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Edge Computing não é algo novo e talvez não seja o que você pensa que é

*Por Luciano Santos

Uma discussão recorrente no mercado de tecnologia é sobre a verdadeira definição de Edge Computing. A maioria enxerga a Edge como um conceito emergente e classifica um Data Center de Edge por seu tamanho e/ou localização. Mas a Edge Computing não é inteiramente nova e pode não ser o que se pensa que é.

O poder computacional tem sido implementado perto de um núcleo de usuários há muito tempo – desde grandes empresas até nos setores de educação, varejo e muito mais. Os wiring closets (ou bastidores, em português), por exemplo, são uma forma de Edge. Mas hoje, o que mudou foi a importância e os recursos desses pequenos Data Centers, que cresceram à medida que a tecnologia avança para um ambiente mais híbrido. As empresas, agora, estão descobrindo a melhor forma de alavancar esse conceito, mas, em essência, o objetivo final desses ambientes e da Edge é o mesmo.

Imagine um cenário em que um grande operador financeiro administra uma instalação de vários megawatts fora de sua sede, mas não no meio do nada e sim em um edifício corporativo. Normalmente, isso seria considerado um Data Center corporativo. E digamos que neste mesmo local há um provedor de nuvem; teoricamente, então, ele se torna em uma instalação regional de wholesale colocation. Agora, vamos imaginar que o edifício abriga vários provedores de conteúdo, várias operadoras, processamento de redes e armazenamento. Ele pode ser, portanto, chamado de um Data Center de Edge.

Com essas definições em mente, acredito que a vantagem desse Data Center não é definida por tamanho ou localização. É uma aplicação – que depende da tecnologia dentro dela e como ela é utilizada. O mesmo vale para a nuvem. A nuvem não é uma localização em si, é uma aplicação. Então, a vantagem significará coisas diferentes para pessoas diferentes, de acordo com o caso de uso.

Lights-out
Além disso, eu caracterizaria a Edge como um ambiente lights-out, ou seja, uma área de computação isolada e sem interação humana, que está conectada a uma central. A Edge contém energia convergente incorporada, refrigeração, computação de rede e equipamentos de TI, mas em uma instalação crítica não tripulada.

Anos atrás, se 30KW de um Data Center caísse, talvez um andar de pessoas perderia a conexão com o servidor de e-mail. No mundo conectado de hoje, no entanto, essa mesma interrupção poderia causar batidas de carros, derrubar operações inteiras e mais. Assim, a Edge permite que o impacto da indisponibilidade de um Data Center seja condensado e virtualizado em um ambiente muito pequeno.

O que há de novo
Pense nos veículos autônomos. Os automóveis são projetados para serem conduzidos por um ser humano. A mesma engenharia poderia ser utilizada para veículos autônomos? Talvez a base permaneça (4 rodas, assentos, etc), mas um modelo de projeto e operação totalmente diferente será necessário para dar certo. As principais diferenças de funcionalidade serão na integração entre softwares e dispositivos mecânicos, na capacidade de conexão e no fluxo de informações de mão dupla.

Estamos na era da Inteligência Artificial. É hora de termos uma instalação de Data Center lights-out e sem a interação física de humanos.

Neste contexto, a novidade da Edge – sobre a qual precisamos começar a pensar – é como nós desenvolvemos Data Centers de Edge. Assim como o carro, por que nós desenvolveríamos um ambiente ligts-out da mesma maneira que faríamos em um Data Center tradicional? Precisamos considerar novas maneiras de construir, operar e manter esse modelo.

*Luciano Santos é vice-presidente de ITD na Schneider Electric.

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