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Por dentro da Indústria 4.0 – Adoção e Oportunidades

Por dentro da Indústria 4.0 – Adoção e Oportunidades

*Por Wesley Augusto Eller

A forma como consumimos dados mudou radicalmente nos últimos anos. Se antes ninguém imaginava o potencial da Internet das Coisas (IoT), da nuvem, do Big Data e da Inteligência Artificial, hoje não vivemos sem essas tecnologias, e na grande maioria das vezes nem percebemos que as estamos usando, por meio de nossos dispositivos conectados à Internet. E como regra, o mesmo está acontecendo nos escritórios e chãos de fábricas mundo a fora.

Mas, o conceito de Indústria 4.0, que conecta ativos, máquinas e sistemas de automação e controle, aos processos de manufatura, e que é parte fundamental da Transformação Digital dentro das empresas, ainda engatinha no Brasil.

Segundo pesquisa realizada pela PwC (2016), apenas 9% das empresas brasileiras se encontram em fase avançada de digitalização, ou seja, tem seus processos digitalizados e com a Indústria 4.0 sendo aplicada. E esse baixo número se deve, principalmente, a dois fatores: o tamanho do país, que esbarra na qualidade da conectividade à Internet e na entrega de projetos de grande porte; e a crise que estamos atravessando, que atrapalha os investimentos em TI.

Apesar disso, a expectativa dos gestores em relação à adoção da quarta revolução industrial, como é chamada a indústria 4.0, é alta. No mesmo estudo, 72% dos entrevistados se enxergam digitalizados até 2020. O que demonstra o interesse do mercado em adotar os recursos de automação e controle do 4.0, para obterem crescimento e diferencial competitivo perante a concorrência.

Produtos Digitais

Ainda de acordo com essa pesquisa, as empresas que planejam adotar o conceito da Indústria 4.0 esperam um aumento de 10% no faturamento impulsionado pelos chamados Produtos Digitais, que são serviços associados a ativos, anteriormente comercializados apenas como produtos, ferramentas ou soluções individualizadas.

Em outras palavras, o modelo de compra de um produto se transforma em uma cadeia de serviços que envolve mão de obra, pesquisa e desenvolvimento, e novas tecnologias. Desse modo, as companhias agregam valor aos negócios, já que estarão adquirindo mais do que somente um item de compra.

Como exemplos de Produtos Digitais, podemos destacar as ofertas de Software as a Service (SaaS) e Platform as a Service (PaaS), que reúnem, além do uso de ativos físicos como servidores que podem ser comprados ou alugados, ativos intangíveis como gestão de dados e de máquinas virtualizadas, help desk, suporte, serviços de segurança, entre outros. Uma verdadeira revolução na maneira como ofertaremos até as coisas mais simples daqui em diante.

Por que só em 2020, e não agora?

A despeito das vantagens da Indústria 4.0 faladas acima, a adoção dos recursos que compõe a quarta revolução industrial ainda está muito longe de virar realidade para a maioria das companhias, especialmente no Brasil. Pois, além dos dois fatores já citados que atrapalham a implantação do conceito no nosso país, as empresas nacionais encaram qualquer mudança no modelo de negócios com muita desconfiança.

Além disso, os projetos de digitalização podem levar muito tempo para serem concluídos, podendo chegar a até cinco anos em empresas de grande porte e com muitas unidades. Por isso, descrevo aqui alguns passos para facilitar a implementação do 4.0 em qualquer segmento, de maneira ordenada, sem sustos e com retorno imediato:

1° – Examinar o grau de maturidade digital na qual a empresa se encontra, do chão de fábrica ao sistema de gestão. É partir daqui que a jornada rumo a Indústria 4.0 começa, e que vai definir as bases de qualquer projeto a ser realizado na companhia;

2° – Definir até que ponto da digitalização a empresa quer chegar. Uma dica é separar o que é mais crítico para a organização e determinar metas e prazos para cumprir os projetos de digitalização. Além disso, a digitalização precisa estar aderente às expectativas de crescimento e planejamentos globais da empresa;

3° – Criar projetos pilotos. Procurar separar o que é e não é core busines e o que é e não é crítico nos processos, e investir inicialmente naqueles que são core business e não são críticos, para teste, e escolher as tecnologias (block chain, Inteligência Artificial, Analytics, IoT, biga data, robótica colaborativa e etc.) que são mais recomendáveis para cada tipo de negócio. Isso ajuda no convencimento da adoção da Indústria 4.0 em toda a cadeia de produção;

4° – Expandir a digitalização para os outros processos da empresa. Uma vez reconhecidos os resultados da digitalização nos projetos pilotos, é hora de ampliar a adoção do conceito em todos os processos corporativos, repetindo os passos acima em cada área para garantir a plenitude do projeto como um todo.

Ao seguir essas etapas, as companhias têm muito mais chance de êxito na Transformação Digital de seus negócios, e consequentemente dos setores onde atuam. Desde já alerto que não é um trabalho fácil, mas se for feito da maneira certa, e de preferência com suporte de um parceiro confiável, em breve a Indústria 4.0 se tornará uma regra para as organizações, e não uma exceção.

Que venha a Quinta Revolução Industrial!

*Wesley Augusto Eller é diretor de Delivery da Logix – uma empresa Cast group

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