Começo do ano, época de planejamento, e é bem possível que o empresário tenha olhado para as contas de seu negócio e se questionado: será que todo esse montante destinado a soluções tecnológicas está dando retorno na mesma medida? É muito provável que a resposta seja “não”.
Empresas de todos os portes, das mais variadas atividades, precisam gastar com softwares especializados em diversas áreas: marketing, vendas, finanças, recursos humanos, contratos, entre outras. Quase sempre, porém, são sistemas que não se convergem. Mas a tendência é de reversão desse processo.
A tese ‘all in one’ (tudo em um, em tradução literal) vem sendo percebida como indispensável. A Br24, empresa brasileira fornecedora do software internacional Bitrix24, foi fundada em 2017 prevendo que o caminho seria esse. O sistema integra softwares especializados, substituindo soluções que não conversam entre si.
Resultado: primeiro, uma redução de dez vezes nos custos com soluções e serviços tecnológicos. Dessa forma, e como outro resultado, a empresa ganha fôlego para investir em outros pilares do seu negócio, ampliando suas vendas, desenvolvendo produtos, crescendo.
Um exemplo de empreendimento que optou por sistema de gestão integrado foi a Quality Digital, cliente da Br24 desde 2019. À época, a empresa optou por apostar na estratégia ‘all in one’ e contratou a fornecedora do Bitrix24. Foi uma decisão de peso – trocou a plataforma com a qual já estava habituada, a Salesforce CRM, por outra que oferecesse melhor relação custo-benefício.
O resultado não tardou: em um ano, as despesas com softwares de gestão foram reduzidas, em mais de R$ 50 mil por mês. Recursos foram canalizados para sua atividade fim, o desenvolvimento de soluções em tecnologias da informação. Com isso, a Quality Digital aumentou em 15% suas vendas.
O diretor comercial da empresa, Luiz Biesczad Jr., destaca a adaptabilidade do Bitrix24 às especificidades do negócio. “Uma das coisas mais importantes foi como a Br24 adaptou o Bitrix24 para os processos da Quality, otimizando com novas sugestões de melhorias, e não simplesmente como uma migração do que já existia no Salesforce”, afirma CEO da Br24, Filipe Bento.
A Quality trocou, assim, o alto custo do licenciamento em dólar por uma solução não só financeiramente mais vantajosa, como funcionalmente mais eficaz. A empresa cita alguns desses ganhos viabilizados:
Criação e customização de esteiras de processos de leads, seguindo as boas práticas de growth para venda e delivery de mais de oito tipos de ofertas e produtos, estes com mais de cinco personas diferentes;
Interação das equipes de operações e backoffice no CRM, sem precisar adquirir mais licenças em dólar;
Garantia do report dos KPIs em tempo real para o conselho da empresa, projetando vendas com precisão, alta performance e produtividade, além de fazer mais com menos.
Com tudo isso, acrescenta o CEO da Br24, a cliente percebeu que o custo anterior, envolvendo licenciamento, cobrança por usuário e consultorias para a customização, “não apenas estava afetando a lucratividade da empresa, mas inviabilizava o investimento em novas contratações para o time comercial”.
Grandes players já vislumbraram esse caminho e partem agora para fusões e aquisições
Por razões como essa, avalia Filipe Bento, é que o mercado de empresas desenvolvedoras e fornecedoras de software começam a se atentar para a estratégia ‘all in one’. Do contrário, estarão fadadas a perder espaço, considera. Indício desse movimento está em processos de fusão e aquisições em curso. “Empresas estão se unindo, ou comprando outras do mesmo nicho, para agregar serviços”, afirma o CEO da Br24.
Filipe Bento ilustra com os casos da Totvs, que só em 2023 anunciou duas compras: a da Ahgora HCM (plataforma de recursos humanos), por R$ 380 milhões, e a da Exact Sales (software para gestão de vendas), por R$ 51 milhões, e da Sankhya, que adquiriu de 2022 para cá a Ploomes (de CRM) e a Meetime (gestão de contratos comerciais). “São movimentos do mercado que mostram que a nossa tese da Br24, a do ‘all in one’, estava certa desde sempre”, afirma o CEO.
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