Novas tecnologias, incluindo mobilidade, cloud e segurança, com novos mercados verticais emergindo vão impulsionar as vendas de TI na América Latina este ano, de acordo com o Conselho Global de Distribuição de Tecnologia (conhecido pela sigla GTDC). A entidade lançou recentemente dois relatórios que reúnem o resultado de pesquisas mundiais sobre as perspectivas relacionadas à distribuição e o canal em 2017. O documento aponta que a América Latina está preparada para o crescimento econômico, particularmente Brasil e Argentina, ambos com uma demanda reprimida e estoques baixos, e podem se beneficiar da elevação nos investimentos para infraestrutura, software e serviços de TI estimados entre 2.5% e 4.8% na região, desde que as empresas do setor ajam com cautela neste momento.
O GTDC congrega executivos da distribuição, vendedores e analistas executivos da indústria norte-americana que movimentam mais de US$ 130 bilhões em vendas mundiais anuais de produtos, serviços e soluções. Baseado em uma série de entrevistas com analistas de mercado regionais, executivos do canal e especialistas, o relatório “Latam 2017” é parte de um estudo global e aponta para um crescimento nas vendas do setor na América Latina que quebrará um período de dois anos de declínio e redução dos investimentos. Ainda assim, dizem os executivos do GTDC, há uma infinidade de razões para manter-se em alerta, incluindo o tenso clima político internacional e a espera pelas ações que o presidente dos EUA, Donald Trump, vem anunciando em relação ao México e outros acordos comerciais.
Recuperação das verticais
Conforme pesquisa do GTDC, 78% dos executivos de canais de fornecedores entrevistados esperam que os distribuidores desenvolvam novos negócios em torno de soluções de verticais. As oportunidades na América Latina conduzirão o distribuidor para uma recuperação neste mercado, especialmente para os setores de turismo, vendas, gaming, sendo que educação e serviços financeiros serão a chave para o crescimento do canal em 2017. “Vemos muita demanda reprimida, especialmente no Brasil e na Argentina. Tanto as famílias quanto as empresas adiaram as decisões de consumo com base na fraqueza geral da economia e na incerteza da recuperação”, aponta no relatório Marcos Casarin, diretor de Serviços Macroeconômicos na América Latina da Oxford Economics. “Agora que as perspectivas de recuperação se tornaram mais claras e os níveis de estoque são historicamente baixos, eles têm que investir mais”, ressalta.
O documento do GTDC traz ainda dados de uma pesquisa com mais de 70 executivos de canais em todo o mundo, realizada pela CommCentric Research em 2016. Entre os entrevistados, 62% esperam que as vendas indiretas ultrapassem as vendas diretas; sendo que 13% dos entrevistados indicaram que já são 100% indiretos; 7% esperam que o crescimento direto seja mais rápido do que o indireto; e 55% antecipam crescimento de dois dígitos na distribuição.
Soluções híbridas em Cloud
O GTDC identificou que a nuvem é a categoria da solução na qual os executivos dos canais vêem o maior progresso este ano com os fornecedores dependendo mais dos distribuidores para fornecer suas soluções. E como a demanda por tudo-como-serviço (XaaS) também aumenta, da mesma forma os investimentos dos distribuidores deve subir. E ainda que o volume de vendas não pareça satisfatório, deve acelerar com novos investimentos em resposta à necessidade do mercado corporativo em abordar negócios específicos.
Além disso, a categoria ainda se beneficia do crescimento econômico e populacional latino americano dos últimos anos, composto por usuários que valorizam o acesso a dados, melhores recursos e capacidades, bem como flexibilidade e escalabilidade como os maiores drivers de nuvem na região (veja gráfico “Nuvem em xeque”).
Não é à toa que empresas como Amazon, Google, Microsoft e IBM/SoftLayer estão se movendo agressivamente com ofertas de nuvem pública e “cabe ao canal complementá-las criando soluções híbridas”, comenta no relatório o vice presidente Latin America e Caribe da Avnet Technology Solutions, Avron Barron.
Outro destaque do Latam 2017 é o potencial dos fatores mobile e gaming para os próximos dois anos considerando que, até 2020, haverá na América Latina 520 milhões de usuários de internet móvel e mais de 390 milhões de usuários de smartphones, segundo dados da Frost & Sullivan, mencionado no documento do GTDC. Já em 2025, 5% do PIB da Latam pertencerá à economia móvel, o que exigirá um investimento significativo em infra-estrutura digital e mudará a maneira como as empresas fazem negócios. Elas precisarão de consultoria, implementação de serviços e produtos para resolver esta equação. Se o canal se especializar desde já, terá boas chances de crescer aproveitando as oportunidades.
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