Estamos vivenciando uma ampla transformação global no que se refere ao mundo dos pagamentos digitais e transações financeiras. No Brasil, acompanhamos a forte expansão do Pix que, mesmo com a sua pouca idade, já é um dos meios mais utilizados no Brasil, como nos revela o mais recente The Global Payments Report 2023 – um estudo detalhado sobre meios de pagamentos que contempla mais de 40 países e cinco regiões globais, e que vem sendo realizado, anualmente, pela Worldpay desde 2015.
Pouco tempo após o seu lançamento pelo Banco Central, em novembro de 2020, o Pix representava 12% das transações nacionais. Em 2022, de acordo com o estudo da Worldpay, seu uso já estava na marca dos 24% dos pagamentos realizados de pessoas para empresas no Brasil – um crescimento significativo e em um curto espaço de tempo e que trouxe mais praticidade e facilidade para o mercado em geral. Hoje, o Pix está consolidado como um dos meios de pagamentos mais utilizados no país, atrás apenas do cartão de crédito, que lidera a forma de pagar no país com 39%.
Mas nem só de Pix vive o mundo dos pagamentos no Brasil. As carteiras digitais também assumiram uma posição de destaque, reforçando a modernização do setor principalmente ao provocar um novo comportamento entre os consumidores que buscam por soluções que ofereçam segurança, baixo custo, conveniência e agilidade. De acordo com o levantamento feito pela Worldpay, hoje, as carteiras contam com 18% da preferência dos consumidores no Brasil para pagamentos para empresas, um aumento de 2% com relação ao último ano.
No entanto, mesmo com um crescimento expressivo das carteiras digitais entre os brasileiros, o país ainda fica atrás de outras nações como Argentina, com notáveis 28% de participação, e o México, com 27%. Ainda de acordo com as projeções do The Global Payments Report 2023, as carteiras digitais aumentar sua presença no comércio eletrônico, em relação a pagamentos de consumidores para pessoas, de 21% para 28% na América Latina em geral até 2026, indicando que o crescimento para os próximos anos impactará significativamente todo o território e ecossistema do universo dos meios de pagamento na região.
No mundo, as carteiras digitais também seguem crescendo, e já são líderes globais das transações no comércio eletrônico com uma participação de 49% nos pagamentos no mundo em 2022, com projeções de atingir 54% até o ano de 2026. O cenário para as carteiras digitais é variado e dinâmico em todo o mundo. Uma região muito importante é a Ásia. A China, há muito, é líder global na adoção de carteiras digitais, com Alipay e WeChat Pay como os principais players. O papel proeminente dos market places de e-commerce como Alibaba e JD.com, o sucesso dos ecossistemas de superapps, e a rápida adoção de QR codes nos pontos de vendas, contribuíram para o domínio das carteiras digitais naquele país.
A China continua ditando o ritmo na adoção de carteiras digitais, tanto no e-commerce quanto nos pontos de vendas. Em 2022, as carteiras representaram 81% do valor transacionado no comércio eletrônico, se destacando no mercado; já nos pontos de venda, as carteiras digitais representaram 56% dos valores transacionados. Um outro país que também se destaca é a Índia, que teve 50% de transações no último ano.
Outro país importante para esta análise são os Estados Unidos. Por lá, as “wallets” ultrapassaram os cartões de crédito e já ocupam o primeiro lugar. Além da popularidade das principais marcas de carteiras digitais como PayPal, Apple Pay e Google Pay, as carteiras digitais pertencentes a plataformas de e-commerce, como Amazon e Shopify, estão emergindo como um importante fator de adoção.
Atualmente, existe uma competição acirrada entre provedores de carteiras digitais inclui fintechs, bancos, neobancos, super apps, big techs e fabricantes de dispositivos. Este meio de pagamento vem crescendo exponencialmente como um dos principais métodos de pagamentos globais, e deverão continuar liderando o setor globalmente.
Por Juan Pablo D’Antiochia, vice-presidente sênior da Worldpay para a América Latina.
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