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ChatGPT: a Inteligência Artificial como aliada

A Inteligência Artificial (IA) está presente diariamente em nossas atividades e vem crescendo, exponencialmente, nos últimos dez anos. O ChatGPT – tecnologia que “emula” a capacidade de compreender e gerar linguagens em diferentes contextos, testada em todo o mundo – é como uma conclusão dessa década de avanços e aperfeiçoamento.

Mais do que um dos assuntos mais comentados desde o fim de 2022, quando anunciado por um dos maiores laboratórios de inteligência artificial do mundo (o OpenAI), a inovadora ferramenta de IA vem sendo vista como revolucionária. Quando falamos em revolução, principalmente nesse modelo de inteligência, estamos nos referindo a muito investimento em pesquisas e anos de testes. Como era de se esperar, com o ChatGPT não foi diferente.

Os avanços da IA impactam positivamente as empresas, possibilitam a automatização de processos e melhoram a eficácia e a produtividade das entregas para os consumidores. Mas, no caso do ChatGPT, essa forma pioneira e inteligente de interação pode ser encarada como um marco histórico: a mais eficiente junção da linguagem natural entre homem e máquina, aberta ao público. E o que isso significa?

A partir de agora, temos mais do que respostas automatizadas escritas (scripts). Estamos diante de conteúdos, tão bem formulados que chegam a enganar nossa percepção sobre a “consciência” do autor. Enquanto de um lado, temos esses inéditos algoritmos para otimizar as respostas às perguntas realizadas, de outro, os conteúdos gerados carecem de assertividade pois não são baseadas em tempo real — algo que, a meu ver, necessariamente, precisaria passar por uma curadoria.

Enquanto os debates sobre ChatGPT acontecem, principalmente sobre seus vieses e inconsistências, pesquisadores já estão aprimorando esses algoritmos de uma forma muito sofisticada. Segundo o artigo científico “Constitutional AI: Harmlessness from AI Feedback”, de dezembro de 2022, profissionais e acadêmicos trabalham maneiras de “calibrar” as respostas sob os pontos de vista legal e moral. É importante salientar essa questão, já que alguns setores, como o de Educação e de Saúde, já começaram a se manifestar sobre os riscos e/ou mau uso da plataforma. E a meu ver, esse lado constitucional – ou moral, a depender do ponto de vista – vai ganhar ainda mais protagonismo nos próximos anos, em se tratando de Inteligência Artificial.

Quando o assunto é prestação de serviços, o mercado mundial ainda faz pouco uso das novas formas de programação de IA. Poderíamos, a título de curiosidade, usar esses algoritmos para precificar individualmente, fornecendo uma série de valores comparativos e até então improváveis dependendo do perfil do cliente. Ou seja, o leque de devolutivas se expande com uma imensa amplitude.

Vejo como positivo o anúncio dessa tecnologia para aperfeiçoamento e utilidade de produtos e serviços. Atualmente, Google e Microsoft estão em uma corrida pelo pódio a partir da funcionalidade. Acredito que nos próximos dois ou três anos, já teremos avanços na plataforma, que poderão inclusive reduzir custos operacionais. E quem sabe esse cenário se expande às análises de sinistros, processo ainda muito dependente de avaliação manual e humana.

O Brasil é o País que mais usa Inteligência Artificial (IA) na América Latina. Segundo o recém-divulgado estudo “Avanços na cultura organizacional baseada em Dados, Analytics e IA”, do SAS, feito pelo IDC, no território nacional, 63% das empresas utilizam aplicações baseadas nessa tecnologia, ante uma média de 47% em toda a região.

Sou grande entusiasta das evoluções tecnológicas e a inovação está e sempre me despertou interesse. Considerando que os primeiros chatbots e assistentes virtuais da história começaram a surgir na década de 1960, fico ainda mais entusiasmado com o que pode vir a partir do ChatGPT e as próximas revoluções. Costumo dizer que a tecnologia nunca vai parar de progredir, gostemos ou não. Cabe a nós aproveitarmos seus benefícios e mitigar suas consequências a fim de aprimorarmos ainda mais nosso cotidiano.

Por Maurício Martinez, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Porto e da Oxigênio Aceleradora.

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