Ingrid Imanishi (*)
Com o ritmo acelerado de inovações tecnológicas, várias empresas tentam se transformar para acompanhar as mudanças e se preparar para o futuro. Numa perspectiva mais holística, algumas consultorias apontam que a inteligência artificial e a automação cognitiva terão cada vez mais um papel importante na geração de insights práticos para implantar essas transformações inevitáveis para a economia 4.0.
Recentemente, a consultoria Deloitte divulgou, em parceria com a NICE, o white paper “O futuro das operações – indo além da automação de processos”, em que apresenta caminhos para lidar com a mais recente onda cognitiva, destinada a aprimorar a automação robótica de processos, tanto na questão prática quanto estratégica.
Primeiro, houve a automação e, em seguida, a automatização de processos (RPA), que nos guiará a um novo patamar de eficiência. Segundo o documento, a tendência é que as empresas passem a dominar as soluções de Robotic and Cognitive Automation (R&CA) para que se mantenham relevantes e competitivas.
Na era do pós-consumidor, as pessoas desejam que as companhias identifiquem suas necessidades antes mesmo que elas apareçam. São intolerantes à burocracia e buscam mais fluidez e transparência nas interações. Nesse sentido, as empresas que quiserem conquistar este novo público, que tem muito mais a ver com a mudança de mindset do que com faixa etária, poderão investir em automação robótica e cognitiva para transformar dados em inteligência, permitindo que as marcas lidem melhor com o cliente ao longo de sua jornada.
Com os avanços contínuos das soluções de automação robótica, as corporações terão detalhes que poderão definir a melhor abordagem e a adoção de técnicas mais assertivas para que estejam na vanguarda da experiência do cliente.
Com o RPA ganhando força, as soluções de R&CA representam um passo adiante com a tecnologia cognitiva, que terá a Inteligência Artificial (IA) como ferramenta-chave para integrar a automação robótica que temos hoje ao Robotic and Cognitive Automation (R&CA).
Além de IA, a automação cognitiva pode agregar novas funcionalidades, como a capacidade de “ler” e “escutar” por meio da detecção automatizada de dados e biometria de voz, garantindo mais agilidade e segurança durante a jornada. No caso do processamento de uma fatura, por exemplo, a robótica permite processar as informações, por meio do reconhecimento óptico de caracteres (OCR), e inserir os dados nos campos corretos de uma plataforma, liberando os profissionais das atividades repetitivas para atuar em funções mais estratégicas.
O white paper da Deloitte e da NICE aponta para um cenário amplo de oportunidades, com envolvimento crescente da área de negócios das empresas. Mais do que tecnologia, a automação cognitiva é uma decisão que passa também pela mudança de mindset do alto escalão da empresa, que precisa acreditar na tecnologia como parte do ecossistema de inovação, capaz de transformar os negócios. A automação robótica cognitiva é uma realidade, que certamente fará a diferença para as organizações que querem se preparar para o futuro.
(*) Ingrid Imanishi é consultora de soluções avançadas da NICE
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