Gastos com Computação de Borda devem crescer 15% este ano, diz IDC

Os gastos mundiais com Computação de Borda (Edge Computing) devem ser de US$ 232 bilhões em 2024, um aumento de 15,4% em relação a 2023. De acordo com uma nova previsão do estudo IDC Worldwide Edge Spending Guide, os gastos combinados de empresas e provedores de serviços em hardware, software, serviços profissionais e serviços provisionados para soluções de Borda sustentarão um forte crescimento até 2027, quando os gastos chegarão a quase US$ 350 bilhões.

A IDC define Borda como as ações relacionadas à tecnologia da informação e comunicação (TIC) que são executadas fora do Data Center centralizado, em que Borda é o intermediário entre os pontos de extremidade conectados e o ambiente de TI principal. Caracteristicamente, a borda é distribuída, definida por software e flexível. O valor da Borda é a movimentação de recursos de computação para o local físico onde os dados são criados, transacionados ou armazenados, aumentando assim a habilitação de processos de negócios, decisões e inteligência fora do ambiente de TI principal.

“A Computação de Borda desempenhará um papel fundamental na implementação de aplicativos de IA”, disse Dave McCarthy, vice-presidente de Pesquisa de Serviços de Nuvem e Borda da IDC. “Para atender aos requisitos de escalabilidade e desempenho, as organizações precisarão adotar a abordagem distribuída para a arquitetura que a Computação de Borda fornece. OEMs, ISVs e provedores de serviços estão aproveitando essa oportunidade de mercado estendendo conjuntos de recursos para habilitar a IA em pontos de presença”, explicou.

Em 19 setores corporativos, os segmentos da IDC superam os gastos com TIC para mais de 500 casos de uso corporativos nomeados em seis domínios. No setor de provedores de serviços, os investimentos para a entrega de serviços de Borda são baseados em gastos de infraestrutura para Computação de Borda de acesso múltiplo (MEC), redes de entrega de conteúdo e funções de rede virtual. Combinados, esses três casos de uso representarão quase 22% de todos os gastos de Borda este ano.

Para os adotantes de empresas, incluindo o setor público, exemplos de casos de uso nomeados de Borda com grandes investimentos e rápido crescimento até 2027 incluem manutenção aumentada (Realidade Aumentada), gerenciamento de ativos de produção, fornecimento e logística aumentados por IA, sistemas de diagnóstico e tratamento aumentados, resiliência da cadeia de suprimentos, monitoramento remoto de pacientes em casa e marketing contextualizado na loja. Exemplos de casos de uso de Borda emergentes que devem ter o crescimento de gastos mais rápido durante o período 2022-2027 incluem operações de mineração autônomas, projeto e gerenciamento de locais (construção), inspeção de dutos (utilities), treinamento aumentado (vários setores) e consultores de compras especializados e recomendações de produtos (varejo).

“Os investimentos corporativos continuaram a mudar nos últimos 24 meses para expansão de infraestrutura e implementações greenfield. As empresas estão agindo em planos para construir recursos de infraestrutura de computação local mais robustos. E, por meio de tudo isso, novos serviços e produtos voltados para o cliente e a habilitação de novos processos de negócios são os principais impulsionadores da empresa”, disse Marcus Torchia, vice-presidente de Pesquisa de Data e Analytics da IDC. “Nos próximos dois anos, a parcela de investimentos planejados favorece moderadamente as ofertas do MEC. No entanto, no balanço, as empresas estão procurando racionalizar os gastos totais dos prestadores de serviços. Isso configura um mercado dinâmico de ofertas de Edge baseadas em Capex e Opex competindo por dólares de investimento até 2027”, comentou.

Em todos os setores de usuários finais corporativos, o tamanho da manufatura discreta e de processo será responsável pela maior parcela dos investimentos em soluções de borda este ano, seguido pelos setores de varejo e serviços profissionais. A IDC espera que todos os 19 setores empresariais perfilados no guia de gastos vejam taxas de crescimento anual compostas (CAGRs) de cinco anos nos níveis baixos a médios durante o período de previsão. O segmento de prestadores de serviços terá o maior CAGR, de 19,1%.

A maior parcela de investimento continuará a ser liderada por hardware, com cerca de 40% dos gastos totais, para desenvolver recursos de Borda especialmente impulsionados pela infraestrutura do provedor de serviços. Os gastos com hardware serão impulsionados por investimentos em gateways de borda, servidores e equipamentos de rede. Durante o período de previsão, a adoção de serviços provisionados pelas empresas aumentará, superando a participação de hardware até 2026 pela primeira vez. Dentro dos serviços provisionados, a conectividade e a IaaS representarão a maior participação e as categorias de crescimento mais rápido, respectivamente. O software local será um componente crítico da infraestrutura de borda, mas continuará sendo a menor categoria em termos de gastos gerais.