A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) lançou a resolução para que as empresas apresentem informações de sustentabilidade e gestão de riscos ESG. Para o fundador da B4, Odair Rodrigues, esse pode ser um avanço para o mercado de carbono no Brasil.
Foi lançada dia 20 de outubro pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) uma resolução que obriga empresas de capital aberto a apresentarem anualmente um relatório com ações de sustentabilidade e gestão de riscos ESG – que se refere às ações de sustentabilidade, governança e sociais. A medida terá validade obrigatória a partir de 2026, ou seja, a apresentação desses Dados a partir do ano que vem (2024) pode ser feita de forma voluntária, caso as empresas desejem.
A decisão está atrelada ao Plano de Transformação Ecológica, que também foi lançado este ano pelo Ministério da Fazenda e tem o objetivo de promover o crescimento econômico do País, estabelecendo uma nova relação com o meio ambiente. O relatório deverá seguir as normas de padronização do International Sustainability Standards Board, e precisará conter informações a respeito das oportunidades e riscos relacionados ao clima e à sustentabilidade.
Neste contexto, o mercado de créditos de carbono passa a ganhar ainda mais relevância e a atrair investidores e empresas. “Com a aprovação da PL que regulamenta o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), nós já observamos um avanço no setor de créditos de carbono, que ganha ainda mais corpo com essa resolução da CVM, que exige a apresentação de relatórios de sustentabilidade. Isso porque as empresas que não conseguem diminuir seus impactos com a emissão de gases do efeito estufa, vão precisar comprar créditos de carbono, sobretudo para apresentar um relatório satisfatório. Isso movimenta o mercado e atrai investidores”, diz Odair Rodrigues, fundador da B4, a primeira bolsa de crédito de carbono do Brasil.
Para o especialista, exigir que empresas apresentem suas ações de sustentabilidade é uma maneira de incentivo à tomada de atitudes relevantes dentro desse mercado.
“Precisamos de empresas realmente preocupadas com a sustentabilidade global, e que por esse motivo desenvolvam projetos que trazem consigo a preservação e a diminuição da emissão de gases do efeito estufa, por exemplo. Por isso eu vejo essa resolução da CVM com bons olhos, afinal, além de promover e incentivar atitudes e projetos sustentáveis, a medida indica um avanço no mercado de crédito de carbono – que precisará ser negociado, sobretudo por empresas que não conseguem diminuir suas emissões”, conclui Odair Rodrigues.
“A B4 surge exatamente com o propósito de atuar como uma facilitadora neste mercado de crédito de carbono, que é extremamente valioso e está crescendo com muita força, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Nossa expectativa é de que a empresa movimente até R$ 12 bilhões em crédito de carbono no primeiro ano. Por isso, a regulação nacional deste mercado é muito importante para nós e também para todas as empresas e órgãos realmente preocupados com a sustentabilidade global”, diz Odair Rodrigues.
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