A idwall, empresa de tecnologia especialista em gestão de identidade digital e soluções antifraudes, lançou a primeira edição do Fraud Report idwall, relatório proprietário sobre falsificações documentais em 2023, que revela insights sobre o comportamento criminoso no Brasil, responsável por prejuízos para empresas e cidadãos.
De acordo com o estudo, a taxa de fraudes em documentos identificadas no ano passado atingiu 1,3%. Para comparação, em uma análise global de mercado, as taxas de fraudes em verificação biométrica em selfies e vídeos foram de 1,15% e 0,20%, respectivamente. Ou seja, falsificar documentos tem sido a forma preferida dos fraudadores tentarem se passar por outras pessoas.
“Na falsificação ideológica, o documento original é alterado para conter informações falsas. Já quando há roubo de documentos e dados, as informações legítimas das vítimas são utilizadas para fins criminosos. Temos ainda a identidade sintética, na qual é criada uma documentação do zero, apenas com elementos forjados”, explica Raphael Melo, COO e cofundador da idwall.
O relatório aponta o documento de identidade (RG) como o alvo principal dos golpes, representando mais de 60% das fraudes, que também são flagradas com CNHs, passaportes e carteiras de registro profissional. As principais manipulações foram foto, perfuração e tipografia. “No Brasil, atualmente, temos mais de 350 modelos de RGs em circulação. Lembrando que trata-se de um documento estadual, com versões diferentes por período. Essa particularidade nacional aumenta o desafio na detecção de irregularidades, por isso que a combinação de métodos de prevenção é recomendada”, diz o COO da idwall.
O estudo também destaca padrões temporais nas fraudes, com taxas que se elevam no período noturno (após as 18h até meia-noite) de quarta a domingo, e chegam ao pico nas madrugadas (da meia-noite às 5h59) do final de semana, registrando uma proporção 33% superior em relação aos dias úteis. A maior taxa de fraudes em 2023 ocorreu aos sábados na madrugada, com índice de 1,8%, o que é 0,5 pontos percentuais acima da taxa média do ano (1,3%). Já as manhãs (entre 6h e 11h59) das sexta-feiras tiveram menos casos, com somente 0,9% das ocorrências.
“Uma hipótese é que os fraudadores busquem aumentar as chances de sucesso ao optarem pelos finais de semana, quando as vítimas tendem a estar engajadas em atividades de lazer e, consequentemente, com nível de atenção mais baixo”, avalia Melo.
A maioria das fraudes identificadas (70%) são classificadas como de baixa complexidade, o que significa que as adulterações ficam evidentes ao olhar treinado, porém em muitos casos podem passar despercebidas pelo julgamento de um leigo. Este tipo de fraude é aplicada em escala, em que os criminosos visam ganhos financeiros menores em cada ação.
Embora menos comuns, as fraudes de alta complexidade – que foram 2% do total de golpes em 2023 – apresentam um potencial de perda significativamente maior. A prevenção eficaz exige métodos avançados de detecção e uma abordagem proativa na identificação de padrões sutis.
Recorte regional e segmentos mais afetados pelas fraudes
Os documentos emitidos na região Norte do País lideram o ranking de fraudes, atingindo 2,4%. O Nordeste ocupa a segunda posição, com 1,8%, seguido pelo Sudeste (1,6%), Centro-Oeste (1,4%) e Sul (0,6%). Vale ressaltar que os golpes não necessariamente aconteceram na região de origem da documentação.
O maior volume de documentos recebidos são provenientes da região Sudeste, representando 57,7%, seguido pelo Nordeste (15,1%), Sul (10,5%), Centro-Oeste (5,8%) e Norte (3,6%).
Ainda de acordo com o relatório, o segmento financeiro foi o mais visado pelos golpistas em 2023, concentrando 1,85% das fraudes ao longo do ano. A diferença é de 0.7 p. p. para o segundo colocado, o mercado de Transportes (mobilidade e delivery). Na sequência dos tipos de negócios mais acometidos estão Fantasy (1,03%), Saúde (0,78%) e Varejo (0,36%).
Prevenção por métodos combinados
Por meio da sua plataforma all-in-one, a idwall realiza um processo robusto de verificação documental. São utilizados mecanismos como OCR (Optical Character Recognition, em português Reconhecimento ótico de caracteres), que extrai dados e tipifica documentos brasileiros automaticamente com a melhor acurácia do mercado. A averiguação da regularidade do documento é realizada com o Background Check, que consulta dados de pessoas físicas, jurídicas e veículos em mais de 300 fontes de informações públicas e privadas.
Há ainda a verificação biométrica, que combina funcionalidades como Face Match, Liveness e Facelink, compara a foto 3×4 do documento com uma selfie e analisa se o número do CPF fornecido, está relacionado à mesma pessoa em um banco de faces. A união dessas tecnologias de documentoscopia, que utiliza métodos automatizados e também análise humana com técnicas forenses, reduzem expressivamente as fraudes.
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