Representantes do Governo e especialistas do mercado se reuniram em um evento virtual, promovido pela Dell Technologies, para discutir a importância da tecnologia para aceleração da retomada da economia e uma maior inclusão social e oportunidades para empresas, governos e os cidadãos. Durante os três dias do evento Sociedade Conectada: O papel dos Governos e da Tecnologia na Revolução Digital, realizado nesta semana (entre 27 e 29 de janeiro), foram discutidos temas como a implementação do 5G, cibersegurança, a transformação digital dos órgãos públicos, o cenário econômico e o papel da tecnologia na educação e inclusão.
Durante o painel da última quinta-feira (28/1), voltado a debater a importância da tecnologia para a aceleração da economia, Luis Felipe Salin Monteiro, secretário de Governo Digital do Ministério da Economia, revelou que hoje a transformação digital do Governo Federal gera economia de R$ 1,5 bilhão anual aos cofres públicos e reduz 150 milhões de horas de burocracia. “Ela permite que um mesmo serviço entregue no digital seja 97% mais barato do que no canal presencial”, destacou o secretário.
Também no mesmo painel, do qual também participaram Elias de Souza, líder de Governo e Setor Público da Deloitte, e Leonardo Araújo, diretor sênior de Serviços de Consultoria da Dell Technologies na América Latina, os especialistas foram unânimes ao destacar a importância de investir em uma infraestrutura preparada para suportar as transações cada vez mais digitais. “Esse processo exige governança digital e arquitetura de dados multiprotocolo, que possa ser acessada de qualquer lugar, por qualquer pessoa, ou seja, sem construir uma infraestrutura baseada em dados, não será possível atender o cidadão”, completa Araújo.
Apesar de ser um tema muito difundido, há ainda muitos erros na interpretação do que é uma transformação digital efetiva. Para Elias de Souza, muitas vezes quando falamos sobre transformação digital, estamos apenas pegando algo do físico e convertendo em um documento eletrônico. “A transformação é um passo adiante, quando eu converto todo o processo atual, seja físico ou digital, para ser mais célere, inclusivo e que realmente atenda a pessoa que está na ponta, que é o cidadão”, pontua o líder de Governo e Setor Público da Deloitte.
5G e segurança
Já no painel da quarta-feira (27/1), Ronaldo Lemos, advogado especializado em tecnologia, mídia e propriedade intelectual, e Bruno Assaf, diretor para Setor Público da Dell Technologies Brasil, debateram sobre as oportunidades para uma nova era digital no Brasil a partir da implementação do 5G e como isso desafia o combate aos crimes cibernéticos.
A chegada do 5G vai gerar mudanças sem precedentes em nossas vidas, possibilitando cidades inteligentes e inovações que vão beneficiar a sociedade como um todo. Nesse sentido, a segurança e a proteção de dados se tornarão ainda mais importantes. “O dado é o novo petróleo. E tal como petróleo, o dado também vaza, e gera danos ambientais muito grandes e difíceis de serem reparados”, alerta Ronaldo Lemos.
“A pandemia serviu como um catalizador de transformação. O Governo já vinha desde 2019 implantando políticas de aceleração digital. Tem ocorrido um avanço muito rápido e nós temos participado com essas entidades governamentais para garantir uma infraestrutura ágil que possa servir aos brasileiros nessa aceleração”, afirma Bruno Assaf.
Educação e Inclusão
Já no painel desta sexta-feira (29/1), a discussão girou em torno dos avanços na educação dentro de um cenário de transformação digital e como a tecnologia pode revolucionar o setor de forma positiva, promovendo uma maior inclusão da sociedade. O evento contou com a presença de Wandemberg Venceslau Rosendo dos Santos, secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Izabela Murici, sócia da Falconi especialista em gestão da educação e gestão pública, Aléssio Hagen, diretor para Governo e Cidades Digitais da Dell Technologies para América Latina, e Eder Soares, líder do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Dell Technologies Brasil.
A pandemia mostrou que a tecnologia no ensino pode revolucionar o setor de forma positiva, mas para promover uma maior inclusão da sociedade, é preciso avançar em alguns pontos, principalmente na preparação para o retorno às aulas presenciais, mesmo que em modelo híbrido. “A pandemia acelerou muito a transformação digital, foi uma quebra de paradigma. É importante que as redes se preparem para o retorno às aulas, tenham um bom planejamento e considerem junto com a Secretaria de Saúde os protocolos sanitários”, diz Izabela Murici.
Para Alessio Hagen, a mudança deve ser mais profunda, já que o sistema educacional foi criado na época em que o objetivo era formar trabalhador para operar fábricas. “Hoje precisamos de pessoas criativas, o empreendedorismo deve fazer parte do ensino para criar mobilidade social riqueza que vai ser compartilhada com os demais”, pontua.
A tecnologia impacta diretamente no aluno, possibilitando a autonomia sobre o aprendizado e no incentivo à continuidade do estudo. “Se o discente (aluno) não está satisfeito com o conhecimento adquirido, ele não tem incentivo para permanecer na escola, isso é algo essencial para tratarmos. Precisamos utilizar as tecnologias que já estão disponíveis no setor privado para o ambiente educacional”, ressalta Wandemberg Venceslau Rosendo dos Santos. “O setor público tem que trabalhar com o setor privado para encontrar soluções para se adaptar a esse processo de mudança tecnológica. Ano passado fomentamos mais de 30 cursos no MEC, o que demonstra a rapidez com que disponibilizamos programas de educação a distância” finaliza.
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