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Fábricas gêmeas: aqui e agora, para conduzir ao futuro a indústria brasileira

Por Rafael Oliveira, gerente de Produtos da TD Synnex e por Elcio Brito, cofundador da SPI Integração de Sistemas (foto)

Custo, velocidade, confiabilidade, qualidade e flexibilidade dos processos industriais e dos produtos que geram são atributos fundamentais na manufatura. Se pudermos elevar ao máximo cada um deles, os resultados na fábrica apresentarão um salto exponencial, claro. Se pudermos estender esses ganhos a todo um segmento, melhor ainda. E se conseguirmos multiplicar esses atributos para todo o setor industrial do País?

Este é o objetivo, certamente ambicioso, mas factível, do projeto MetaIndústria, com a ABDI, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, capitaneando um ecossistema que reúne empresas de tecnologia e de indústrias brasileiras e multinacionais capazes de contribuir para um experiência maciça de transformação digital, em escala nacional.

Para avançar, o projeto MetaIndústria conta com laboratórios capazes de espelhar o funcionamento de uma instalação industrial física, realizando simulações no mundo virtual para poupar a fábrica de cimento e tijolos do tempo e do preço consumidos pelos testes e ensaios necessários à produção sem falhas do melhor produto possível.

São dois laboratórios (um em São Paulo e outro no Rio Grande do Sul) funcionando como um “duplo” de fábricas físicas, criando Gêmeos Digitais em que na fábrica digital haverá um copiloto (não uma pessoa, mas um conjunto de sistemas) para ajudar a responder, de maneira assertiva, aos cinco grandes desafios colocados pela necessidade de aprimorar os atributos essenciais dos processos industriais.

A maneira de fazer isso é versão hoje digital do antigo conceito a nortear a gestão da produção: o PDCA, sigla em inglês para plan-do-check-act (ou adjust) e aprimoramento contínuo de produtos. Nós fazíamos, e depois ajustávamos, quantas vezes fosse necessário, por quantas décadas? Com quantos profissionais, que deveriam dominar uma série de técnicas e disciplinas… Hoje, idealmente, basta perguntar para seu copiloto. Não haverá erros a serem ajustados na fábrica física, porque todos foram corrigidos antes, na Fábrica Gêmea Digital.

A indústria automotiva, por exemplo, já vem adotando, em vários graus, a ideia das Fábricas Gêmeas para otimizar processos e produtos, permitindo, na BMW, por exemplo, a interação não somente entre os 57 mil empregados (além dos robôs) trabalhando em fábricas, mas também com os sistemas virtualizados que contribuem para a produção cada vez mais eficiente e flexível – porque a customização é um Dado importante na manufatura, que muitas vezes deve entregar produtos segundo as especificações de diferentes clientes.

É esse espírito, junto as tecnologias mais atuais, que o projeto liderado pela ABDI traz para a indústria brasileira. Para montar um “digital twin” – que pode ser definido como uma representação virtual sincronizada com uma instalação real, incluindo os sistemas de computação e as pessoas que aí trabalham –, é preciso contar com uma série de tecnologias, que vão da Inteligência Artificial e aprendizado de máquina à Internet das Coisas, da robótica às redes.

A tarefa é sem dúvida complexa, mas o projeto MetaIndústria tem como parceiros algumas das principais empresas entre as que criaram e fornecem essas tecnologias em todo o mundo, além de contar com a assistência de executivos e de usuários importantes dessas tecnologias.

Os laboratórios montados no Rio Grande do Sul, já em funcionamento, e em São Paulo, a ser inaugurado no dia 30 de novembro, utilizarão todos esses recursos em benefício das empresas brasileiras que aderirem ao projeto. Em princípio, serão aceitas inicialmente 100 empresas, mas as vantagens que obtiverem serão levadas a um número muito maior, pois uma das condições para ser participante é concordar com o compartilhamento das lições aprendidas por sua empresa.

Assim, esperamos a adesão da alta administração das empresas brasileiras à ideia do MetaIndústria, para que nossas Fábricas Gêmeas de hoje sejam um fator de multiplicação importante para a Transformação Digital da indústria brasileira.

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