De acordo com o estudo ISG Provider Lens Digital Business Innovation Services 2024 para o Brasil, produzido e distribuído pela parceria TGT ISG, a complexidade tributária e regulatória é uma das barreiras para a Transformação Digital no País. Segundo Gabriel Sobanski, autor do relatório, isso torna o ambiente de negócios menos favorável para empresas que buscam investir em pesquisa e desenvolvimento. “Além disso, a elevação da capacidade de entrega por parte das empresas de serviços em tecnologia deve ser constante para atender o aumento da demanda, com estas empresas investindo em conhecimento e em um maior número de parceiros tecnológicos”, complementa.
Ao comparar o Brasil com outras partes no mundo, o estudo aponta a América do Norte como uma região desenvolvida que lidera a Transformação Digital, tanto no setor privado quanto público. Além disso, o relatório aponta os Estados Unidos como o berço de grandes empresas de tecnologia e inovação, como Google, Amazon, Facebook e Apple, organizações essas que têm impactado diversos setores e mercados globais. O Canadá também se destaca pela capacidade de inovação e pelo ecossistema de startups e empresas digitais. Os governos desses países têm apoiado a transformação digital por meio de leis, incentivos e parcerias com o setor privado e a sociedade civil.
No Brasil, o cenário dos serviços de inovação digital é bastante diverso e dinâmico. Muitas empresas brasileiras estão implementando uma estratégia de Transformação Digital, adotando estratégias e tecnologias modernas para impulsionar seu crescimento e competitividade. Segundo o estudo, aqueles que conseguem adotar e integrar essas tecnologias em suas operações têm maiores chances de se destacar e prosperar em um ambiente de negócios cada vez mais digitalizado.
O relatório aponta que o governo federal publicou uma atualização da Estratégia Brasileira para a Transformação Digital (E-Digital) para o período 2022-2026, com foco em seis eixos estratégicos: infraestrutura e acesso; pesquisa, desenvolvimento e inovação; confiança no ambiente digital; educação e capacitação profissional; cidadania e serviços públicos digitais; e transformação digital produtiva. No entanto, o Brasil ainda enfrenta alguns desafios.
De acordo com Sobanski, um dos principais obstáculos é a escassez de mão de obra qualificada, que limita a capacidade das empresas de implementar e aproveitar plenamente as tecnologias emergentes. “A baixa penetração da banda larga em algumas regiões do País dificulta o acesso universal à internet de alta velocidade, fundamental para o desenvolvimento de soluções digitais inovadoras”, observa.
Para o autor, superar esses desafios exigirá esforços coordenados do setor público e privado, incluindo investimentos em educação, infraestrutura digital e políticas que incentivem a inovação e a adoção de novas tecnologias.
O relatório aponta ainda que, entre os setores da indústria, destacam-se o comércio de vestuário e acessórios, Saúde, alimentício e marketing. No comércio de vestuário e acessórios, empresas estão adotando tecnologias como Realidade Aumentada (RA) e Inteligência Artificial (IA) para aprimorar a experiência do cliente. No setor da Saúde, a telemedicina e os aplicativos de saúde estão se tornando cada vez mais comuns, possibilitando que os pacientes possam agendar consultas online, receber diagnósticos remotos e acessar prontuários médicos eletrônicos por meio de plataformas digitais.
Olhando para a indústria alimentícia, a digitalização está transformando a cadeia de suprimentos e a experiência do consumidor. “Empresas estão adotando soluções de rastreabilidade baseadas em Blockchain para garantir a segurança e a autenticidade dos alimentos. No entanto, aplicativos de entrega e plataformas de pedidos online estão se tornando cada vez mais populares, permitindo que os consumidores façam pedidos de alimentos com conveniência e rapidez”, afirma Sobanski.
Já no setor de marketing, o estudo aponta que a personalização e a automação são consideradas tendências dominantes. “As empresas estão utilizando análise de dados avançada para segmentar os clientes com maior precisão e oferecer campanhas mais relevantes. Além do mais, a inteligência artificial está sendo aplicada em chatbots para interagir com os clientes em tempo real, fornecendo suporte e assistência personalizada”, diz o autor.
Por fim, Sobanski ressalta que o processo de Transformação Digital não é apenas uma questão de adoção de novas tecnologias, mas demanda uma profunda mudança cultural nas empresas. “A Transformação Digital permeia toda a organização, desde sua estratégia de negócios até a maneira como as equipes colaboram e se engajam”, explica. Neste contexto, ele afirma que os líderes executivos devem ser agentes de mudança, modelando comportamentos e valores que promovam a inovação e a busca pela excelência digital em todos os níveis da organização.
“Além disso, a transformação cultural não é um processo pontual, mas sim uma jornada contínua de melhoria e adaptação. Os líderes que reconhecem e abraçam essa realidade estão preparando suas empresas para prosperar em um mundo cada vez mais digitalizado e competitivo”, finaliza.
O relatório 2023 ISG Provider Lens Digital Business Innovation Services para o Brasil avalia as capacidades de 43 fornecedores em três quadrantes: Digital Transformation Services, Customer Journey Services e Extended Reality Services.
O relatório nomeia Accenture e Globant como Líderes em todos os três quadrantes, enquanto BRQ, Deloitte Digital, GhFly, MadeinWeb e Stefanini são nomeados como Líderes em dois quadrantes cada. ARVORE, Brivia, Cadastra, CI&T, Deal, FCamara, ilegra, Logicalis, Nação Digital, T-Systems, Virtual.Town, Vitrio e YDreams Global são nomeadas Líderes em um quadrante cada.
Além disso, a Driven.CX é nomeada como Rising Star – uma empresa com um “portfólio promissor” e “alto potencial futuro” pela definição do ISG – em dois quadrantes, enquanto a TIVIT é nomeada como Rising Star em um quadrante.
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