Aumentar a concorrência, diminuir custos, melhorar a experiência do consumidor e aumentar a inclusão financeira são os princípios para o desenvolvimento do Pix e do Open Banking. Esses foram alguns dos pontos discutidos no Roda Viva da Inovação – Open banking e Pix, webinar promovido pela Capco, consultoria global de gestão e tecnologia dedicada ao setor de serviços financeiros, com parceria do Sebrae e apoio do InovaBra Habitat.
O evento teve a participação de líderes desses projetos no Banco Central: Breno Lobo, coordenador do projeto de implantação do Pix e chefe de subunidade no Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro, e Diogo Silva, responsável pelo arcabouço regulatório do Open Banking e chefe de subunidade no Departamento de Regulação do Sistema Financeiro. O diretor executivo da Capco, Luciano Sobral, responsável pelo tema de Open Banking na Capco Brasil, mediou o evento junto com Hugo Lumazzini Paiva, do Sebrae.
Uma das principais formas de fazer uma transação com o Pix será com o uso de QR Codes, que poderão ser facilmente lidos pelas câmeras dos celulares dos usuários sem a necessidade de aplicativos específicos. “O QR Code pode ser facilmente gerado. Para pequenos negócios, será simplesmente imprimir um QR Code e colocar no balcão”, compartilha Breno. A facilidade para integração de dados e sistemas, a segurança, com processos de autenticação ao longo da cadeia, o ambiente aberto – cerca de 900 instituições estão no processo de adesão, e a gestão por um agente neutro – o Banco Central – são outras características fundamentais do novo meio de pagamento.
“O potencial disruptivo do Pix irá trazer uma simplificação da cadeia de pagamentos, permitindo interações diretas entre negócios e consumidores, sem a necessidade de intermediadores. Será muito simples para um pequeno negócio aceitar pagamentos Pix, pois não é necessário nenhum equipamento adicional. Já acompanhamos o sucesso do uso de QR Codes na China e entendemos que há um grande potencial do Brasil seguir esta mesma tendência. Além disso, o Pix introduziu uma nova figura no mercado: o iniciador de transação de pagamento. É um nicho totalmente novo que abre grandes possibilidades de negócio”, ressalta Luciano Sobral.
Um dos principais pontos desta regulamentação é a criação de padrões para os serviços financeiros – permitindo uma melhor comparação – e para as comunicações entre as empresas e o sistema bancário (API – Application Programming Interface). “Esta é uma parte crucial do projeto, como vimos ocorrer no Reino Unido. Neste mercado, observamos como a inovação foi gerada através da conexão de negócios em um ambiente seguro e regulamentado”, explica o diretor executivo da Capco.
Este projeto tem quatro fases: acesso ao público a dados de instituições – permitindo comparações; compartilhamento entre instituições participantes de informações de cadastro e transações de clientes; compartilhamento do serviço de iniciação de transação de pagamento, e do serviço de encaminhamento de proposta de operação crédito entre instituição financeiras e correspondentes no País; expansão do escopo de dados para abranger, entre outros, operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência complementar aberta.
“A Capco tem participado de iniciativas semelhantes em outros países, como no Reino Unido, que já está bem maduro no processo de implementação do Open Banking. Acompanhamos o surgimento de novos produtos e serviços através da integração de dados entre empresas, não apenas da área financeira, mas também de outros setores, como varejistas e indústria. Com isto, o cliente é empoderado e a concorrência aumenta. Porém, isto reforça a importância do regulador, que tem um papel fundamental para liderar esta mudança e apontar os melhores caminhos”, disse Luciano Sobral. “Além disso, a abertura de dados irá permitir uma maior integração da indústria financeira a novas cadeias de serviços, gerando novos produtos aos seus clientes. O grande desafio é rentabilizar esses novos negócios para que essa cadeia seja sustentável”, complementou o diretor executivo da Capco.
“Nesta nova abordagem, o poder sai das instituições e vai para o consumidor. Ele pode decidir compartilhar ou não seus dados. Queremos também uma experiência sem atritos, mais ágil e eficiente. Com isso, antevemos até o aparecimento de novos negócios como markteplaces de serviços financeiros e outros”, disse o representante do BC.
A Capco é uma empresa global de gestão e tecnologia dedicada ao setor de serviços financeiros; oferece consultoria, integração de pacotes e tecnologias complexas, entrega de transformação e gestão de serviços, para o avanço de suas organizações. É especializada em serviços bancários, mercados de capitais, gestão de patrimônio e investimentos, finanças, seguros, risco e compliance. Nos Estados Unidos, também atua em consultoria no setor de energia.
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