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Data Centers apostam na ampliação e sustentabilidade

Essenciais para a tecnologia global, os Data Centers consomem por volta de 200 terawatts-hora (TWh), o que representa cerca de 1% de toda a energia elétrica produzida no mundo, segundo Dados da Agência Internacional de Energia (IEA)

Data Centers apostam na ampliação e sustentabilidade

Essenciais para a tecnologia global, os Data Centers consomem por volta de 200 terawatts-hora (TWh), o que representa cerca de 1% de toda a energia elétrica produzida no mundo, segundo Dados da Agência Internacional de Energia (IEA).

Além disso, as estruturas também respondem por 1% de todas as emissões de gases de efeito estufa. O percentual pode até parecer baixo, mas os valores são altos e evidenciam a necessidade de tornar os Data Centers mais sustentáveis.

Para entendermos como esse processo pode ser realizado, conversamos com Nilton Hayashi, diretor de operações de negócio da Fujitsu do Brasil, e Thiago Spósito, sócio da Add Value, ambos especialistas na área.

Responsáveis pelo consumo de cerca de 1% de toda a energia global, as estruturas tecnológicas estão investindo cada vez mais em soluções ecológicas 

O crescimento dos Data Centers na América Latina e no mundo
Mesmo com o avanço das infraestruturas em Nuvem, os Data Centers seguem vitais para as operações de praticamente todos os grandes negócios do mundo.

Na visão de Hayashi, “as companhias entendem que é melhor implementar soluções de armazenamento local, tendo em vista um custo inicial a ser administrado, mas que é mais vantajoso do que manter uma assinatura mensal de Nuvem.”

Ele destaca ainda que a questão da migração para a Nuvem ainda é complexa, e, por isso, “as empresas estão cada vez mais usando Data Centers para acelerar significativamente as cargas de trabalho, incluindo IA e Ciência de Dados, Deep Learning, análise de Dados, infraestrutura de desktop virtual (VDI) e gráficos.”

De forma parecida, Spósito cita um recente estudo que mostra que a Nuvem ainda tem obstáculos para boa parte das companhias, o que faz com que os Data Centers sigam liderando como opção para as operações tecnológicas destas.

“Segundo o último relatório do Gartner sobre o tema, o custo da Nuvem no Brasil é 78% maior que nos Estados Unidos. Podemos citar que, por exemplo, este ano foi recorde de venda de servidores e soluções de armazenamento aqui na Add Value”, ressalta ele.

O especialista prossegue: “Em sete anos comercializando essas ferramentas, nunca vendemos tanto quanto neste primeiro quadrimestre de 2023, principalmente para Governo.”

Por que os Data Centers são tão poluentes?
A necessidade de que as estruturas operem por 24 horas nos sete dias da semana, assim como os sistemas de resfriamento e as matérias utilizadas nos equipamentos fazem dos Data Centers espaços onde a sustentabilidade se torna um desafio.

Para o representante da Fujitsu, “para manter um parque tecnológico é necessário recursos energéticos, até mesmo para refrigeração.”

Da mesma forma, Spósito diz que uma das razões para isso “é alta demanda das empresas e das pessoas por serviços, muitos deles impulsionados pela pandemia”

Ele afirma, porém, que “o mercado está evoluindo e, hoje, existem soluções mais eficientes e que emitem menos carbono no meio-ambiente.”

Como os Data Centers estão apostando na sustentabilidade?
Os especialistas falaram sobre algumas ações que já estão sendo implementadas para tornar os Data Centers mais ecologicamente assertivos, contribuindo tanto para o funcionamento dos parques tecnológicos quanto para o meio ambiente como um todo.

“Uma pesquisa encomendada pela Fujitsu e publicada em 2022 em parceria com a Forrester Consulting revela que a prioridade da sustentabilidade aumentou e que agora é uma prioridade maior para 60% das organizações pesquisadas em comparação com dois anos atrás”, comenta Hayashi.

Segundo ele, as empresas já estão investindo neste sentido, desenvolvendo ações que envolvem aspectos como “a eletricidade de baixo custo produzida pela turbina eólicas, que mostram que é possível fornecer economias substanciais aos clientes.”

Spósito, por sua vez, lembra que um levantamento da Gartner apontou que 75% das organizações terão implementado um programa de sustentabilidade de infraestrutura de data centers até 2027.

“A demanda por Dados aumentará nos próximos anos, e os players estão cada vez mais investindo em soluções que respondam às suas demandas, mas com responsabilidade ambiental”, resume ele.

Outras ações, como diversificação da matriz energética renovável, investimentos em Computação na Nuvem e Edge Computing e economia circular também devem seguir progredindo, tornando os data centers mais ecologicamente adaptados.

Data Centers e o avanço dos serviços em Nuvem: o que esperar para o futuro?
Para concluir, questionamos aos entrevistados se, com o avanço dos serviços em Nuvem e demais tecnologias adjacentes, os Data Centers correm risco de serem extintos.

De acordo com Hayashi, “embora uma pequena minoria tenha adotado uma estratégia ‘somente na Nuvem’, a maioria ganha impacto com o investimento em Nuvem ao lado de suas aplicações e infraestrutura on premise existente.”

O diretor da Fujitsu prossegue: “Além disso, com estratégias de virtualização de ambientes conseguimos manter a capacidade de processamento, alocando menos máquinas, ocupando menos espaço e utilizando menos recursos naturais.”

Na opinião de Spósito, “o denominador comum será o ‘mundo híbrido’. O sócio da Add Value detalha mais dessa sua visão:

“Alguns workloads estão sendo mantidos, mesmo com avanço da nuvem. No médio prazo, penso que viveremos muito tempo na era dos Data Centers, pois, para os grandes players ainda faz sentido manter arquiteturas em casa, haja visto que o custo-benefício em segurança e agilidade é maior.”

Ele finaliza com uma reflexão: “Por outro lado, para demandas sazonais – como safras do agronegócio ou a Black Friday no varejo – é possível contratar escalabilidade com serviços de Cloud. Ou seja: haverá ainda espaço para ambas as tecnologias.”

Futurecom

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