book_icon

Campanha de vacinação contra a Covid-19: GIS é peça-chave

Um dos maiores desafios de todo plano logístico sempre foi a gestão e prevenção de perdas em todo o processo da cadeia, desde a hora em que o produto sai do chão de fábrica até a entrega no destinatário. Diante disso, utilizar de tecnologia de localização, como os sistemas de informações geográficas (SIG), se torna fundamental, pois permite criar recursos valiosos para a gestão de perdas.

No caso da distribuição de vacinas, que são extremamente sensíveis a mudanças de temperatura, é necessário manter uma faixa ideal para que elas se mantenham eficazes. Aproximadamente 25% das vacinas distribuídas estão comprometidas devido ao mau gerenciamento da temperatura.

Aí vai um dado interessante: de acordo com um relatório de 2019 da Associação Internacional de Transporte Aéreo, é estimado que os danos farmacêuticos relacionados à temperatura custam à indústria de saúde mais de US$ 34 bilhões por ano. Alarmante, não é?!

Por essas e outras razões que diversas empresas, como a Gol e a Azul, se prontificaram a disponibilizar, de forma gratuita, sua frota de aviões para apoiar no transporte dos lotes de vacina contra a Covid-19 que por aqui chegarem, ou seja, se comprometeram com a saúde nacional. Ponto para elas, pois se esse gerenciamento não for realizado de forma adequada, será extremamente caro, tanto em orçamento quanto para a saúde global.

Visto isso, todo o planejamento e gestão da distribuição pode ser realizado com suporte à decisão, utilizando tecnologias como IoT e SIG de forma conjunta, proporcionando uma capacidade de rastrear mudanças de temperaturas com sensores, integrado a um mapa inteligente rastreado, o que possibilita maior agilidade em tempo de resposta a uma emergência.

Planejamento como principal orientador de sucesso
Como é sabido, o mundo todo possui desafios logísticos. Para que a vacina chegue a todos de forma igualitária, sem privilégios a nações carecidas de acesso, o planejamento por parte dos governos é essencial. Com mapas temáticos inteligentes, contendo as áreas prioritárias e entendendo os locais que possuem, ou não, infraestrutura, os governos conseguem priorizar as ações e esforços para planejamento do atendimento à população emergente da forma adequada e célere.

Um exemplo é que cada vacina atual, além da desenvolvida no Brasil, tem diferentes requisitos de armazenamento. A faixa de temperatura da vacina Pfizer só pode ser mantida com um freezer ultracold ou gelo seco. A vacina da Moderna deve ser mantida congelada, mas as temperaturas padrão do freezer são suficientes. Já a AstraZeneca pode ser armazenada em uma geladeira padrão.

Com um mapa inteligente, as partes interessadas podem planejar suas estratégias de distribuição, categorizando por tipo da infraestrutura disponível, para que não aconteça perdas e/ou falta de abastecimento, como, por exemplo, a falta de gelo seco disponível no mercado para abastecer esses locais.

Tudo o que foi mencionado volta a cerca de que os gestores precisarão de inteligência geográfica para identificar a localização mais estratégica dentro do País.

Abaixo, deixo dicas do que é necessário observar para realizar o planejamento de distribuição das vacinas:

1. Elaborar um plano de gestão de perdas e riscos;
2. Identificar instalações capazes de armazenar e distribuir a vacina e suprimentos;
3. Identificar e priorizar populações críticas;
4. Identificar potenciais falhas na cadeia quanto ao acesso a locais precários e formular opções alternativas de distribuição;
5. Implementar um Sistema de Gerenciamento e Inventário de Vacinas;
6. Fornecer transparência e comunicação através de dashboards analíticos em tempo real.

Olhando adiante no planejamento
Os governos e organizações em todo o mundo devem considerar minimamente os fatores mencionados acima ao desenvolver planos para a distribuição da vacina. A comunicação deve ser tratada com clareza e grande transparência para conduzir uma campanha de vacinação eficaz e fortalecer a confiança do público no processo de distribuição da vacina.

Assim como a Covid-19 se espalhou de um lugar para outro, a vacina deve seguir caminhos geográficos para suportar uma recuperação global. Ao contrário do vírus, no entanto, as possíveis rotas da vacina são limitadas pela cadeia de infraestrutura logística.

A inteligência geográfica é a chave para entender para onde as vacinas precisam ir e como fazê-las chegarem lá. Como cada uma das organizações de saúde possui regras para aprovar as vacinas em cada território. Com o processo de distribuição começando a tomar proporções maiores, as tecnologias de inteligência geográfica, certamente, provarão ser uma ferramenta essencial na otimização da cadeia de suprimentos e gestão em respostas às emergências.

Por Jeferson Cruz, especialista em Marketing da Imagem Geosistemas.

Últimas Notícias
Você também pode gostar
As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem exclusivamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da Infor Channel ou qualquer outros envolvidos na publicação. Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da Infor Channel.