No mês de outubro é comemorado o De Volta para o Futuro Day, quando Marty McFly e Dr. Emmett Brown chegaram ao “futuro”, em 2015, no segundo filme da trilogia De Volta para o Futuro. Apesar de ainda não termos skates voadores circulando por aí, podemos aproveitar a data para imaginar como será o mundo daqui a alguns anos. Mais especificamente, como serão os games daqui a 10, 15 ou 20 anos?
A indústria cinematográfica sempre foi uma das mais imaginativas nesse sentido. Em Tron (1982), somos transportados para um mundo virtual em que gladiadores motorizados batalham pela liberdade da humanidade. Em Jogador Nº 1 (2018), a Realidade Virtual (VR) tem um impacto tão grande na sociedade que as pessoas preferem viver mais tempo em imersão do que no mundo real. Qual será, então, o futuro que estamos construindo para os games?
Estamos bastante longe de cenários como os descritos acima, mas já conseguimos enxergar o impacto de tecnologias como o VR e a Inteligência Artificial (AI) na indústria. Como resultado, podemos já entender que o futuro dos jogos está na imersividade das experiências.
Experiências imersivas
Apesar do forte movimento de desenvolvimento de jogos baseados em microtransações, os títulos mais aclamados seguem sendo aqueles que proporcionam experiências únicas em cada gameplay. Baldur’s Gate 3, por exemplo, é tido como um dos melhores jogos da geração, mesmo sem gráficos ultrarrealistas ou recursos de ponta. Para atrair e fidelizar o seu público, a Larian Studios apostou alto em uma narrativa que envolve o jogador e oferece possibilidades quase infinitas de escolha. Desde a criação do personagem até a escolha de qual caminho seguir, o player é o dono da narrativa e do destino do vasto continente de Faerûn.
Além de Baldur’s Gate, as últimas premiações de “Jogo do Ano” seguem uma lógica semelhante. Elden Ring, da From Software, levou o Game Awards em 2022, com um mundo profundo e complexo a ser explorado. Em 2021, It Takes Two, da EA Games, foi o destaque ao proporcionar desafios a dois que criavam uma experiência diferente de desafios, mas que mantinha o jogador sempre engajado com aquele universo.
Gráficos e IA Generativa
A evolução das placas gráficas vai aumentar também o realismo dos jogos. Com tecnologias como Ray Tracing e VR, os gráficos tendem a ganhar tamanha complexidade que podem chegar a se confundir com a realidade. Já existem exemplos que demonstram esse poder tecnológico, mas ainda exigem equipamentos de alto valor, pouco acessíveis para o consumidor final. Por outro lado, recursos como o gaming por streaming, a evolução de consoles e dos notebooks gamers, a tendência é que esse acesso seja facilitado em poucos anos.
A Inteligência Artificial Generativa (Gen AI) também é algo que veio para ficar. Da mesma forma que novas tecnologias gráficas impulsionarão a criação de experiências ultrarrealistas, o seu uso vai aperfeiçoar técnicas de sampling, pela qual os jogos são renderizados em uma resolução maior e depois reestruturados em escala para otimizar recursos. Com isso, gráficos complexos poderão rodar com maior facilidade e fluidez, mesmo em um conjunto de hardware mais simples.
Com essa tecnologia, toda essa estrutura de imersão deve subir de patamar. Por meio dela, os jogos devem se moldar ao perfil de cada pessoa, adaptando NPCs – os famosos personagens não jogáveis – às escolhas do jogador. Além disso, as histórias tendem a se tornar cada vez mais complexas, com personagens dotados de personalidades e vontades próprias. Ou seja, uma história nunca será igual para dois jogadores. Cada experiência será única.
Em relação ao desenvolvimento de novos games, a IA é também um fator de transformação. Hoje, já é possível usar a Inteligência Artificial para desenvolver jogos mais simples, além de servir como suporte para acelerar o desenvolvimento de experiências mais complexas.
Enxergamos no horizonte, dessa forma, diferentes tendências que devem se tornar realidade em poucos anos. Títulos com alto potencial de retenção de players, como Counter Strike, Fortnite e League of Legends seguirão em alta, tanto pela fidelidade do seu público como pela acessibilidade gráfica. Em paralelo, títulos que oferecem imersividade devem ser impulsionados pela IA e ganhar cada vez mais espaço. Nesse contexto, PCs e notebooks seguirão como um forte aliado do público gamer ao permitir que diferentes configurações sejam utilizadas e tornem os títulos mais acessíveis.
Por Daniel Kawano, gerente de Produtos Gaming na Asus.
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