*Tiago Lourenço Cardeal da Costa
Poucas áreas foram tão afetadas com a evolução da tecnologia quanto a de meios de pagamento. Simplificar as transações financeiras é uma das principais preocupações entre as startups que trabalham com soluções tecnológicas, o que popularizou o conceito de fintech, ou seja, as inovações voltadas ao setor financeiro. Todos os anos surgem dezenas de recursos e novidades que simplificam a vida de pessoas e empresas – transformando para sempre a forma como enxergamos esse mercado.
É praticamente um caminho sem volta para as empresas que trabalham com finanças e meios de pagamento. A pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária, realizada pela Deloitte em parceria com a Federação Brasileira de Bancos, indica que os investimentos em tecnologia feitos pelo setor somaram R$ 19,5 bilhões no país em 2017, um aumento de 5% em relação ao ano anterior. As transações bancárias em canais digitais cresceram 30% e o mobile banking, modalidade feita pelos smartphones, representa mais de um terço das operações bancárias realizadas no ano passado.
A tecnologia é importante porque permite o surgimento de soluções inovadoras, reduzindo o risco e custo envolvido. A automação permite fornecer uma solução mais completa, eficiente e barata aos clientes. Assim, um número maior de pessoas consegue aproveitar seus benefícios ao mesmo tempo que gera aumento de demanda e oportunidades de negócios. Isso permite uma inclusão mais democrática, fazendo com que o Brasil caminhe para se tornar uma “sociedade cashless”, ou seja, com movimentações digitais ao invés de dinheiro vivo – o que ajuda muito em termos de segurança, prevenção à lavagem de dinheiro e combate ao crime organizado.
Para isso, é preciso trabalhar com dados, a nova riqueza da economia mundial (“os dados são o novo petróleo” é o mantra das empresas de tecnologia). Em um mundo conectado, saber extrair inteligência das informações é essencial para se diferenciar no mercado. Conceitos como machine learning, CRM e análises preditivas são realidades no setor. As soluções serão cada vez mais personalizadas porque as corporações terão um conhecimento profundo dos clientes e poderão oferecer os melhores produtos no momento mais adequado.
No caso das empresas de pagamento, esse caminho é facilitado porque elas já são quase 100% automatizadas. A tendência é, no futuro próximo, ver segmentos como antifraude totalmente automáticos, com o mínimo possível de interação humana. O atendimento deve ser mais personalizado, a iniciativa open banking vai se potencializar ao colocar o cliente no controle de seus dados e as soluções em segurança e funções que reafirmam as transações digitais, como NFC, blockchain e pagamento biométrico, devem se popularizar.
Como se vê, a tecnologia é – e será – o grande diferencial das empresas no mercado financeiro, com soluções cada vez mais complexas e personalizadas. As interações com inteligência artificial para direcionamento e organização da vida financeira estarão presentes e a economia caminhará para um cenário cashless, com menos intermediários. É necessário que as empresas de meios de pagamento invistam nessa nova realidade. Quem fizer isso conseguirá prosperar e conquistar novos mercados. Caso contrário, estará obsoleto e defasado em relação às necessidades de seu público-alvo.
*Tiago Lourenço Cardeal da Costa é product manager da Acesso
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