A interrupção de uma operação corporativa ou industrial pode trazer prejuízos significativos. Obras ou reformas podem acarretar tais paradas, gerando perdas ao negócio. Mas a tecnologia BIM – Building Information Modeling pode sanar este gap, oferecendo soluções para planejar as construções sem ônus para as empresas.
O modelo BIM, baseado em software 3D, permite integrar, em uma plataforma consolidada, informações sobre todo o ciclo de vida da obra e sobre todas as etapas e componentes de cada parte de uma construção, garantindo acesso e colaboração por parte de todos os profissionais envolvidos – engenheiros, arquitetos, construtores, fornecedores.
“Isso resulta em informação rica para o cliente, que terá base para calcular de forma inteligente, antes mesmo de a obra ou reforma iniciar, o direcionamento de investimentos a insumos diversos”, explica Maurício Cótica, diretor da Cótica Engenharia e Construções, especialista no uso de BIM.
O executivo destaca que, com a aplicação de BIM desde a concepção do projeto, o cliente saberá, por exemplo, que tipo de tinta escolher de acordo com a durabilidade e necessidade de limpeza e repintura do material.
O mesmo valerá para pisos, forros, revestimentos, materiais estruturais etc: com embasamento nos dados projetados, será mais fácil prever as demandas de troca e reparo de cada item, efetuando cálculos precisos que poderão significar muita economia a médio e longo prazo.
Em resumo, a utilização da tecnologia BIM dá ao cliente a possibilidade de compilar todas as informações necessárias durante a vida útil e operacional da edificação, além de permitir a troca de dados sobre o ciclo de vida da obra e seus componentes.
Um software BIM também disponibiliza dados sobre manutenções preventivas ao longo da vida útil da edificação, informa e orienta sobre manutenções por meio do cruzamento de conteúdos e parâmetros pré-definidos. Com misso, é possível antecipar soluções a eventuais problemas que poderiam surgir relacionados à conservação do espaço construído.
“Na prática, o projeto BIM serve como um manual do proprietário, contendo todos os elementos empregados na edificação com o detalhamento e as especificações de acordo com os parâmetros empregados”, comenta Cótica. “Para que serve isso? Para que, depois de pronta a edificação, todas as áreas envolvidas possam acompanhar programações e demandas de manutenção e vistoria, determinar ações preventivas e corretivas, programar e registrar o histórico de ações de limpeza, reposição, demolição, ampliação etc”, finaliza.
O especialista ressalta, ainda, que em se tratando de demolições e ampliações, o BIM é útil para melhorar a documentação de processos, facilitando saber que áreas permitirão intervenções futuras na obra. Por exemplo: onde será possível acrescentar um novo piso, que áreas poderão ou não ser derrubadas de forma a não comprometer a estrutura, entre outros pontos.
A tecnologia BIM também disponibiliza informações sobre os espaços, como capacidade funcional e espacial, bem como sobre a ocupação e controle de ambientes. Isso permite projetar com maior exatidão, por exemplo, quantas pessoas poderão trabalhar em uma determinada sala, evitando o desperdício de investimento em espaços maiores do que a necessidade ou, ao contrário, a construção de locais pequenos demais para a demanda a que se destinam.
Dados base para alterações de layout, informações sobre equipamentos (tags, número de séries, garantias), conteúdo para embasar reposições, controle de inventário e garantias, registro de informações para comissionamentos, estimativa de investimento em reformas e retrofits também são possibilidades trazidas pelo BIM.
“Uma ferramenta que melhora em 100% a projeção de custo da obra, operação e possíveis intervenções/alterações futuras. Um sistema que permite enxergar e vivenciar a construção antes mesmo desta estar pronta, apontando demandas e gaps para garantir pró-atividade na solução, gerando economia e ganho de produtividade. O BIM é um modelo indicado para quem não quer perder dinheiro nem tempo no projeto e execução de uma edificação”, finaliza Cótica.
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