Com a ampliação da cobertura 5G em todo mundo, começam a se popularizar soluções baseadas nessa tecnologia, como o FWA (Fixed Wireless Access), que permite acesso à internet por meio de ondas de rádio em vez de cabos ou fibras ópticas. O FWA é considerado fixo porque a antena receptora do sinal é instalada em um local específico, normalmente no telhado ou na parede da residência ou companhia que contrata o serviço.
A consultoria estratégica Bain & Company prevê uma expansão no segmento de FWA até 2027 a partir das inovações proporcionadas pelo 5G. O FWA tem potencial para gerar uma receita de R$ 1,7 bilhão em 2027, no cenário mais adverso traçado pela consultoria. Na projeção mais otimista, essa cifra alcançaria R$ 6,2 bilhões.
Alberto Silva, sócio especialista da Bain na prática de Telecomunicações, indica que o FWA deve experimentar nos próximos anos um crescimento mais significativo em termos de adoção e implantação. Para ele, “o 5G oferece velocidade e capacidade muito maiores na comparação com o 4G, o que possibilita uma experiência de internet mais rápida e confiável no FWA, que será impulsionado por melhorias no alcance e eficiência próprias do 5G”.
Em todo o mundo, a tendência é de que o 5G deve capturar maior participação no FWA, estimulada pela substituição da infraestrutura de DSL (conexão à internet de banda larga por meio de linhas telefônicas), maior investimento em 5G e penetração em mercados emergentes. Países como Estados Unidos, Japão, Reino Unido e Brasil ‒ que apresentam elevado número de usuários no 5G ‒ devem impulsionar a adoção de FWA até 2027. Além disso, a maioria dos países começou a desativar o DSL e planeja substituí-lo por FWA, uma alternativa mais econômica que a fibra, além de permitir conexões de alta qualidade em áreas com baixa ou inexistente infraestrutura de cabos.
A Bain estima que o total de conexões de banda larga fixa no País deve chegar a 48 milhões em 2025, dos quais 6,4% seriam baseadas na tecnologia FWA. Em um cenário mais otimista, em 2027, a participação poderia chegar a 13%.
No Brasil, porém, a implementação do FWA é limitada atualmente, uma vez que as empresas de telecomunicações continuam a se concentrar na oferta de banda larga de fibra, que tem uma boa estrutura no País. Essa é uma das principais razões pelas quais não há grande aderência ao FWA por aqui, mesmo com a abertura da banda de 6GHz para WiFi não licenciado e acesso sem fio realizada pela Anatel em 2021. A adoção do FWA no mercado brasileiro depende de sua capacidade de oferecer uma proposta de valor mais atrativa do que a fibra, que conta hoje com baixos custos de mão-de-obra, uso de fibra óptica aérea e componentes chineses que barateiam os investimentos no setor.
A questão da infraestrutura fica ainda mais clara com os números de 5G FWA: 40% dos novos lançamentos no ano passado foram em mercados emergentes, o que mostra um grande potencial de crescimento nessas regiões. Essa expansão também inclui países desenvolvidos: segundo a pesquisa da Bain, só nos EUA, o FWA deve alcançar 12 milhões de usuários até 2027. Em países desenvolvidos, a falta de incentivo e o alto custo da implementação de fibra também acabam por fomentar o uso de FWA.
Mesmo com essa expansão, as conexões via fibra seguirão predominando o mercado em boa parte do mundo. Especialmente países como Japão, Indonésia e Malásia vão testemunhar uma penetração gradual do FWA, enquanto a fibra seguirá dominando o mercado, com cerca de 85% de share até 2027.
Fonte: Divulgação
Com a crescente expansão global da cobertura 5G, o FWA mostra um grande potencial de crescimento tanto em mercados emergentes quanto em países desenvolvidos. Os players do setor devem ficar atentos às oportunidades que a nova tecnologia proporciona e, mesmo que a fibra permaneça como a principal escolha de conexão em grande parte do mundo, o FWA será uma excelente opção em um número crescente de regiões.
Sobre a Bain & Company
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