A realidade sobre a gestão dos resíduos sólidos no País é bastante desafiadora, pois trata-se de setor em desenvolvimento na maioria dos municípios brasileiros, o que também dificulta o surgimento, desenvolvimento e manutenção de empresas privadas e cooperativas de catadores legalmente habilitados para o armazenamento e tratamento de resíduos, principalmente no setor de eletroeletrônicos e eletrodomésticos.
O Brasil tem uma extensão territorial continental, mas uma malha logística limitada, principalmente na integração de seus estados e municípios. Além disso, a maior concentração de recicladores que armazenam ou fazem manufatura reversa de resíduos eletroeletrônicos encontra-se nas regiões Sul e Sudeste, seguidas pelo Nordeste, com uma maior escassez nas demais regiões brasileiras.
Diante disso, podemos listar outros desafios que precisam ser superados para então avançarmos no tratamento e destinação final adequada do setor:
Recuperação de materiais
A maioria dos dispositivos eletroeletrônicos e eletrodomésticos contém materiais tóxicos, tais como chumbo, mercúrio, cádmio e outras substâncias químicas perigosas, exigindo, assim, um manuseio especializado para evitar a contaminação ambiental. O aumento do consumo desses produtos torna a recuperação desses materiais ainda mais crucial e desafiadora devido ao alto volume.
Responsabilidade
A cada ano, o consumo aumenta e a tecnologia atrai consumidores ávidos por inovações, mas, na maioria das vezes, os produtos antigos que foram substituídos são descartados de maneira inadequada. Portanto, a reciclagem desses equipamentos requer a colaboração dos fabricantes, importadores, varejistas, distribuidores, governos, organizações não governamentais e, sobretudo, dos consumidores, a fim de fomentar uma infraestrutura adicional para lidar com o aumento na coleta e transporte dos resíduos.
Por conseguinte, a conscientização, a educação e o estabelecimento de políticas públicas sólidas e divulgação de informações pelo setor privado desempenham um papel crucial na promoção de um ciclo de vida mais sustentável para os dispositivos eletroeletrônicos e eletrodomésticos, visto que a redução do impacto ambiental contribui para a edificação de um futuro mais ecológico e responsável, afirma Helen Brito – gerente Relações Institucionais da ABREE — Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos
Dessa forma, o esforço de incentivar a população a fazer escolhas de empresas, produtos e serviços com responsabilidade ambiental corrobora para mudanças substanciais na sociedade e o consequente avanço do descarte ambientalmente correto dos produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos, conclui.
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