Quando observamos o comportamento do mercado de rótulos ao longo dos anos, é no mínimo surpreendente o potencial de evolução e adaptabilidade deste segmento, que desde o princípio definiu seu propósito centrado nas demandas de consumo. Uma história que começou com a criação da primeira etiqueta autoadesiva por Ray Stanton “Stan” Avery, nos anos 30, e foi se moldando às principais mudanças vivenciadas pela sociedade ao longo das décadas. Estamos falando de etiquetas autoadesivas, que surgiram com o intuito básico de precificação e identificação dos produtos nas gôndolas, e que foram capazes de transcender as barreiras do mundo físico, tornando-se um ponto importante de conexão entre as marcas e seus consumidores.
Pautadas pelos avanços tecnológicos e, mais recentemente, pelas premissas sustentáveis, podemos destacar três fatores principais como contribuição a essas mudanças, sendo a primeira delas a globalização. Esse processo impactou diretamente o modo de trabalho, a comunicação e os meios de transportes e, consequentemente, a forma de consumo.
A segunda grande mudança foi provocada pela chegada da internet, responsável também pelo surgimento de novos Canais de consumo, a ampliação da concorrência externa nos mercados locais, e a disponibilidade de uma grande quantidade de informações aos consumidores, que passaram então a fazer escolhas mais inteligentes, à medida que se tornavam mais conscientes sobre suas jornadas de compra.
Já a mais recente onda de transformação podemos atribuir à pandemia e todo o impacto causado sobre as pessoas. Durante a pandemia, o e-commerce tornou-se um dos Canais preferidos dos consumidores. Também observamos uma maior conscientização sobre a vida pessoal, a saúde mental, o cuidado pelo meio- ambiente e a sustentabilidade. Nessa época em que as compras sem contato se avolumaram, as soluções de rótulos se adaptaram, ampliando a premissa da conectividade entre as marcas e seus consumidores, por meio dos rótulos inteligentes e plataformas digitais, que ganharam a popularidade no período.
Rótulos inteligentes embarcados com QR Code, NFC e RFID, ligados a plataformas digitais, conseguem oferecer muitos benefícios para as marcas, aos consumidores e para a cadeia de fornecimento como um todo. Ao promover a interação entre as empresas e o seu público-alvo, as etiquetas e rótulos autoadesivos passaram a oferecer informações relevantes sobre as etapas produtivas e a cadeia de fornecimento dos produtos e suas matérias-primas; uma estratégia capaz de estreitar o relacionamento de confiança e a segurança dos consumidores sobre suas escolhas, bem como a ampliação da eficiência operacional para essas indústrias, por meio da rastreabilidade.
Sustentabilidade da Cadeia
Além da tecnologia, conectividade e transparência, hoje, são utilizados não apenas novos materiais de fontes sustentáveis nos rótulos, mas também materiais com conteúdo reciclado ou com características específicas que ajudam os processos de logística reversa e a reciclabilidade das embalagens, reduzindo os desperdícios e gerando impactos positivos em toda a cadeia produtiva.
Dentro da indústria das embalagens e, por consequência, dos rótulos e etiquetas que fazem parte deste segmento, a sustentabilidade continuará como o grande desafio para os próximos anos. Atenta aos impactos causados ao meio ambiente como um todo, a população mundial seguirá adotando esses hábitos de consumo mais limpos e amigáveis com o planeta. E aos fabricantes dessas soluções, cabe o genuíno comprometimento e protagonismo para essas mudanças, assegurando a disponibilidade de soluções adequadas para esta nova realidade.
Avaliando nossa trajetória, estou certo de que com o envolvimento de toda a cadeia de valor e o trabalho colaborativo a favor de novas iniciativas e soluções, superaremos mais essa etapa, rumo a um futuro regenerativo. Muito disso, já vemos acontecer por meio de programas de aceleração de startups, que unem todo o potencial de inovação desses negócios com o poder de escala de companhias globais do segmento, a fim de resolver os diferentes desafios locais que envolvem suas operações. Programas de inovação aberta, onde são compartilhadas ideias e soluções que contribuam, entre outras frentes, para a redução dos resíduos provenientes dos processos de etiquetagem no meio ambiente, são também um bom exemplo desse movimento evolutivo.
As companhias devem se empenhar constantemente em fortalecer a colaboração entre os diferentes elos da cadeia em suas regiões, expandindo fronteiras junto aos seus clientes e fornecedores. Nossa missão é trabalhar em conjunto com empresas, clientes, startups, recicladoras, centros de pesquisa, universidades e consumidores.
Nesse contexto, iniciativas de aceleração e inovação aberta são fundamentais. Elas têm o objetivo principal de incentivar as startups a colaborarem para explorar soluções que impactem positivamente não apenas os seus clientes e consumidores finais, como também toda a cadeia de embalagens.
No final do dia, temos a convicção de que a inovação não é um trabalho isolado de uma única pessoa ou empresa. Para gerar um impacto positivo, a inovação deve emergir de um esforço colaborativo de todo o ecossistema no qual estamos inseridos.
Por Agustin Stamparín, gerente de inovação da Avery Dennison para a América Latina.
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo