Visitar o Vale do Silício (VS) na Califórnia é viajar para o futuro. A inovação tecnológica é acelerada com realidade virtual, carros autônomos, inteligência artificial aplicada a dados e soluções para todas as vertentes em desenvolvimento em gigantes como a Google em Mountain View, a Apple em Cupertino, Facebook em Menlo Park e a Universidade de Stanford. A profusão de startups e comunidades é impressionante. Algumas crescem organicamente e outras, como as incubadoras, são criadas deliberadamente para alcançar a visibilidade, recursos e inovação tecnológica.
Essa vitalidade levou o Vale do Silício a liderar o ranking dos 20 maiores ecossistemas globais de startups conforme a Startup Genome Project. O levantamento mostra que 28% dos investimentos realizados em startups em estágio inicial é captado pelas companhias do VS que também detém 21% da atração de recursos globais para empresas de vários portes.
A conectividade e interesse mundial é seu forte atributo. Entre 2006 e 2012, mais de 40% das empresas no Vale do Silício tinham pelo menos um fundador estrangeiro. As startups de engenharia e tecnologia implantadas por imigrantes empregaram cerca de 560 mil trabalhadores e geraram US $ 63 bilhões em vendas em 2012.
São Francisco, no Vale do Silício, depois de Nova York, figura entre as cinco cidades mundiais mais propícias para atrair e dar apoio a mulheres empreendedoras em tecnologia de acordo com o “Women Entrepreneur Cities”. Encomendado pela Dell, o estudo apontou a maturidade do mercado, abundância de talentos, disponibilidade de capital, cultura empreendedora e tecnologia.
Ecossistema
Brad Feld, autor do livro “Startup Communities” e cofundador da incubadora Boulder, acredita que os empresários lideram a criação de uma comunidade que passa a ser alimentada por governo, universidades, mentores, investidores, e talentos conectados.
Essas conexões são essenciais, conforme o diretor executivo da Startup America Partnership, Scott Case. “E é por isso que a presença de aceleradora de negócios e incubadoras, bem como eventos como encontros e festas, são vitais para o crescimento de uma comunidade”, exemplifica.
Outras incubadoras como a Launchpad Accelerator, do Google, trazem para São Francisco as startups estrangeiras. Esse ano, a aceleradora selecionou as plataformas brasileiras Arquivei, Contabilizei, Contratado.Me, e Guichê Virtual para seu programa de aceleração de seis meses. O Launchpad prevê mentoria de engenheiros e gerentes de produto, somados a US$ 50 mil de apoio sem contrapartida e US$ 100 mil em crédito para a compra de produtos da companhia.
Como se vê, há diversas formas de apoio aos empreendedores no VS. Essa jornada por integração e inovação foi trilhada pelo brasileiro Maurício Benvenutti que dirige o escritório do StartSe em São Francisco, parceira da Plug and Play, a incubadora mundial onde surgiu a Paypal. A StartSe, que em outubro sediará em São Paulo evento para discutir o VS, conecta 13 mil empresários, 4 mil startups, 3 mil investidores e 2.500 mentores, além de criar estratégias de marketing para promover o crescimento do negócio, expandir a operação, criar parcerias globais e engajar clientes. “O modelo de criação de negócios mudou. O pequeno empreendedor é capaz de competir de igual para igual com uma empresa global usando os recursos e tecnologias disponíveis. O caminho é educar o empreendedor”.
O empreendedorismo para ele não está restrito a quem cria, mas é uma mentalidade empregável também ao canal. “Pode estar embutida na empresa, fazendo os funcionários e parceiros se envolverem. Você pode ser um empreendedor e inovar no dia-a-dia internamente estimulando as pessoas”. Encontrar um bom mentor, investir em desenvolvimento constante, ter visão global e de como mudar ou melhor a vida das pessoas é a melhor forma de atingir o sucesso.
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