Avanço do 5G na AL com desafios, oportunidades e o papel da regulação

Painel no Future Congress destaca os avanços do 5G na região, apontando entraves como o alto custo de aparelhos e desafios regulatórios, além de oportunidades em setores como o agronegócio e a indústria.

O futuro do 5G na América Latina dependerá de uma combinação de políticas públicas eficientes, desenvolvimento tecnológico, e soluções que tornem o serviço mais acessível à população. Com setores como o agronegócio e a indústria puxando a demanda, a tecnologia tem potencial para transformar a economia e a sociedade da região, desde que os desafios atuais sejam enfrentados de forma colaborativa e estratégica.

A Expansão do 5G na América Latina
O ano de 2024 tem sido um marco importante para o 5G na América Latina. Enquanto alguns países estão apenas começando a implementar a tecnologia, outros já apresentam uma adoção mais madura. Durante o painel do Future Congress, especialistas compartilharam suas visões sobre o estado atual do 5G na região e os desafios que precisam ser superados para impulsionar seu crescimento.

Jose Otero, vice presidente para a América Latina e Caribe da 5G Americas, afirmou que o desenvolvimento do 5G está progredindo mais lentamente do que as gerações anteriores. Segundo ele, isso ocorre devido aos altos custos dos smartphones compatíveis com a nova rede e à falta de um caso de uso convincente que justifique a migração para o 5G por parte dos consumidores.

Desafios regulamentares e econômicos
Nicolás Lucas, jornalista do El Economista, apontou que, no primeiro semestre de 2024, a América Latina alcançou 400 milhões de acessos 5G. No entanto, ele ressalta que o potencial do continente é muito maior. O jornalista destacou que as questões regulatórias e as políticas públicas inadequadas são barreiras significativas para a expansão dessa tecnologia.

Rodrigo Robles, Oficial de Programa da International Telecommunication Union (ITU) da ONU, complementou que, além do custo elevado dos dispositivos, o preço dos serviços de telecomunicação precisa ser acessível à população. Segundo ele, a Comissão de Banda Larga recomenda que o valor do serviço não ultrapasse 2% da renda per capita, mas, na América Latina, esse valor é quase o dobro.

O papel do agronegócio e da indústria na adoção do 5G
No Brasil, o agronegócio já começa a ser um dos principais motores para a expansão do 5G. Segundo Farès Nassar, CEO da IHS Towers na América Latina, a cobertura 5G já atinge cerca de 20% dos processos agroindustriais. Ele também destacou que as grandes cidades brasileiras já contam com a cobertura 5G, e aplicações específicas, como as indústrias e o agronegócio, podem acelerar ainda mais essa adoção.

Nassar acredita que o “Fog Computing”, uma tecnologia que permite que aplicações de celular sejam processadas por servidores locais, pode ser uma solução para reduzir o custo dos smartphones, tornando o 5G mais acessível. Ele também vê a inteligência artificial como um impulsionador para a expansão do 5G, além de sugerir que o compartilhamento de redes pode diminuir o custo geral dos serviços de telecomunicações.

Sustentabilidade e inclusão digital: o papel do 5G no desenvolvimento social
O 5G também desempenha um papel crucial nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Para Robles, a expansão da tecnologia deve ser equilibrada entre áreas urbanas e rurais, garantindo que tanto os dispositivos quanto os serviços sejam acessíveis a todos. Ele acredita que uma regulamentação eficaz é essencial para assegurar que o 5G não apenas melhore a conectividade em escolas e hospitais, mas também chegue às casas da população de maneira inclusiva.

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