O lixo eletrônico já preocupa as principais autoridades ambientais ao redor do mundo. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), até 2021 espera-se que a produção de resíduos eletrônicos chegue a 52.2 milhões de toneladas ao ano – o que representa um problema ambiental e de saúde pública, caso os níveis de reciclagem não acompanhem a curva de crescimento.
Em São Paulo, a Coopermiti realiza diversas ações para popularizar o descarte regular de aparelhos eletrônicos quebrados ou sem uso. A cooperativa especializada na reciclagem desse tipo de material recebe televisores, rádios, computadores, celulares e diversos outros aparelhos que sem a destinação correta se transformam em vetores de contaminação do solo. Estes equipamentos podem liberar materiais como Mercúrio, Cádmio, Cobre e Cromo, caso dispostos em aterros não licenciados e controlados.
Contudo, além da falta de apoio institucional, a cooperativa que conta com a doação do e-lixo, sofre com a falta de conscientização da população sobre o descarte regular. Muitas pessoas encaram a ação como uma ação moral e não como a responsabilidade social e ambiental que verdadeiramente é – e, por isso, acabam desistindo de colaborar ao menor sinal de dificuldade.
O resultado dessa cultura fica explícito com uma prática bastante comum: o descarte irregular de lixo eletrônico e entulho próximo a pontos de coleta regulares, como ecopontos e postos oficiais. Na Coopermiti, a volta do feriado estadual de 9 de julho foi marcado por restos de TVs, CRT e carcaças na frente da sede da cooperativa que estava fechada no momento.
Esse tipo de comportamento, além de gerar custos para a cooperativa, ainda deixou os eletrônicos na rua e menos de 24 horas já foram suficientes para que acontecesse a destruição de algumas partes, garimpagem indevida, exposição de elementos tóxicos e peças que acabaram caindo nos bueiros, poluindo o meio ambiente e colaborando com enchentes, acúmulo de água e proliferação de insetos.
É urgente que a população entenda que cada um é responsável pelo lixo que produz. Não é uma questão de boas ações, mas de responsabilização. Os ecopontos pela cidade estão em plena expansão, mas ainda são insuficientes para o número de habitantes – no entanto, essa não pode ser uma justificativa para poluir e destruir o meio ambiente.
Como consumidores desenvolvemos a cultura de pesquisar o fornecedor e o produto antes de sua compra. Precisamos também desenvolver a mesma cultura para o descarte dos nossos resíduos, pesquisando previamente o local adequado onde devemos descartar o nosso e-lixo.
Por Alex Pereira, presidente da Coopermiti
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