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Oportunidade na crise: o boom do mercado de private banking no Brasil

Em meio ao risco de recessão, bancos buscam profissionais com certificação CFP para atender a demanda crescente de clientes com fortunas acima de R$ 3 milhões
Oportunidade na crise: o boom do mercado de private banking no Brasil

O cenário econômico conturbado exige assessoria especializada para garantir estabilidade aos investidores, independente da faixa de renda. No Brasil, um segmento seleto dentro dos bancos, formado por clientes com patrimônio na casa dos milhões, trouxe luz para uma demanda específica de atendimento no chamado private banking – onde atuam os especialistas de investimentos com a Certified Financial Planner, a certificação CFP.
“Hoje, R$ 1,322 trilhões estão dentro do mercado private brasileiro. Em 2011, o mercado estava abaixo de R$ 500 bilhões. Os números mostram que a demanda de clientes cresceu numa escala inversamente proporcional à capacidade de atendimento, por isso, a busca por profissionais certificados está grande no setor”, avalia o economista Fabio Louzada, CEO da startup Eu Me Banco e referência nacional em certificações financeiras.
A defasagem de profissionais qualificados para atender o segmento private, citada por Louzada, é comprovada pela Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar), que emite a certificação CFP no país. Atualmente, pouco mais de 4 mil brasileiros tem a certificação, sendo o Brasil o oitavo país no mundo em quantidade no ranking mundial – liderado por Estados Unidos, China e Japão, países que prezam pelo planejamento financeiro.
Segundo a Financial Planning Standards Board (FPSB), entidade que reúne as instituições de 26 países que têm direito a conceder o título, a certificação cresceu 17% entre os anos de 2017 e 2018. O Brasil é um dos países onde a busca pelo certificado mais aumentou nos últimos anos.
“O CFP é uma espécie de selo de qualidade para os planejadores financeiros e pré-requisito para atender clientes dentro do private banking, ou seja, correntistas com fortunas a partir de R$ 3 milhões. Mesmo com a economia em recessão, a expansão do mercado private é perceptível no Brasil, cresceu incríveis 8,8% em 2019”, explica Fabio Louzada, citando dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Private banking: a menina dos olhos dos bancos
Diferente do varejo tradicional, os clientes private não tem gerente de conta. São atendidos pelo banker, profissional com CFP que além de atuar na gestão estratégica dos investimentos, cuida de forma holística do planejamento financeiro, analisando aspectos patrimoniais e sucessórios, sempre com olhar atento a tudo que se refere às condições financeiras do cliente.
Para atendê-los, os bancos estão investindo em estrutura e pessoal. O Santander tem escritórios em 10 estados atendendo clientes com mais de R$ 5 milhões para investir. O Itaú dobrou o tamanho de sua equipe de investimentos voltada para o private nos últimos dois anos. O Bradesco contratou 40 funcionários no ano passado para ampliar a capacidade de atendimento no segmento. UBS e o Credit Suisse aumentaram suas equipes de gestão de fortunas no Brasil em mais de 10% em 2019 e planejam mais contratações neste ano.
“São clientes que atraem muito dinheiro para os bancos, o que justifica a grande corrida do mercado atrás de bankers com habilidade não apenas para fazer a gestão eficiente das contas, mas também com expertise para atrair novos membros ao private. Todos estão disputando uma fatia desta carteira de R$ 1,322 trilhão”, analisa Fabio Louzada, que prepara profissionais da área financeira em busca de aprovação na prova da certificação CFP aplicada pela Anbima.
Louzada lembra que de acordo com o Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Distribuição de Produtos de Investimento, as instituições precisam ter no mínimo 75% dos seus gerentes de relacionamentos com CFP.
“Colocando a lupa sobre o private, além dos bankers, também trabalham neste segmento assistentes e investors/advisors, menos da metade destes com CFP. Apesar da não obrigatoriedade de certificação, a competitividade entre os bancos e necessidade de cumprir a regulação acendeu o sinal de alerta para quem é contratado, elevou a barra de qualificação. Neste mercado, ter o CFP se tornou essencial. É estratégico para os bancos e fundamental para quem vislumbra voos mais altos na carreira”, finaliza o especialista.
Para mais informações sobre certificação e formação de profissionais especialistas na área de investimentos, acesse www.eumebanco.com.br.

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