De acordo com informações da Agência Internacional de Energia (International Energy Agency, ou IEA), os serviços de telecomunicações são responsáveis por 1,1% a 1,4% do total da energia consumida no mundo.
Somado a outros aparatos tecnológicos, esse percentual de consumo pode aumentar, o que demonstra a importância de que as empresas do setor (telcos) busquem alternativas sustentáveis de acordo com os novos padrões ambientais.
Para este artigo, consultamos o estudo “The sustainable telco: engineering networks for net zero” (em tradução livre, “A telco sustentável: engenharia para uma rede zero”), realizado no fim de 2022 pela TM Forum em parceria com a KPMG, a Salesforce e a Tata Consultancy Services.
Confira alguns dos principais aspectos do levantamento
Gerenciando o consumo de energia e eficiência da rede
Um dos pontos abordados no documento está no fato de que as telcos já estão realizando movimentos benéficos em prol de diminuir seu impacto ambiental e reduzir os gastos de energia.
Um exemplo disso está no abandono do uso de cobre, antes bastante utilizado nas redes 2G e 3G, para infraestruturas de fibra e conectividade móvel. A Telia, empresa sueca, relatou ter aumentado significativamente seu tráfego de Dados no país europeu de 2012 para cá com uma importante redução do uso de recursos.
Segundo Dados da companhia, a rede de fibra óptica é cerca de 15 vezes mais eficiente em termos de energia por unidade de Dados transferidos do que o equivalente à base de cobre, o que indica um caminho para o segmento.
Outras iniciativas incluem ainda a automação da rede, a auto- otimização dos sistemas e o desligamento dinâmico de elementos de rede que não estiverem sendo utilizados, assim como o uso do Open RAN para um menor consumo energético.
O uso da Inteligência Artificial e aprendizado de máquina para reduzir a pegada de carbono
Em outro ponto, o estudo da TM Forum observa que novas tecnologias como a Inteligência Artificial (IA) e o Machine Learning também trazem vantagens, já que, por meio desses e do uso de Gêmeos Digitais, é possível concentrar as operações de diferentes servidores em uma só estrutura, gerando menos impacto ambiental.
Neste sentido, a Verizon se apresenta como um case interessante, implementando um sistema que prevê a utilização e os custos de energia com base nas operações e nas tarifas de mercado, o que possibilita que a empresa controle a utilização do recurso de acordo com cada época do ano.
Desta forma, a empresa pode se preparar para realizar determinados serviços em meses que demandam menor consumo elétrico, preparando-se para economizar nos meses em que a energia está mais cara e mais escassa.
“Cloudificação” das operadoras e o Open RAN
O levantamento também aborda os aspectos da migração para a Nuvem e do uso do Open RAN como vantagens para a diminuição desses impactos ambientais. De acordo com o documento, a britânica Vodafone conseguiu reduzir seu uso de 9% a 12% em períodos de pico, algo que mostra a eficiência da estratégia.
O uso da Nuvem também reduz a dependência dos serviços de telecomunicação dos Data Centers, que são grandes consumidores de energia elétrica e geram altas despesas e consumo. Ao apostar na tecnologia, é possível ter serviços menos impactantes para o meio ambiente e mais vantajosos em termos financeiros.
Como as telcos estão se movendo para uma operação zero carbono
Da mesma maneira, as operadoras e demais empresas também estão buscando alternativas para diminuir suas emissões de carbono, o que vai de encontro às práticas ESG (governança ambiental, social e corporativa) tão evidentes hoje.
De acordo com o relatório, a norte-americana AT&T tem como meta reduzir suas emissões em 63% até 2030 quando comparados aos números de 2015. A empresa pretende alcançar esse objetivo investindo no uso de energias renováveis.
No Reino Unido, a meta é a de que as empresas de telecomunicações cheguem à emissão zero de carbono até 2027. O movimento é uma tendência na Europa, e companhias como a Telenor e a Telia anunciaram recentemente esforços conjuntos para a criação de uma estrutura de energia solar na Dinamarca.
O poder público também vem incentivando tais iniciativas, com muitos governos apoiando a construção e a utilização cada vez maior de energias solar e eólica, entre outras opções para extinguir a pegada de carbono entre 2030 e 2050.
Para conferir mais detalhes e saber outras informações dos movimentos das telcos rumo a operações mais sustentáveis, acesse o portal da TM Forum e confira o estudo na íntegra (disponível apenas em inglês).
Futurecom
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