Cada vez mais o design centrado no usuário ganha importância nos negócios das empresas. A atividade de UX Design busca gerar a melhor experiência possível ao usuário no uso de sites, aplicativos e plataformas. Esse processo ocorre por meio de pesquisas e interações com os clientes, validação com equipe de produtos e de programação e, por fim, condução de testes com alguns usuários. De uns anos para cá, o método alterou a rotina das equipes de programação e de desenvolvimento de produtos das organizações.
Movidas por inovação e atentas às mudanças de paradigma no mercado, onde o consumidor mais do que nunca é o senhor da razão, as startups brasileiras também estão apostando nos profissionais da área para aumentar seus resultados e, consequentemente, atender um volume maior de clientes. A importância têm uma explicação: nenhuma delas quer perder a oportunidade de conquistar o usuário, uma vez que 88% deles estão menos propensos a retornar a um site ou aplicativo após uma experiência de uso ruim, segundo pesquisa da empresa Micro Focus.
Esse é o caso da Creditas, fintech que oferece empréstimos com garantia a pessoas físicas, que neste início de ano mantém uma equipe de quatro UX Designers em sua equipe. Primeira profissional da área contratada na empresa, Bárbara Salera, explica que o processo de evangelização entre os gestores e demais colaboradores não foi fácil, porém o poder de resiliência foi determinante para que o setor atingisse o patamar atual dentro da organização. “Nos dois primeiros anos de empresa, o foco era construir telas a partir da demanda dos programadores. Com o tempo, conseguimos mostrar a importância de que era preciso primeiro entender os problemas para depois apresentar soluções eficazes que pudessem satisfazer os usuários”, afirma. Segundo ela, atualmente o time é extremamente importante no modelo de negócio e é consultado nas principais decisões estratégicas da startup. “Claro que o UX não é um provedor de soluções. Implantamos processos visando descobrir as soluções de forma colaborativa e que possam trazer resultados mais assertivos”, finaliza.
Outro caso de necessidade de convencimento sobre a importância do UX ocorreu no GuiaBolso, plataforma que ajuda no controle financeiro das pessoas. Lucas Pazin, Head of UX, esclarece que o processo foi árduo. Alcançado, hoje a fintech adotou uma metodologia própria, com sete dias de duração, para realizar o aperfeiçoamento do produto. Ele é adotado tanto para lançamento de novas features quanto em resoluções de problemas reportados pelos usuários. “Um caso marcante nesse período em que estou na empresa foi quando tentamos replicar a funcionalidade de controle de dinheiro físico nos smartphones iOS, bastante utilizada nos gadgets Android. Durante as pesquisas com os usuários, devido ao perfil de consumo dessas pessoas, conseguimos constatar que a função não teria aderência. Em linhas gerais, economizamos tempo e dinheiro nesse caso”, elucida.
Já a TelaVita, marketplace que conecta psicólogos com pacientes, realiza nesse momento a implementação da cultura. Há três meses ocupando a liderança do setor na startup, Felipe Borges, conta que já introduziu algumas práticas até então desconhecidas pelos colaboradores. “O mais interessante de tudo é que a receptividade da equipe está sendo bem legal e alguns já até apresentam ideias. Os fundadores, baseados na experiência anterior à minha chegada com outros formatos de desenvolvimento, estão conscientes e felizes com os resultados alcançados até aqui. A tendência é que o trabalho e a importância do UX Designer no desenvolvimento do negócio evolua de maneira gradativa”, conclui.
UX Experience 2019
As apresentações ocorreram durante o UX Experience 2019, evento organizado pela escola de tecnologia e programação Ironhack, na sede da Creditas, em São Paulo. O encontro reuniu mais de 100 participantes interessados em conhecer os principais desafios da carreira dos UX Designers no mercado de trabalho e até mesmo para realizar networking. Além dos relatos sobre a atuação nas startups, o evento contou com palestra de Bruna Alves Maia, UX Researcher da Gympass, que explanou sobre as metodologias e processos de pesquisa de usuário existentes no mercado. O público também participou de workshop sobre Design Thinking, capitaneado por Ronaldo Zanardo, CEO e fundador do Innova Thinking.
De acordo com Tiago Mesquita, general manager da Ironhack no Brasil, o saldo do UX Experience 2019 foi extremamente positivo. “Sentimos que os participantes gostaram muito dos conteúdos expostos. Também houve muitos questionamentos e interação entre palestrante e público ao final de cada apresentação. Sem dúvida, iremos preparar novas edições sobre o tema futuramente”, encerra.
Leia nesta edição:
PRÊMIO IC - DESTAQUES DE TIC 2024
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TELECOMUNICAÇÕES
5G: a real revolução ainda está para acontecer
ESCPECIAL - ANUÁRIO DE TIC 2024/25
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