Dados são a chave para a transformação digital. Porém, em um momento em que observamos uma explosão de dados, o BI (Business Intelligence) tradicional ainda é a principal ferramenta usada por grande parte das empresas. “Ainda não temos uma cultura global de analytics”, afirma o vice-presidente e analista emérito do Gartner, Donald Feinberg. Embora ainda não exista essa cultura, a ferramenta é a primeira das TOP 3 tecnologias consideradas estratégias por empresas da América Latina e do mundo, perdendo apenas para serviços &Cloud e Infraestrutura & Data Center.
“O BI possibilita a entrega de dados para a tomada de decisão mas os usuários ainda estão distantes disso e acabam adotando outras soluções para conseguir extrair mais informações dos dados que a ferramenta oferece”, pontua o diretor de pesquisas do Gartner na área de business analytics e data Science, João Tapadinhas. “O usuário não pode mais esperar o tempo de resposta da TI. Avançamos do BI para a IA (Inteligência Artificial) e para um mundo em que o usuário precisa ter capacidade de extrair esses dados, ou seja, para o self service de BI Analytics”, destaca.
De acordo com ele, a jornada para a transformação digital vai além de digitalizar todos os processos corporativos. “Trata-se de ter capacidade de usar o Big Data Analytics para a tomada de decisões complexas e o uso de BI é só o começo desse caminho”, afirma. Nesse sentido, Tapadinhas destaca que o papel do CDO (Chief Data Officer) tem cada vez mais relevância. “É ele que fará um plano de dois anos desenhado em conjunto com o CSO (Chief Security Officer) para guiar as empresas na jornada da transformação digital”, ressalta.
Para o Gartner, o uso de BI é a muralha da China entre as áreas de TI e os usuários e de certa forma impede a evolução Analytics no ambiente corporativo. “Não é difícil imaginar um mundo no qual as aplicações de dados e Analytics sejam utilizadas de forma generalizada em todos os processos empresariais e em todas as decisões que tomamos”, diz Feinberg. “No entanto, para tornar isso uma realidade, precisamos ajudar nossos colegas em todos os lugares em nossas organizações a se ficarem confortáveis trabalhando com dados em suas atividades”. O Gartner apresenta um plano de três passos para alcançar a abundância de dados e Analytics.
Passo 1: Repensar a Liderança
As organizações devem começar considerando a criação de um escritório de dados e a nomeação de um Chief Data Officer (CDO). Pesquisa da Gartner sobre os principais agentes de dados mostra que as principais responsabilidades do CDO em toda a organização são uma supervisão de iniciativas de análise e governança de dados, seguida de responsabilidades para definir a estratégia de análise para a organização e garantir a confiabilidade e o valor da informação, ou seja, sua governança. “O aumento da função do CDO reflete a crescente necessidade de liderança aberta de negócios digitais direcionados por dados e para defender o valor dos ativos das informações”, comenta o Vice-Presidente e Analista Emérito do Gartner. “No entanto, o papel do CDO é mais influente do que o controle. Ainda precisamos habilitar os departamentos descentralizados a desempenhar papéis maiores na estratégia organizacional”.
Passo 2: Modernizar a Tecnologia
Após a liderança, uma grande parte da obtenção de abundância analítica é lidar com a escala e a variedade dos dados disponíveis. As abordagens tradicionais de infraestrutura de gerenciamento de dados, como armazéns de dados, fluxos de dados em lote e bancos de dados relacionais, começam a quebrar em face dos requisitos de negócios digitais. As organizações devem adotar rapidamente arquiteturas e tecnologias, como a virtualização de dados, que permitem a integração de dados em tempo real e as necessidades de acesso. “Até 2018, o Gartner prevê que as organizações com recursos de virtualização de dados gastarão 40% menos na construção e gerenciamento de processos de integração de dados para conectar ativos de informação”, diz Feinberg. “Esta é a chave: a obtenção de uma infraestrutura de gerenciamento de dados capaz de suportar demandas empresariais digitais requer coleta e conexão. Coletar e segurar dados garante a confiabilidade de processos de missão crítica enquanto conectar-se a dados permite suportar requisitos em tempo real, lidar com escala maciça e distribuição e dar apoio a uma rápida experimentação.”
Etapa 3: Maximize sua Contribuição Comercial
Uma das chaves para maximizar a contribuição das empresas e aproveitar esta abundância de poder de computação e expertise analítica é transformar a governança de dados em um facilitador de negócios. Essa gestão precisa mudar de centralizada, de cima para baixo e ditatorial para local, colaborativa, ágil, flexível e orientada para negócios. Ao mesmo tempo, os líderes de dados e Analytics devem ainda alcançar os pontos de vista confiáveis, compartilhados e consistentes de dados de gestão de dados mestre (MDM) e iniciativas de qualidade de dados. “Obter este direito – políticas orientadas por contexto e autoridade e responsabilidade distribuídas – é fundamental para fornecer a base confiável e de alto valor de dados que suporte qualquer caso de uso que a liderança de uma organização possa ter em mente”, afirma Feinberg.
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