.

  2. Leonardo

    A Lenovo foi comprada pela Motorola ?

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