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A nova era da densidade empreendedora e seus impactos

*Por Jorge Pacheco

É cada vez maior o número de locais que são reconhecidos como berços de inovação e criação de startups. Sillicon Valley, Tel Aviv, Boston e Shenzen são alguns nomes considerados como principais polos para quem busca empreender. E o que eles têm em comum? São regiões com alta densidade empreendedora devido a uma série de fatores, entre eles boa infraestrutura, regulação adequada, e presença de um forte ecossistema composto por investidores, empreendedores, boas universidades, entre outros.

A densidade empreendedora de um determinado local pode ser calculada com uma fórmula matemática simples – número de empreendedores e colaboradores de empresas em rápido crescimento, dividido pelo número de pessoas adultas da região. Esses ambientes não nasceram de um dia para o outro, pois é preciso tempo para desenvolve-los e isso é resultado da combinação de diversos agentes, suas iniciativas e a formação de uma cultura que faz com que as pessoas se tornem mais receptivas para novas ações.

De um lado, podemos destacar a presença dos agentes provedores, que são os investidores, incubadoras/aceleradoras, corporações, universidades e governo. E do outro, a presença dos empreendedores e suas ideias inovadoras. Os agentes corroboram muito para melhorar os resultados locais e atrair novos profissionais, além de ajudar na criação do ecossistema empreendedor por meio de ações desenvolvidas por startups e executivos que ali convivem.

Diferente dos modelos tradicionais, nesse segmento os empreendedores são os responsáveis por toda comunicação que é feita no local. Eles se conectam com os líderes, propõem mudanças e realizam atividades e eventos locais para conectar todos os agentes e pessoas que possuem o mesmo interesse. Porém, é essencial que haja uma conectividade também com as pessoas presentes, pois isso faz com que o local se torne um berço de inovação, traga benefícios para a região e melhore a comunicação, característica preciosa para toda a cadeia.

No Brasil, por exemplo, possuímos alguns locais que se tornaram berço de inovação e criação de startups. Mesmo com pouco envolvimento de alguns agentes, diversas comunidades empreendedoras vêm impactando positivamente suas cidades, atraindo talentos, capital e ajudando os governos a criar condições necessárias para as pessoas empreenderem.

Segundo o último Índice de Cidades Empreendedoras da Endeavor Brasil, São Paulo aparece em primeiro lugar, seguido por Florianópolis. As cidades interioranas de Campinas, Joinville e São José dos Campos também aparecem no ranking.

Por fim, acredito que essas regiões contribuem bastante para o surgimento da densidade empreendedora aqui no Brasil, proporcionando novos negócios, criando empregos e fortalecendo as condições econômicas e sociais. Mesmo com um cenário econômico e político desfavorável, o empreendedorismo brasileiro busca seu espaço e cresce de forma significativa, criando um ecossistema sólido para ser reconhecido internacionalmente por meio de iniciativas inovadoras.

*Jorge Pacheco, CEO e fundador da Plug, pioneira na cultura de coworkings no Brasil

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