Três Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTs) foram selecionadas como Centros de Competência Embrapii em Plataformas de Hardware Inteligentes e Conectadas. Elas vão receber um investimento de R$ 178 milhões para o desenvolvimento de tecnologias dentro desta área de vanguarda de inovação. Os recursos investidos são originários do PPI HardwareBR, do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI). O modelo combina ações de ampliação e fortalecimento de competência científica e tecnológica e PD&I, de formação e capacitação de recursos humanos, além de estabelecer associação tecnológica com empresas, atrair e criar startups.
“Os Centros de Competência darão contribuições relevantes para a expansão da capacidade tecnológica de fronteira para tornar nossa indústria mais competitiva. Adicionalmente, os Centros irão ajudar a enfrentar os desafios de um País tão desigual e com um potencial imenso”, disse Chico Saboya, presidente da Embrapii.
Os selecionados são o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), que fica localizado no Paraná e atuará na área de Eletromobilidade e Redes Elétricas Inteligentes; o Instituto Senai de Inovação (ISI) em Sistemas de Sensoriamento, do Rio Grande do Sul, que desenvolverá tecnologias para Agricultura Digital; e o Virtus (Núcleo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Tecnologia da Informação, Comunicação e Automação) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, especializado em plataforma de sensoriamento inteligente para indústria com Inteligência Artificial e Internet das Coisas.
“A Transformação Digital é fundamental para a solução de problemas e para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Ela contribui para a formação de empregos qualificados, fomenta a inovação tecnológica, gera novos negócios, aumenta a produtividade das empresas e impulsiona a economia. Nesse contexto, a Transformação Digital está inserida na política de reindustrialização em novas bases tecnológicas do governo federal, e a implantação dos Centros de Competência é estratégica para o Brasil enfrentar esse desafio. Ao articular ações voltadas ao fortalecimento de competências em tecnologias disruptivas, geramos conhecimento para projetar a indústria do futuro”, afirmou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
Na prática, os Centros de Competência Embrapii vão trabalhar no desenvolvimento de tecnologias emergentes, como, por exemplo, o carregamento rápido de veículos elétricos; integração de fontes de energia renovável em redes inteligentes; monitoramento de cidades inteligentes e conectadas; armazenamento de energia de forma distribuída em larga escala; soluções embarcadas para lidar com processamento de dados impulsionada por tecnologias como 5G e IoT; técnicas, métodos e ferramentas para melhoria da qualidade e produtividade no processo de engenharia de software utilizando abordagens inteligentes; entre outras áreas.
Para a agroindústria, poderão ser desenvolvidas pesquisas, por exemplo, para rastreabilidade da produção e novos sensores para melhorar semeadura, fertilizantes e georreferenciamento.
A expectativa é de que as pesquisas destes Centros de Competência Embrapii ampliem as oportunidades para criação de novas funcionalidades para a indústria brasileira que ultrapassem as fronteiras tradicionais dos produtos e serviços. Esses conhecimentos podem ser responsáveis por grandes transformações, que, no futuro, vão redefinir os conceitos e processos industriais, criando novos setores e parâmetros de competitividade.
As plataformas de hardware baseadas em produtos inteligentes e conectados são resultado da evolução tecnológica, principalmente na área de semicondutores, que permitiu a miniaturização dos componentes eletrônicos, com o aumento da performance e a redução de custos dos dispositivos, da infraestrutura de comunicações e de conectividade, no processamento e armazenamento de dados e da evolução das técnicas de uso de algoritmos de Inteligência Artificial.
Perspectivas
Em 2022, a Embrapii lançou as chamadas públicas para um total de nove Centros de Competência, com um investimento total de R$ 495 milhões. Eles vão atuar em sete áreas diferentes e serão responsáveis por soluções inovadoras com o objetivo de viabilizar grandes tendências da indústria para o futuro. Os Centros de Competência vão construir conhecimento e criar pontos de referência para as pesquisas em áreas de tecnologias de fronteira.
Os Centros de Competência irão atrair empresas e criarão empregos qualificados, além de investimentos, agregando valor à região onde estiverem instalados. Além disso, vão deixar um amplo legado que inclui a formação de recursos humanos de alta qualidade voltados para a academia e para a indústria; cooperações internacionais contemplando, inclusive, o desenvolvimento de pesquisas conjuntas; estímulo ao desenvolvimento de projetos cooperados da indústria, envolvendo startups; criação de infraestrutura para pesquisa e desenvolvimento de soluções, nas áreas temáticas, de destaque mundial.
Centros de Competência
Além dos Centros de Competência em Plataformas de Hardware Inteligentes e Conectadas, também já foram anunciadas as instituições responsáveis por outras três unidades. Para o Centro de Competência Embrapii em Tecnologias e Infraestruturas de Conectividade 5G e 6G foi selecionado o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí (MG); para o Centro de Competência Embrapii em Tecnologias Imersivas Aplicadas a Mundos Virtuais, foi selecionado Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (CEIA-UFG), em Goiânia (GO); e para o Centro de Competência Embrapii em Open RAN (Open Radio Access Networks), foi selecionado o CPQD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações), em Campinas (SP).
Ainda serão anunciados outros três novos Centros de Competência Embrapii, nas áreas de Terapias Avançadas, Segurança Cibernética e Tecnologia Quântica.
A Embrapii é uma organização social que atua em cooperação com instituições de pesquisa, públicas ou privadas, para atender ao setor empresarial, com o objetivo de fomentar a inovação na indústria. Para isso, conecta pesquisa e empresas, e divide riscos, ao aportar recursos não reembolsáveis em projetos que levem à introdução de novos produtos e processos no mercado.
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