Talento global está pronto para abraçar a requalificação na era da IA

Três quartos dos trabalhadores em todo o mundo acreditam que o GenAI trará algum nível de demissão ao local de trabalho. Mas, apesar dos tempos incertos, eles continuam confiantes sobre seu lugar no mercado de trabalho: 57% deles estão prontos para se reciclar em novas funções para se manterem à frente em suas carreiras, e 64% sentem que têm vantagem ao negociar empregos.

Estas são algumas das conclusões de um novo relatório publicado nesta quinta-feira (13/6) pelo Boston Consulting Group (BCG), The Network e The Stepstone Group, intitulado How Work Preferences Are Shifting in the Age of GenAI. O estudo é baseado em dados de pesquisa de mais de 150 mil trabalhadores de 188 países e é a segunda edição da série Decoding Global Talent, tendo as edições anteriores sido publicadas em 2014, 2018 e 2021.

As conclusões do estudo ressaltam a abordagem proativa que os trabalhadores estão adotando em resposta aos impactos potenciais da GenAI. Ao priorizar a requalificação e o desenvolvimento, eles não estão apenas se preparando para se adaptar às mudanças tecnológicas, mas também expressando confiança em sua capacidade de prosperar em um mercado de trabalho em evolução. Essa adaptabilidade é fundamental para manter uma força de trabalho robusta e resiliente diante dos avanços tecnológicos em curso.

“Estamos vendo uma rápida evolução e amadurecimento das visões dos funcionários em relação à IA, e um reconhecimento crucial de que um compromisso com a requalificação contínua garantirá a empregabilidade de longo prazo”, disse Jens Baier, diretor administrativo e sócio sênior do BCG e líder de Excelência de RH.

Globalmente, os trabalhadores também são claros sobre o que não querem – 54% recusariam uma oferta de emprego atraente se tivessem uma experiência ruim durante o processo de entrevista. A importância do processo de recrutamento é ressaltada pelo fato de que uma experiência negativa durante o recrutamento é o segundo fator de ruptura mais significativo na América do Norte e na Europa. Além disso, 40% dos trabalhadores dizem que não trabalharão para empresas que não oferecem suporte de saúde mental ou que têm um impacto negativo percebido na sociedade.

“A IA oferece uma oportunidade única de transformar o recrutamento por meio de processos inovadores e orientados por tecnologia. Além disso, a IA tem o potencial de melhorar substancialmente o desenvolvimento de habilidades e promover um local de trabalho genuinamente centrado no ser humano”, disse Sebastian Dettmers, CEO do The Stepstone Group. “Essa evolução simplificará as operações, removendo tarefas redundantes e ajudando significativamente os indivíduos a garantir o emprego ideal”, comentou.

Curiosamente, o impacto da disrupção da IA é evidente no que o talento global deseja em um local de trabalho ideal. A segurança no emprego foi o fator mais importante para os trabalhadores no Leste Asiático e no Sul da Ásia, particularmente entre aqueles que perceberam que a IA tem um impacto maior em seu trabalho futuro. Aprendizagem e desenvolvimento lideraram a lista para o Oriente Médio e Norte da África, África Subsaariana e América Latina, destacando um forte desejo de adaptação, progresso e aprimoramento em um cenário em evolução. Os mercados de trabalho altamente competitivos dos últimos anos e a forte posição negocial dos trabalhadores refletem-se na compensação financeira como a principal prioridade para os norte-americanos e no equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos europeus.

“Em um mercado de trabalho apertado, onde o talento continua sendo um recurso crítico e escasso, é importante que os empregadores atraiam talentos de várias fontes e canais”, disse Sacha Knorr, codiretor administrativo da The Network. “Requalificar os funcionários existentes, recrutar internacionalmente ou olhar para talentos com origens incomuns são soluções que eles devem considerar cada vez mais”, finalizou.