O mercado de tecnologia evolui em uma velocidade impressionante. É natural que negócios longevos passem por momentos em que é preciso reavaliar se o posicionamento ainda condiz com o que a empresa vem se tornando. Às vezes é necessário se reposicionar para, mais do que nunca, continuar sendo agente acelerador de outras jornadas de transformação digital.
Antes de tudo, é fundamental estabelecer as raízes que sustentam esse processo. O autor britânico Simon Sinek chama isso de começar pelo porquê: por que precisamos formatar um novo jeito de falar com o mundo? Fato é que, para seguir como protagonista no mundo da tecnologia, se reinventar é questão de sobrevivência. O rebranding consolida uma evolução que passa pela cultura, modelo operacional, proposta de valor e montagem de portfólio.
De modo geral, é preciso estar atento ao que acontece ao redor, estabelecer mecanismos de escuta ativa e observar os sinais que o mercado traz. Ir a fundo na investigação junto a colaboradores, parceiros e clientes para entender quais são os gaps que estão no caminho da realização daquilo que a empresa quer ser. Um negócio é bem-sucedido quando resolve um problema ou um desejo real do mercado. Isso depende da capacidade de identificar padrões, insights e, sobretudo, outliers.
Sabemos que o ser humano é avesso a mudanças. Em primeiro lugar, precisamos garantir que as pessoas que fazem a engrenagem girar no dia a dia acreditem na jornada de ressignificação. Isso só é possível olhando no olho de cada um e sendo verdadeiro com o propósito por trás do desconforto momentâneo. Quando as pessoas entendem que mudar é necessário para alçar voos mais altos, elas naturalmente abraçam a missão e se tornam agentes da mudança.
Mas como garantir a transição suave e a aceitação positiva também por parte dos clientes? Cada situação é particular. Na keeggo, o que funcionou foi tê-los envolvidos no processo e dado a eles a oportunidade de serem transparentes, não só em relação às suas experiências atuais, mas também às expectativas não correspondidas. Dessa forma, o resultado do reposicionamento já nasce alinhado a objetivos congruentes.
Nesse contexto, o social listening é um dos mecanismos utilizados para avaliar como a marca é percebida pelo mercado. Mas não só isso. É importante consolidar uma área interna responsável por acompanhar constantemente o sucesso do cliente, conectando o fluxo de prospecção e vendas com os ciclos de entrega e suporte a operações. Resumindo, o sucesso da empresa está intrinsecamente ligado ao sucesso do cliente. E o resultado? Parcerias duradouras.
Especificamente sobre o setor de tecnologia, navegamos em um oceano vermelho, cuja barreira de entrada favorece o surgimento de novos concorrentes a todo instante. Acontece que, dentro desse mapa de players, raros são os que consolidam décadas de história, com contribuição relevante para o mercado. O desafio é dar a visibilidade correta para esse legado, enquanto mostramos nosso apetite de ir além do óbvio e comum. É nos pontos fora da curva que residem as reais oportunidades de estabelecer negócios inovadores.
Ressalto que, antes de decidir pelo reposicionamento, precisamos entender se o que estamos propondo hoje é capaz de nos levar onde queremos chegar. Como dito anteriormente, o rebranding é um trabalho que acontece em nível estratégico e se conecta com o desafio de crescimento sustentável a longo prazo. O alinhamento entre a mensagem que levamos e as carências do mercado é fundamental para o sucesso da jornada.
Isso só é possível se você se dispuser a soltar as amarras que te prendem à solidez traiçoeira que é repetir a mesma fórmula de solução, quando o problema é notadamente diferente. É sobre ir além, desafiar o mercado a subir a régua, não se acomodar e, dessa forma, impulsionar resultados.
Por Renato Monteiro, head de Experiência e Mercado da keeggo.
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